Brasil

Rede de acolhimento para caminhoneiros nas estradas evolui para instituto e busca apoio de empresas

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A pauta ESG (ambiental, social e de governança corporativa) busca engajar as companhias em ações que mudem o mundo para todos. Porém, os caminhoneiros estiveram excluídos da pauta, mesmo sendo responsáveis pela maior parte do transporte de carga do Brasil – cerca de 75% da produção é escoada por rodovias. Para melhorar esta relação, a logtech Freto, empresa de soluções logísticas para o transporte, administra o Clube da Estrada, que funciona com diferentes pontos de acolhimento para os motoristas. Desde o fim de 2022, a rede constituiu um instituto, e busca apoio de outras empresas para crescer e expandir os serviços.

Criado em 2012, o Clube da Estrada conta atualmente com oito pontos: dois em São Paulo, dois no Mato Grosso, um no Paraná, um em Rondônia, um no Maranhão e um em Minas Gerais. Nos locais, os caminhoneiros contam com serviços como atendimentos de saúde, impressões de documentos, corte de cabelo e internet, além de entretenimento como sessões de cinema e jogos de videogame, tudo sem custos. Outras empresas patrocinam ou apoiam o projeto, como Visa, Sascar e Seminovos Volvo, mas novas formas de ajuda se tornaram possíveis.

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    De acordo com Thomas Gautier, francês radicado no Brasil e CEO do Clube da Estrada, a busca foi por atender um público que é ao mesmo tempo essencial para o país e que muitas vezes é esquecido, tendo dificuldade para achar trabalho e acolhimento. “A grande maioria deles não conta com plano de saúde, por exemplo. Por isso os atendimentos preventivos fazem diferença”, cita.

    Segundo Gautier, a governança da iniciativa envolveu realizar uma longa gama de treinamentos com os funcionários para que todos os pontos tenham o mesmo nível de serviço, buscar parcerias com médicos e profissionais da saúde próximos, construir uma plataforma de relacionamento digital por meio de redes sociais e aplicativo e buscar a confiança do público-alvo. “Foi preciso conhecer os caminhoneiros, que são extremamente desconfiados. Temos que tratar como parceiro, amigo, entender os problemas e desejos deles. Acredito que conseguimos construir os serviços que eles querem”, afirma.

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    Ponto de acolhimento do Clube da Estrada Foto: Divulgação / Clube da Estrada

    Parte dos recursos investidos também é utilizada para pesquisas. São feitas duas mais abrangentes por ano, além de várias mensais, para medir diversos aspectos como a satisfação dos caminhoneiros. “Hoje, eles visitam os clubes por causa das rotas. Tivemos um crescimento orgânico, o motorista sabe que o clube é a casa dele”, diz Gautier.

    Desde 12 de dezembro de 2022, o Clube passou a atuar também como Organização da Sociedade Civil (OSC), por meio do Instituto Clube da Estrada, o que permite novas maneiras de captar recursos, como leis de incentivo, recebimento de doações e programas de voluntariado. A intenção é abrir mais unidades — três já estão mapeadas —, expandir os serviços e criar um selo de “empresa amiga do caminhoneiro” para as que contribuírem.

    “O conceito do selo é materializar a empresa como alguém que colabora. Tem um checklist para garantir que estão contribuindo, afinal todos somos impactados pela logística”, afirma Gautier. E, como ele relembra, ter um caminhoneiro descansado e saudável garante que as entregas serão feitas, e a logística deve ser humana para cuidar também de seus operadores.

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