Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) – Os primeiros voos do veículo elétrico de pouso e decolagem verticais (eVtol) que está sendo desenvolvido por uma controlada da Embraer deverão custar entre 50 e 100 dólares por passageiro, disse o presidente-executivo do braço de inovação da fabricante brasileira de aeronaves, Daniel Moczydlower.
O primeiro voo operacional do eVtol da Eve, que pode acontecer no Brasil, está previsto para ocorrer entre 2026 e 2027. Em princípio, os voos devem acontecer em grandes cidades e metrópoles, onde a demanda por um serviço desse tipo tende a ser maior, afirmou.
No caso do modelo sendo desenvolvido pela Eve, os trajetos a serem atendidos serão de no máximo 15 minutos, tempo considerado suficiente, por exemplo, para um voo entre Campinas (SP) e São Paulo ou do aeroporto do Galeão até a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
“A meta para a entrada inicial que a gente tem olhado é chegar a 50 a 100 dólares, uma viagem. Isso para Brasil ainda é caro e estamos estudando maneiras após a entrada em operação de ganhar mais eficiência para poder reduzir mais”, disse Moczydlower, presidente da Embraer-X.
As estimativas da empresa indicam que grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro poderiam contar com 200 a 300 eVtols.
Os primeiros eVtol da Eve terão capacidade para um piloto e quatro passageiros, mas no futuro, provavelmente será possível que os voos ocorram sem piloto. Isso abriria espaço na aeronave para mais um ou dois passageiros, disse Moczydlower.
A carteira pelo eVtol da Eve já tem uma demanda potencial de 2.770 veículos, o equivalente a eventual receita de 8,3 bilhões de dólares, afirmou o executivo.
“Hoje não tem voo de Guarulhos para Viracopos; mas para um eVtol faria sentido. Ninguém usa voo dentro da cidade como rotina. É veículo para substituir helicóptero? Não. É para criar um mercado que hoje não existe”, afirmou.
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