Parlamento Europeu durante uma sessão plenária realizada em 14 de fevereiro de 2023 na cidade francesa de Estrasburgo
A União Europeia (UE) vai fechar as portas para a venda de automóveis com motor de combustão, a partir de 2035, e também pretende reduzir drasticamente as emissões dos ônibus e dos caminhões pesados.
O Parlamento Europeu aprovou nesta terça-feira (14) o projeto de regulamento que põe fim às vendas de veículos novos com motor a gasolina, ou a diesel, em 2035.
Um pouco mais tarde, em Bruxelas, a Comissão Europeia — o braço executivo da UE — anunciou a meta de que até 2030 todos os ônibus urbanos sejam modelos de emissão zero, seja com motores movidos a eletricidade, ou a hidrogênio.
Ao mesmo tempo, propõe-se a reduzir as emissões dos caminhões pesados a partir de janeiro de 2030 em pelo menos 45% com relação a 2019. Esse corte aumentaria para 65% em janeiro de 2035 e chegaria a 90% em 2040.
“Os fabricantes poderão usar tecnologias de sua escolha para atingir esses objetivos, por exemplo, eletrificação, células de combustível de hidrogênio, ou hidrogênio”, disse a Comissão em um comunicado.
Essa proposta, que agora será negociada entre os eurodeputados e os países do bloco, revisa os padrões de emissão de CO2 como parte do ambicioso plano climático da UE.
– Alerta –
Os defensores do projeto sobre automóveis com motores a gasolina e a diesel destacaram, no Parlamento Europeu, que este novo regulamento estabelece um calendário claro para a transição para modelos sustentáveis.
O vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, fez um alerta aos eurodeputados.
“Permita-me lembrar que, entre o ano passado e o início deste ano, a China terá 80 modelos de carros elétricos no mercado internacional. E são bons carros, que ficarão cada vez mais baratos, e temos que competir com isso”, declarou.
O eurodeputado alemão Jens Gieseke, do grupo PPE, afirmou que sua proposta é “deixar o mercado decidir qual tecnologia é melhor para alcançar nossos objetivos”.
Outras vozes do PPE disseram que, nos próximos anos, o bloco poderá ter cidadãos dirigindo carros velhos depois de 2035, devido ao alto preço dos novos modelos.
“Chegamos a um acordo histórico, que concilia o automóvel e o clima”, defendeu a presidente da Comissão de Transporte, a parlamentar Verde Karima Delli.
O texto aprovado nesta terça-feira significa, de fato, a descontinuação das vendas de veículos e utilitários leves novos a gasolina e a diesel na UE a partir de 2035, assim como de híbridos (combustível-elétrico).
Em nota, a diretora-executiva da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis, Sigrid de Vries, assegurou que o setor “está pronto para aceitar o desafio de entregar veículos de emissão zero”.
“Todos os esforços e investimentos da indústria automotiva são direcionados para emissões zero. É essencial que todas as políticas e regulamentos da UE se alinhem e apoiem esse objetivo”, acrescentou.
Os carros com motores de combustão interna são responsáveis por aproximadamente 15% das emissões de CO2 na UE, enquanto caminhões pesados, ônibus urbanos e de longa distância contribuem com outros 6%.
dc-jug/ahg/mb/ic/tt