Dirigimos o compacto que pode ser o primeiro carro elétrico de muita gente no Brasil
A BYD mexeu muito com o mercado de carros elétricos no Brasil com o lançamento do BYD Dolphin. Afinal, por R$ 150 mil, obrigou os concorrentes a baixarem o preço, ainda mais considerando a quantidade de equipamentos e tecnologia oferecida. Em fevereiro, a marca promete sacudir o mercado novamente, dessa vez com o Dolphin Mini, menor e com preço na faixa de R$ 100 mil.
Diretamente da China, tivemos o primeiro contato com o novo compacto. Mais barato que o Dolphin, a BYD promete bagunçar novamente o mercado com um carro ainda mais barato e que, com certeza, será o primeiro carro elétrico de muita gente no Brasil. Veja como é e como anda a novidade.
O que é?
O resultado é que o Dolphin Mini tem um espaço interno bem parecido com o de um hatch compacto, mesmo que seja menor. Ao menos quando falamos da cabine, pois o porta-malas é bem pequeno – e olha que nem tem estepe. Com a proposta de ser urbano, consegue levar quatro pessoas tranquilamente, com mais aperto para um quinto ocupante. Não é à toa que a BYD vende esse carro também em uma versão com só quatro lugares.
Seu design lembra muito o Dolphin, principalmente por dentro. Utiliza os mesmos botões giratórios, por exemplo. O acabamento segue a linha dos carros da marca, usando plástico emborrachado junto com materiais macios ao toque e couro. Traz uma tela de 5 polegadas para os instrumentos, bem simples e sem mostrar muitas informações. Já a tela do sistema de informação e entretenimento é de 10,1 polegadas, inclusive com o tão famoso sistema giratório da BYD.
Uma das coisas que vai mexer com o mercado é o fato do Dolphin Mini trazer alguns equipamentos de segmentos acima. Tem controle de cruzeiro adaptativo, assistente de permanência em faixa, frenagem automática de emergência, e mais. O que a BYD não respondeu é se chegará ao Brasil com 4 ou 6 airbags.
Apesar de ter uma versão com bateria menor, de 30 kWh, o carro que será vendido no mercado brasileiro deve partir para o conjunto maior com baterias Blade, de 38,8 kWh, o que dá uma autonomia de 402 km pelo ciclo de testes chinês. A recarga pode ser feita em uma estação rápida com até 40 kW, indo de 30% a 80% em 30 minutos.
Como anda?
Pude dirigir o Dolphin Mini em um ambiente controlado, fazendo um exercício de aceleração e slalom. O pequeno elétrico se mostrou bem estável ao costurar entre os cones a 60 km/h, sempre na mão, também no modo Sport. O volante ainda é um pouco leve demais para quem prefere uma pegada mais esportiva.
Galeria: Impressões – BYD Dolphin Mini
Na arrancada, ficou claro como os números de aceleração fazem sentido. Corre bem até os 50 km/h, depois perde fôlego. Encostei nos 80 km/h durante o teste e não dava para fazer mais do que isso no espaço disponível. É mais controlado do que alguns elétricos, sem cantar pneu ao pisar fundo no acelerador.
Temos que relevar alguns pontos por ser um carro ainda na configuração para a China, onde as cidades dificilmente tem asfalto ruim e as lombadas não existem. Ainda assim, senti que as rodas de 16 polegadas com pneus 175/55 irão causar um certo desconforto. Talvez fosse melhor reduzir as rodas para 15″ e colocar um pneu mais grosso.
No geral, o BYD Dolphin Mini impressionou bastante, tanto pelo comportamento dinâmico quanto pelos equipamentos e espaço. Se realmente vier por algo em torno de R$ 100 mil, irá mexer muito com o mercado e se tornar o primeiro carro elétrico de muitos brasileiros. Saberemos todos os detalhes em fevereiro.
Por Nicolas Tavares, de Shenzhen (China) – Fotos: autor
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