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UE valida fim de motores de combustão em automóveis novos, abrindo caminho para carros elétricos

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UE valida fim de motores de combustão em automóveis novos, abrindo caminho para carros elétricos

A União Europeia (UE) pôs fim nesta segunda-feira (27) a três semanas de suspense sobre o bloqueio alemão e validou o fim dos motores de combustão nos automóveis novos a partir de 2035, medida central do plano climático do bloco. O texto bane os veículos à gasolina, diesel e híbridos, em favor dos veículos totalmente elétricos, com o objetivo de zerar emissões de CO2 por carros novos.

 

“Amplo apoio” foi encontrado entre os embaixadores dos 27 países membros em Bruxelas, anunciou a presidência sueca do Conselho da UE. Eles aceitaram que este regulamento histórico seja “colocado na agenda” para uma reunião de ministros de Energia, na terça-feira (28), para adoção formal, que representa a fase final do processo legislativo.

Este texto faz parte do objetivo europeu de neutralidade de carbono em 2050 e marca o fim de uma era industrial. Por mais de um século, o continente, berço de marcas de prestígio, dominou a inovação automotiva, baseada em motores térmicos considerados os mais eficientes do mundo.

Berlim surpreendeu seus parceiros no início de março ao bloquear o regulamento quando já havia sido aprovado em meados de fevereiro pela reunião de eurodeputados em plenário, após sinal verde dos estados membros, incluindo a Alemanha.

Para justificar a sua reviravolta, raríssima nesta fase do processo, a Alemanha tinha exigido à Comissão que apresentasse uma proposta que abrisse caminho aos veículos movidos a combustíveis sintéticos.

Essa tecnologia, polêmica e ainda em fase de desenvolvimento, consiste na produção de combustível a partir do CO2 resultante das atividades industriais. Defendido por fabricantes alemães e italianos de ponta, estenderia o uso de motores térmicos para após 2035.

Desbloqueio do texto

A Comissão Europeia e a Alemanha anunciaram no sábado (25) que chegaram a um acordo para desbloquear o texto, que permanece inalterado. Bruxelas se comprometeu a abrir caminho mais claramente para os combustíveis sintéticos em uma proposta separada que deverá ser validada até o quarto trimestre de 2024.

Os veículos equipados com motor de combustão podem ser matriculados após 2035 se usarem apenas combustíveis neutros em termos de emissões de CO2, afirmou o ministro dos Transportes alemão, Volker Wissing.

Na opinião de muitos especialistas, a tecnologia dos combustíveis sintéticos tem poucas chances de se impor no mercado e, na melhor das hipóteses, afetaria apenas uma minoria de veículos de luxo. Além disso, esse combustível é contestado por ONGs ambientais que o consideram caro, intensivo em consumo de energia e poluente.

O bloqueio em Berlim foi uma iniciativa dos liberais do FDP, o terceiro partido da coalizão governista atrás dos Sociais Democratas (SPD) e dos Verdes. Este pequeno partido, creditado com cerca de 5% das intenções de voto nas pesquisas nacionais, perdeu cinco eleições regionais consecutivas. A sigla espera se afirmar fazendo-se passar por defensora do automóvel, apostando na hostilidade de grande parte da população à proibição dos motores de combustão.

Para garantir a unidade de sua coalizão, o chanceler social-democrata Olaf Scholz preferiu alinhar-se a esse pedido e os Verdes deixaram acontecer.

Carros zero emissão

Finalmente, “o texto mantém-se inalterado. Guarda-se, assim, a regra dos carros 100% zero emissões em 2035”, reagiu sábado o presidente da Comissão do Meio Ambiente do Parlamento Europeu, Pascal Canfin (Renew, Liberais), garantindo que estariam atentos ao cumprimento da “neutralidade climática” dos motores de combustão que venham a ser autorizados.

A indústria europeia já investiu pesadamente em veículos elétricos. Mesmo que comprovem seu valor, os combustíveis sintéticos, que hoje não existem, “não terão um papel importante a médio prazo no segmento de carros de passeio”, declarou recentemente Markus Duesmann, chefe da Audi (grupo Volkswagen).

Devido ao seu custo, eles só farão sentido para alguns carros de luxo “como Porsche 911 ou Ferraris”, aponta Ferdinand Dudenhöffer, especialista do Centro de Pesquisa Automotiva da Alemanha.

(Com informações da AFP)

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