RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – Duas locomotivas fabricadas na década de 1940 e cujas histórias remetem a companhias ferroviárias já extintas no país foram restauradas e voltaram aos trilhos no interior de São Paulo.
Operadas pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), as máquinas pertenceram no passado à Estrada de Ferro Sorocabana e, posteriormente, à Fepasa. Agora, integram o acervo da associação e podem ser vistas pelos turistas que percorrem o trecho entre Campinas e Jaguariúna.
A locomotiva de número 3104 da General Electric, fabricada nos Estados Unidos, foi a mais recente a ser restaurada pela associação de preservação ferroviária e voltou aos trilhos com a 3128, que retornou de Itu, onde estava a serviço do Trem Republicano, e não tinha sido inaugurada em Campinas. O Trem Republicano investiu R$ 3,5 milhões numa locomotiva e não foi mais necessário manter a GE à disposição da rota entre Itu e Salto.
Devido às suas origens, a locomotiva 3128 já estava pintada com as cores da Sorocabana, enquanto a 3104 ganhou em seu restauro uma pintura vermelha, como a usada pela Fepasa (Ferrovia Paulista S.A.).
Inaugurada em 1875, surgiu a partir do interesse do empresário Luiz Matheus Maylasky de criar uma companhia ferroviária para exportar a produção de algodão da região de Sorocaba.
O objetivo era ligar a ferrovia à estrada entre Itu e Jundiaí, que passaria por municípios como Itapetininga, Botucatu e Mairinque, até chegar a São Paulo.
Em 1971, ela e outras quatro companhias ferroviárias que enfrentaram crises financeiras e já estavam sob controle do governo foram unificadas na Fepasa. As outras foram a Estrada de Ferro Araraquara, Companhia Paulista de Estradas de Ferro, Companhia Mogiana de Estradas de Ferro e São Paulo-Minas.
A Mogiana é a ferrovia que atendia Campinas e Jaguariúna e a ABPF utiliza seu traçado para oferecer aos finais de semana e em datas especiais, como feriados, o passeio de 24 quilômetros entre as cidades paulistas.
Já a Fepasa durou só até a segunda metade da década de 1990, quando foi repassada por São Paulo ao governo federal como parte de um acordo devido a dívidas do estado.