Adeus, amantes dos motores V6 (e dos quatro cilindros em linha), pois o Porsche Macan vai mudar de rota.
Já anunciamos isso tantas vezes que quase parecia não ser mais verdade, uma calamidade de alguma forma exorcizada (para os petrolheads, é claro).
Mas aqui está: o SUV dos milagres, que chegou há nove anos para nos demonstrar que entre o enorme Cayenne e o supersexy e imortal 911 havia espaço para um crossover-SUV esportivo, é de fato verdadeiro.
Há quem diga que ele chega no Salão de Genebra, em março, mas pode até vir antes disso.
O novo modelo foi flagrado nos últimos testes de inverno nas pistas escandinavas, e funcionará só a bateria – uma aposta um tanto maluca, já que o Porsche Macan não é um simples carro de nicho, como o Taycan (leia aqui), mas o best-seller indiscutível da marca alemã.
Apenas o Dacia Spring – chamado de Renault Kwid E-Tech no Brasil (leia mais aqui) –, o carro que promete democratizar os elétricos, já vendeu na Europa mais do que todos os Porsche combinados.
Claro que estamos falando de outra categoria, com diferentes números, preços, expectativas e ambições, mas o fato é que um carro elétrico já vende mais do que Macan, Cayenne, Panamera, 718, 911 e Taycan juntos.
E vale notar que este último, só em 2021, já teve 40 mil unidades emplacadas.
Em suma: os carros elétricos estão avançando na Europa, e se a marca não investir neles agora, quando o fará?
A data oficial da apresentação ainda é desconhecida, mas entre “espiadas” no Ártico e projeções agora mais confiáveis, a que você vê aqui é quase exatamente ele: o Porsche Macan elétrico.
O esportivo da PPE
A segunda geração do SUV alemão, como sabemos, nascerá em uma plataforma própria. Mas não totalmente sozinho.
E não será um salto no escuro do ponto de vista técnico: o Macan pode explorar o know-how de seus primos de Ingolstadt (e de Wolfsburg), e adotará um sistema elétrico de 800 volts como no Taycan, capaz de suportar recargas ultrarrápidas de 350 kW (15 minutos para completar 80% da bateria).
E, considerando o DNA, terá que atingir esses números garantindo esportividade e prazer de dirigir absolutos (deixando o fascínio do luxo high-tech para as outras marcas).
Repetindo as siglas da versão a combustão, S e Turbo, o novo Porsche Macan terá diferentes opções de bateria – a de entrada com 60 a 70 kWh e a com um maior desempenho, algo em torno de 100 kWh.
Quanto à tração, com um só motor elétrico, as versões “básicas” vão despejar seus cavalos na traseira, como é tradição da marca, enquanto o esquema 4×4, sem ambições off-road, seria reservado aos topos de linha, com dois motores, um na dianteira e outro na traseira. A autonomia ficará entre 350 e 500 quilômetros, conforme as versões.
Nova frente
Não será difícil diferenciar este novo Porsche Macan elétrico dos modelos atuais a combustão, que foram reestilizados há pouco mais de um ano e devem seguir à venda pelo menos até 2024 (leia mais abaixo).
Se as dimensões e a silhueta do novo SUV devem permanecer mais ou menos iguais às atuais, a frente e muitos outros detalhes mudarão profundamente.
É, portanto, razoável imaginar uma melhor habitabilidade, favorecida pela arquitetura elétrica.
Os protagonistas dos testes até agora vistos nas ruas usam soluções falsas para desviar a atenção, como adesivos na falsa grade inferior (desnecessário dizer que o elétrico não precisará resfriar o radiador: portanto, ele é um elemento de design puro) e tampas no lugar das saídas de escape, obviamente ausentes.
Suas lanternas também lembram o estilo do Taycan, com linhas ainda mais sutis e geométricas do que as introduzidas com a reestilização do Macan a gasolina.
Outro detalhe interessante aparece na porta traseira: na base do vidro traseiro, há um painel com um elemento aerodinâmico ativo.
Por fim, o painel de instrumentos: não há imagens, nem oficiais nem “roubadas”, mas, pelo que vislumbramos, até a instrumentação digital deve ser semelhante à do Taycan. Com um estilo elétrico, é claro.
Mercado
Gasolina até 2024
O Macan movido a gasolina, protagonista da última reestilização, permanecerá à venda, ao lado da nova geração elétrica, ao menos até 2024.
Em última análise, as duas variantes conviverão por cerca de um ano. Após várias atualizações e adições à gama, o facelift de 2021 foi leve e limitou-se a detalhes e cores da carroceria, enquanto na cabine as inovações mais importantes ocorreram no túnel central.
Em essência, limparam as linhas e melhoraram a ergonomia do banco do motorista, com menos controles físicos e mais botões sensíveis ao toque.
A instrumentação será o diferencial mais marcante do novo elétrico, que terá um nível de digitalização muito mais avançado.