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Porsche Cayenne

Teste rápido Porsche Cayenne e-Hybrid: Veterano entre os eletrificados

Receita do SUV alemão funciona bem há anos e segue eficiente, apesar da concorrência

teste rápido porsche cayenne e-hybrid: veterano entre os eletrificados

Entre os SUVs híbridos plug-in, o Porsche Cayenne é praticamente um veterano. Foi um dos primeiros a trazer a tecnologia ao Brasil, em 2016, ainda em sua segunda geração, e chamou a atenção por se aproveitar dos incentivos para modelos híbridos para ser mais barato que suas versões puramente a combustão.

A terceira geração, apresentada em 2017 e que chegou ao Brasil em 2018, seguiu com esta regra. Este é o Porsche Cayenne e-Hybrid, a versão de entrada do SUV que já é eletrificada, e uma das formas mais baratas de se colocar um Porsche novo em sua garagem, além da usabilidade com espaço interno de um SUV de luxo. Custa R$ 629 mil, o que não é pouco dinheiro, mesmo assim.

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O que é?

A terceira geração do Porsche Cayenne chamou a atenção por melhorar sua dirigibilidade no asfalto, pegando um pouco mais o DNA dos esportivos para si. Mesmo como uma versão de entrada, o Cayenne e-Hybrid já tem 462 cv combinados do motor 3.0 V6 turbo e do motor elétrico instalado na transmissão automática de 8 marchas – diferente do Volvo XC60 e XC90, por exemplo, ele ainda tem um diferencial traseiro com eixo cardã.

O Cayenne usa a plataforma MLB-Evo, do Grupo Volkswagen. É a mesma base que está em outros SUVs do grupo, como Audi Q8 e até mesmo o Lamborghini Urus. O motor V6 3.0 é da família EA839 – que também faz parte o 2.9, para modelos mais potentes, como o Audi RS 4 -, com turbo único de duplo fluxo, variador de fase nos comandos de admissão e escape em duas bancadas. O motor elétrico está na transmissão automática de 8 marchas, com conversor de torque, em um sistema de tração integral automática.

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Em números, o V6 turbo tem 340 cv de 5.300 a 6.400 rpm e 45,9 kgfm de torque de 1.340 a 5.300 rpm. O elétrico chega com 136 cv e 40,8 kgfm de torque, que combinados chegam aos 462 cv e 71,4 kgfm de torque, com a vantagem do elétrico empurrar desde o primeiro momento em que se toca no acelerador.

Como é?

Obviamente que falar de uma versão de entrada em um carro premium é bem diferente que em um carro de marcas generalistas. O Cayenne e-Hybrid é um SUV de luxo inquestionável mesmo nesta versão. Em seus 4.928 mm de comprimento, tem o design e cuidado de montagem que esperamos nessa categoria. As rodas de 21″ dessa unidade são opcionais sem custo, sendo de série as rodas de 19″. As pinças em verde marcam a versão híbrida e são de 6 pistões na dianteira e 4 pistões na traseira.

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Espaço no porta-malas é prejudicado pelo estepe e pela bolsa do carregador

O painel de instrumentos com o clássico conta-giros central é acompanhado por duas telas laterais, configuráveis. Ao centro, a central multimídia com tela de 12,3″ com espelhamento sem fios e diversos comandos logo abaixo, como o ar-condicionado de duas zonas e itens como assistente de descida e aquecimento dos bancos – como em todo Porsche, há diversos opcionais disponíveis. E não há o que questionar sobre o acabamento dentro da sua categoria.

Como anda?

Mesmo não sendo uma total novidade, ainda chama a atenção usar um SUV desse tamanho sem precisar de um motor a combustão em diversos momentos. Os 40,8 kgfm de torque do motor elétrico empurram os 2.295 kg do Cayenne e-Hybrid com facilidade principalmente em uso urbano. O V6 entra em ação em poucos momentos, quando o acelerador é acionado com maior pressão, mas logo volta a ficar quieto, em seu canto.

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A autonomia elétrica do Cayenne é, comparada a modelos mais modernos, um pouco limitada. Enquanto já vemos modelos na faixa dos 60 a 70 km, o Porsche fica na faixa dos 40 km em um uso normal, com ar-condicionado. A bateria de 17,9 kWh alimenta esse sistema e pode ser recarregada externamente em pontos de recarga de até 7,2 kW. Caso queira fazer isso com o motor V6, a capacidade é limitada nos 80% e, nos modos Sport e Sport Plus, a bateria é sempre recarregada para ter um nível suficiente para alimentar o motor elétrico em acelerações.

Se tiver carregado, o Cayenne registra médias de consumo na cidade acima dos 25 km/litro. Na estrada, pode chegar aos 130 km/h no modo elétrico, mas isso é limitado pela bateria e, no modo Hybrid, o próprio gerenciamento do conjunto coloca o V6 para trabalhar e a média vai aos 10,5 km/litro, algo esperado por um motor dessa potência em um carro desse porte. O motor elétrico serve como um auxilio em acelerações neste caso, mas acaba ficando em segundo plano nesse uso, mesmo ligado na transmissão. Vale mais a pena poupá-lo para uso no destino, o que é possível pelos modos de condução.

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Até no uso mais esportivo o e-Hybrid responde bem. Acelera de 0 a 100 km/h em 5,6 segundos em nosso teste, com controle de largada e uma arrancada com saúde e controle pela tração integral. É um carro que, mesmo no limite, respeita bastante o motorista e mostra equilíbrio de aceleração sem exageros, mesmo com a dose de força que possui no conjunto combinado de motor a combustão e motor elétrico. A própria posição do motorista é muito mais de um sedã que de um SUV, com o mesmo volante que equipa os demais Porsche, com 3 raios e boa pegada.

A suspensão do Cayenne e-Hybrid não tem o sistema adaptativo a ar, como as versões mais caras. Mesmo assim, o conjunto multilink nas 4 rodas é bastante capaz no SUV de mais de 2 toneladas. Vai para um lado de conforto no uso, absorvendo bem os impactos, mas não deixa a carroceria rolar demais em curvas mais rápidas e fechadas. O próprio sistema de tração integral também coloca o Cayenne no rumo certo mesmo quando provocado ou colocado no limite. Afinal, ainda é um Porsche e precisa de comportar como um.

Quanto custa?

Como todo Porsche, esse valor de R$ 629 mil é apenas uma referência. O pacote de opcionais e itens de customização deixam esse valor bem superior se totalmente equipado e customizado. É algo que diferencia a marca alemã de muitos concorrentes, oferecendo essa opção desde a versão de entrada de um SUV como o Cayenne, por exemplo.

Depois de 20 anos, a receita do Cayenne ainda é interessante. Um nome de peso entre os esportivos, a usabilidade de um SUV, um desempenho muito bom mesmo na versão de entrada e a eletrificação para quem já está mais perto do futuro. Sente a idade em pontos como o espaço interno e autonomia elétrica, mas o “salvador da Porsche” logo terá uma reestilização antes de mudar de geração. Enquanto isso não acontece, é uma boa forma de se diferenciar na multidão de BMW, Audi, Volvo e Mercedes-Benz.

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