SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Amigo do condutor do Porsche que bateu em outro carro e provocou a morte de um motorista de aplicativo, Marcus Vinicius Machado Rocha, 22, teve alta da UTI na noite de terça (9). Ele está no Hospital São Luiz Anália Franco, na zona leste de São Paulo, e foi transferido para o quarto.
De acordo com o advogado José Roberto Soares, Rocha está consciente, ainda com drenos, mas com previsão de retirada nos próximos dias. Soares afirma que o jovem está falando, porém com dificuldade, e que se recorda do acidente.
Estudante de medicina, Rocha estava no Porsche do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, quando ele bateu no carro do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, que morreu.
O jovem fraturou quatro costelas no acidente e passou por duas cirurgias, uma para retirar o baço e outra em decorrência de água no pulmão.
Segundo a testemunha, Fernando foi então aconselhado a não dirigir por estar um pouco alterado. Ela ainda disse que, como não chegaram a um acordo, o empresário conduziu o Porsche porque não quis deixar outra pessoa dirigir o veículo.
O amigo então se ofereceu para ir com Fernando no Porsche para que ele não fizesse nada de errado, disse a jovem, e as duas os seguiram no Audi de Rocha. Algum tempo depois, o empresário acelerou, e elas o perderam de vista, contou. Em seguida, foram informadas sobre o acidente.
Após o acidente, o condutor do Porsche deixou o local no carro de sua mãe, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, e não fez o teste do bafômetro.
Em depoimento prestado nesta terça, a namorada de Fernando disse que ele não bebeu naquela noite. Giovanna Silva afirmou que os dois namoram há oito anos e têm um combinado de que quando um bebe o outro não consome bebida alcoólica.
Disse também que o namorado não bebeu nada alcoólico porque não gosta de beber enquanto joga para não perder a atenção.
A jovem afirmou ainda que pediu para ir embora, mas que Fernando não queria porque estava ganhando. Ela insistiu até que ele decidiu ir embora, ficando “bastante alterado e irritado, iniciando uma forte discussão, por também se irritar com facilidade”, segundo trecho do relato do depoimento.
O Ministério Público afirma que a mãe do motorista do Porsche atrapalhou as investigações e pediu abertura de inquérito para apurar a conduta dos policiais militares que liberaram o suspeito antes de saber se ele estava sob efeito de álcool.
Em depoimento à polícia, Fernando afirmou não ter consumido bebida alcoólica antes do acidente e disse estar um pouco acima da velocidade permitida na avenida quando bateu. Imagens da câmera de segurança de um posto de gasolina próximo ao local do acidente mostram o carro de luxo trafegando muito acima da velocidade de outros veículos.