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Teste Porsche Panamera 4S e-Hybrid: Base de estudos

Antes dos elétricos, a marca apostou em híbridos para aprender a viver nesse mercado

teste porsche panamera 4s e-hybrid: base de estudos

Antes de entrar de cabeça nos 100% elétricos, a Porsche preferiu observar como funcionava esse mundo eletrificado com modelos híbridos. O Panamera foi um dos primeiros, ao lado do SUV Cayenne, com as versões e-Hybrid sempre colocando o motor elétrico em conjunto com um motor a combustão e a capacidade de recarga externa, plug-in. 

O Porsche Panamera 4S e-Hybrid não é o mais barato da linha, que é completamente híbrida, e nem a topo, que fica com o Turbo S e-Hybrid. São 560 cv combinados entre o motor elétrico e o V6 2.9 biturbo, com a transmissão automatizada, de dupla embreagem, com 8 marchas. Como que ele colaborou para a chegada do Taycan? Mais do que você pensa. 

teste porsche panamera 4s e-hybrid: base de estudos

Rápido, eficiente…

O grande trunfo dos híbridos plug-in é poder reunir um motor a combustão potente a um elétrico que pode ser utilizado em conjunto ou sozinho. O resultado é sempre um carro com um bom desempenho e com uma boa eficiência energética, já que pode rodar no modo 100% elétrico e compensar o consumo do motor a combustão e resultar em uma boa média de consumo.

O Porsche Panamera 4S e-Hybrid não é diferente. Sob o grande capô, o 2.9 V6 biturbo, da família EA 839. É a mesma família do 3.0, mas com curso menor para suportar maior pressão dos turbos (o 3.0 é single turbo, duplo fluxo) por uma taxa de compressão menor e gerar mais potência. Tem duplo comando variável em cada bancada, injeção direta, variador de abertura na admissão e ciclo Otto e Miller. Sozinho, são 440 cv e 56,1 kgfm de torque.

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Dentro da transmissão automatizada de 8 marchas, está o motor elétrico. Diferente do que vemos em modelos como o Volvo S60, por exemplo, o motor elétrico não está no eixo traseiro, mas sim dentro da transmissão. A tração na quatro rodas usa um diferencial traseiro e um eixo cardã para fazer a distribuição.

Este motor tem 136 cv e 40,8 kgfm de torque. É alimentado por uma bateria 17,9 kWh que pode ser recarregada tanto pelo motor a combustão, nas frenagens ou por fonte externa. Em conjunto, temos um Panamera 4S e-Hybrid de 560 cv e 76,5 kgfm de torque e mais de 2 toneladas de peso, afinal ainda é um carro grande, com seus mais de 5 metros de comprimento. 

…luxuoso…

O Panamera nasceu como um cupê de quatro portas focado em luxo. A receita deu tão certo que o Taycan nasceu com uma proposta bem parecida, claramente inspirado no Panamera. Reestilizado no segundo semestre de 2020, ganhou retoques nos parachoques, faróis e interior, além de mudanças em baterias, motores e gestão de energia. 

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As linhas externas refletem bastante esse luxo, sendo um carro com traços Porsche, perfil esportivo, mas que mistura também uma certa sobriedade. Chama a atenção pelo porte, com 5.049 mm de comprimento e 1.937 mm de largura, com uma altura de 1.423 mm variável com uma suspensão adaptativa a ar. No entre-eixos de 2.950 mm, amplo espaço interno para 4 ocupantes com muito conforto.

O modo elétrico do Panamera reforça isso com o silêncio a bordo. Seja no modo de condução que o deixa apenas elétrico ou no Hybrid, que faz a gestão do que está em ação automaticamente, trabalha quieto e, como o motor está no câmbio, até faz trocas de marchas sem que você perceba – isso é importante no motor elétrico para aumentar a autonomia. Dá para rodar entre 40 e 50 km no modo elétrico, mas no Hybrid, ele fará a troca pelo V6 se precisar de mais força ou perceber que é mais eficiente deixar ele trabalhar do que apenas o elétrico. 

…esportivo!

Não tem como ser um Porsche sem ser…um Porsche. Entre tantas configurações possíveis no Panamera 4S, os modos de condução incluem o Sport e Sport Plus. Nesse momento, a suspensão adaptativa a ar toma uma posição mais baixa e firme, controle de largada é ativo e o Panamera chega aos 100 km/h em 3,7 segundos em nossos testes. Retomadas? Na faixa dos 2 segundos, com força de sobra e como se nada tivesse acontecido, quase sem incomodar os ocupantes, que só vão se ligar de algo pelo ronco encorpado no sistema de escape esportivo também adaptativo. 

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Os freios não são os mais moduláveis, algo que os híbridos e elétricos ainda devem um pouco. Mesmo assim, ir de 100 km/h a total imobilidade em 36,4 metros é de respeito em um carro desse tamanho e peso. E tudo isso com a possibilidade de um consumo de 36,9 km/litro na cidade, no modo Hybrid, ou nem isso se você tiver um carregador em casa e rodar até 50 km com a carga das baterias. Na estrada, são 11,5 km/litro, ainda respeitáveis mesmo não sendo como na cidade, um dos pontos dos híbridos plug-in. 

Andando forte, o Panamera 4S ignora seu peso. A força imediata do motor elétrico ajuda a sair rápido da imobilidade e direção e suspensão se comportam como um verdadeiro esportivo. Não é um 911, obviamente, mas não faz feio mesmo se tratando “apenas” da versão intermediária do Panamera. Engole curvas com sabedoria e anda em velocidades altas como um alemão nascido para as Autobahn locais sem perder o luxo e conforto. 

Híbrido ou elétrico?

Se não fossem os híbridos, a Porsche não teria know-how para trabalhar tão bem com o Taycan, seu 100% elétrico. Desde projeto até estrutura de recarga e pós-vendas, tudo só foi possível com as informações e experiências com o Panamera e Cayenne, que chegaram anos antes ao mercado global. 

Como todo Porsche, Panamera e Taycan são altamente customizáveis. Os preços até são próximos, com o Panamera indo de R$ 649.000 a R$ 1.139.000 (o 4S e-Hybrid custa iniciais R$ 749.000) e o Taycan de R$ 615.000 a R$ 1.079.000. Obviamente esses preços se alteram bem conforme a configuração de opcionais escolhida em ambos os casos – nosso carro tem desde bancos traseiros individuais, com zonas de ar-condicionado para cada um, e fechamento das portas por sucção, por exemplo.

Híbrido ou elétrico? Depende do gosto do cliente e sua necessidade. O Panamera deve ter uma nova geração, ainda híbrida, este ano ao menos no exterior. Sinal que existe clientes para ele, os que não estão ainda prontos para algo 100% elétrico, algo até comum no mundo todo. Por aqui, o Panamera ainda tem força e suas qualidades, mas agora tem uma concorrência dentro de casa que não o está ajudando. 

Fotos: Leo Fortunatti e Fabio Trindade (Motor1.com)

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