Depois dos híbridos leves Stonic e Sportage, que não trazem lá muita vantagem, foi a vez do Kia Niro, um modelo “mais eletrificado” da marca chegar ao Brasil.
O Kia Niro é um híbrido completo (full hybrid) que estreia nas configurações EX (R$ 204.990) e SX Prestige (R$ 239.990) seguindo a cartilha de design da última geração do Sportage, com linhas bastante ousadas.
Sete centímetros maior que seu antecessor, o Niro de segunda geração tem 4,420 m de comprimento e 2,720 m de entre-eixos.
Tais medidas o deixam próximo em porte e preço do Toyota Corolla Cross Hybrid, o híbrido mais vendido do mercado.
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O design externo é peculiar em detalhes como os faróis full-LED, as lanternas estilo bumerangue e a opção das colunas C em tons contrastantes com os da carroceria.
O exterior diferente é completado pelas grandes rodas de 18” calçadas em pneus de medidas 225/45.
Uma vez dentro da cabine, é fácil encontrar uma boa posição de dirigir: a ergonomia é ótima, com os comandos à mão, enquanto a coluna de direção com o volante de dois raios é amplamente regulável em altura e profundidade.
A sensação é de amplitude, e há materiais de boa qualidade com bons arremates no acabamento.
As duas telas de 10,25” são dedicadas ao cluster digital e ao sistema multimídia com Android Auto/Apple CarPlay sem fio, ao passo que o ar-condicionado digital automático tem comandos táteis.
A lateral evidencia que, como o Corolla Cross, fica para crossover que para SUV
O novo Niro tem uma grande oferta de assistentes à condução e, para os telefones também não ficarem sem carga, traz carregador por indução (SX Prestige) e entradas USB-C nos encostos frontais.
Aliás, eles possuem formato de cabide, o que facilita levar sacolas. Já quem viaja atrás encontra espaço para as pernas e os joelhos devido aos 2,720 m de entre-eixos – medida superior à vista no Toyota Corolla Cross Hybrid (2,640 m) e até no Sportage (2,680 m).
Para reduzir o impacto ambiental do carro, segundo a marca, 56% da forração do teto e 70% da cobertura do porta-malas são compostos de plásticos reciclados. Já os bancos são revestidos de Altaica biossintético – material feito a partir do eucalipto.
Acima, uma das visualizações do cluster e os botões que ficam à esquerda do volante. De modo geral, a cabine é espaçosa e bem-acabada – em diversos pontos, superior à do Corolla Cross, seu principal alvo
Híbrido de verdade
Diferentemente do Stonic MHEV e do Sportage MHEV, que são híbridos leves – apenas desligam o motor a combustão em certos momentos e recuperam pequenas quantidades de energia nas frenagens para depois as utilizarem para ajudar a reduzir o consumo –, o Niro é um híbrido completo.
Isso significa que combina o motor a combustão 1.6 16V Kappa PE, naturalmente aspirado e com injeção direta, a um outro motor, este elétrico e alimentado por uma bateria de polímeros de lítio-ion de 240V.
A potência máxima combinada é de 141 cv, com 265 Nm (27 kgfm) de torque a 4.000 rpm.
As lanternas, na coluna C, tem formato de bumerangue. Até repetidor de seta é inusitado
A condução agradável é parecida com a que se vê no Corolla Cross, pois usam esquema técnico similar.
O Kia Niro dá a partida e anda em baixas velocidades no modo totalmente elétrico, com o motor a combustão entrando em cena só ao se pressionar mais o pedal do acelerador (no Stonic e no Sportage, o motor a gasolina não movimenta o carro sozinho).
Essa transição da eletricidade para a gasolina ocorre de modo imperceptível, evidenciando o bom isolamento acústico. 
Ágil, o Niro acelera bem, com uma bela ajuda do câmbio de dupla embreagem e seis marchas. A engenharia aplicada ao Kia Niro permite marcar médias de 19,8 km/l na cidade e de 17,7 km/l na estrada, segundo o PBEV-Inmetro.
Assim, embora o tanque seja pequeno (42 litros), a autonomia declarada é de 800 km. São dois modos de condução, Eco e Sport.
O mais interessante é que, no primeiro, as aletas junto ao volante ajustam o nível de regeneração de energia, enquanto no segundo elas permitem fazer trocas de marchas sequenciais.
Na dinâmica, o Niro se destaca pela baixa rolagem da carroceria nas curvas (as suspensões adotam arquitetura MacPherson na dianteira e multilink na traseira).
A condução também agrada pela direção assistida eletricamente, que é bastante rápida ao esterço, e a plataforma K3 utiliza 51% de aços de alta resistência, com rigidez torcional 24% maior que à da geração antecessora.
No pacote de segurança, entre outras coisas, há alertas de fadiga e de saída involuntária de faixa (com assistente de centralização) e de farol alto, além de frenagem automática de emergência.
A versão SX Prestige ainda soma alertas de saída, tráfego cruzado e ponto cego, além de controle de cruzeiro adaptativo (ACC).
Vai vender? Isso só o tempo dirá. Para tentar dar um empurrãozinho nas vendas, a garantia é de cinco anos, inclusive para bateria de 240V e sistema híbrido completo.
Os bancos são de material mais ecológico, feito a partir de eucalipto de reflorestamento
Kia Niro SX Prestige
Preço básico: R$ 204.990
Carro avaliado: R$ 239.990
Motores: quatro cilindros em linha 1.6, 16V, injeção direta, duplo comando de válvulas com variação na admissão e no escape + motor elétrico síncrono
Cilindrada: 1580 cm3
Combustível: gasolina + bateria Torque: 144 Nm a 4.000 rpm + 170 Nm = 265 Nm a 4.000 rpm Potência: não disponível + 44 cv = 141 cv a 5.700 rpm
Câmbio: automatizado, dupla embreagem, seis marchas
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e multilink (t)
Freios: discos ventilados (d) e discos sólidos (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,420 m (c), 1,825 m (l), 1,545 m (a)
Entre-eixos: 2,720 m
Pneus: 225/45 R18
Porta-malas: 425 litros (1.419 litros após o rebatimento do banco traseiro)
Tanque: 42 litros
0-100 km/h: 10s4
Velocidade máxima: 165 km/h
Consumo cidade: 19,8 km/l
Consumo estrada: 17,7 km/l
Emissão de CO2: 68 g/km
Consumo nota: A
Classificação na categoria: A (Grande)
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