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ANÁLISE: Sinais apontam para o fim do relacionamento entre Marc Márquez e Honda na MotoGP ainda em 2023

O futuro de Marc Márquez com a Honda será o grande ponto focal do mercado de pilotos da MotoGP, com a decisão trazendo consequências monumentais em todo o grid. Enquanto o hexacampeão vem seguindo o script, as rachaduras começaram a aparecer antes mesmo do teste de Misano da próxima segunda (11), quando os pilotos conhecerão as motos de 2024.

Apesar do espanhol insistir que seguirá com a Honda até o fim de seu contrato atual, após a temporada de 2024, várias indicações sugerem que ele está considerando uma saída que a montadora tenta evitar a todo custo, iniciando inclusive um plano de recrutamento.

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Márquez tem sido muito cuidadoso com suas palavras nos últimos meses, para que ninguém o acuse no futuro de ser um mentiroso. Nas últimas semanas, a pergunta que mais tem sido feita a ele foi: “Você pilotará pela Honda no próximo ano?”.

E a mesma pergunta traz a mesma resposta: “Eu tenho um contrato”, responde Márquez, que está pensando no fato irrefutável: seu acordo com a Honda é válido até o fim de 2024, mas isso não significa que ele terá que cumpri-lo até o fim.

Koji Watanabe, presidente da Honda Racing Corporation, HRC, já disse que, se Márquez expressar seu interesse em romper o contrato um ano antes do esperado, ele não o impedirá: “Obviamente gostaríamos que ele seguisse. Mas, no fim, a decisão é dele. Se ele quiser, não vamos segurá-lo”.

Evidentemente, a Honda está com medo de que a base de seu projeto na MotoGP, vencedor de seis dos sete títulos disputados entre 2013 e 2019, abandone a casa nas circunstâncias atuais: com uma moto em declínio que, corrida após corrida, sofre no fundo do grid.

A nova ordem estabelecida pelas marcas europeias, com a Ducati na liderança, trouxe um abismo entre elas e as duas japonesas (Honda e Yamaha), que aumentou ainda mais neste ano. Estas diferenças, combinadas com a arrogância da HRC – coberta de uma metodologia que trabalho que se tornou obsoleta – resultaram no cansaço de Márquez.

Ponto 1: Como a teimosia da Honda deixou a marca na ‘terra de ninguém’ da MotoGP

Márquez vem apontando há tempos que o teste de Misano, marcado para a próxima segunda-feira (11), será a data chave para ele determinar seu futuro.

análise: sinais apontam para o fim do relacionamento entre marc márquez e honda na motogp ainda em 2023

Márquez vem insistindo que seu objetivo é avaliar a moto de 2024 da Honda no teste de Misano antes de decidir sobre seu futuro

Photo by: Gold and Goose / Motorsport Images

Na segunda, a Honda colocará na pista a primeira versão da RC213V de 2024. Porém, o cerne da questão não é mais a moto que estará em Misano, porque a sensação é de ceticismo absoluto dentro da garagem: ninguém acha que finalmente virá a mudança de conceito que todos os pilotos da Honda, sem exceção, exigem há tanto tempo.

Segundo apurado pelo Motorsport.com, a HRC já sabe que a condição de Márquez para ficar é o recrutamento de um staff técnico especializado em áreas chave da moto. Em outras palavras, esses engenheiros, em sua maioria europeus, ajudaram Ducati, KTM e Aprilia a darem um grande salto qualitativo.

O nome do chefão da Ducati, Gigi Dall’Igna, inclusive surgiu nesses rumores, mas deve ser muito difícil para a Honda tirar da marca italiana o pai da geração atual de Desmosedicis. A KTM, por exemplo, trouxe Fabiano Sterlacchini, então braço direito de Dall’Igna na Ducati, há alguns anos.

A lógica sugere que Márquez está preparando o terreno para ter uma alternativa à Honda para 2024, caso se ele finalmente decida pela saída

Massimo Rivola, CEO da Aprilia, veio da Fórmula 1 com vários reforços, e a maioria dos engenheiros de performance da Suzuki, em sua maioria italianos, foram absorvidos pela KTM assim que a marca japonesa confirmou sua saída do esporte.

Ponto 2: A filosofia “louca” adotada pela Suzuki que Honda e Yamaha não podem copiar

O gerente da Honda, Alberto Puig, está atualmente buscando um substituto após receber o ok da direção da marca. Nas últimas corridas, o ex-piloto se encontrou com alguns dos principais nomes da montadora, tentando convencê-los de que é necessário ‘pescar’ em outras equipes como forma de manter Márquez.

Tudo isso está sendo feito sob a supervisão de Watanabe, que esteve em Barcelona no último fim de semana. Shinji Aoyama, o segundo nome na Honda Motor, esteve um Mugello. Em Silverstone, Puig se reuniu com Hikaru Tsukamoto, chefe da divisão de duas rodas, que também esteve na Áustria. Foi lá no Red Bull Ring que Tsukamoto deu a permissão para Puig entrar no mercado de engenheiros.

análise: sinais apontam para o fim do relacionamento entre marc márquez e honda na motogp ainda em 2023

Puig recebeu a missão de cumprir com as demandas de Márquez, trazendo novos engenheiros

Vale notar que esse processo foi acelerado após Márquez decidir não correr no GP da Alemanha do Sachsenring após acumular cinco quedas em dois dias e meio na pista na qual ele é conhecido como o rei. Neste momento, o problema era que Puig tinha pouca janela de manobra, devido ao momento avançado da temporada e a dificuldade de convencer os alvos.

Considerando tudo, a lógica sugere que Márquez está preparando o terreno para ter uma alternativa em mãos para 2024, caso ele finalmente decida sair. E as indicações apontam para uma garagem: a Gresini.

Independente do fato de seu irmão Álex correr ali, é pouco comum que uma Ducati, a moto mais cobiçada do grid, ainda não tenha um dono para 2024. Mais ainda se pensarmos que a chegada de Franco Morbidelli na Pramac e a renovação de Luca Marini na VR46 são praticamente fatos consumados.

Por outro lado, a moto que pertence atualmente à Fabio Di Giannantonio foi negada a todos que pediram por ela: Jake Dixon e Tony Arbolino, que renovaram seus contratos na Moto2 com a Aspar e a Marc VDS, respectivamente. E parece que o italiano também não estará de volta, estando engajado em negociações com a Fantic para voltar à classe intermediária.

Ponto 3: 10 coisas que aprendemos no GP da Catalunha de 2023

Junto a tudo isso, temos que acrescentar o silêncio ensurdecedor dos chefes da Gresini, que estão de bico calado, e o passo mais conclusivo: a preocupação da Ducati, que começa a ver como uma possibilidade real a chegada de Márquez na equipe de Faenza com uma de suas motos, mesmo que seja a do ano anterior.

“Com a Gresini, depende deles decidirem quem contratar. Claro, podemos dar sugestões. Mas é só isso”, disse Paolo Ciabatti, gerente-geral da Ducati. Ali, eles estão cientes da tempestade que a chegada de Márquez pode causar no status quo de seus pilotos, hoje em harmonia absoluta.

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Será que os irmãos Márquez podem ser companheiros de equipe novamente?

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