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Teste Peugeot 208 Style 2023: o 1.0 para quem quer fugir do básico

Versão tem equipamentos que até então eram exclusivos da topo Griffe 1.6, como teto-solar e faróis full-LED

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Em um passado recente, carros 1.0 eram sempre com versões simples, sem equipamentos que os aproximassem de versões mais caras e com motores maiores. Mas o mercado mudou muito e já vemos carros mais completos, mesmo que seu motor seja um “milzin” aspirado para mais economia ou, simplesmente, por ser mais barato mesmo. Eis o Peugeot 208 Style para mostrar isso.

Esta versão completa do Peugeot 208 com o motor 1.0 Firefly, de origem Fiat, combina o visual de um topo de linha, como o Griffe 1.6. Um visual moderno, com direito a rodas de 16″ pintadas em preto, faróis fullLEDs e até mesmo um teto-solar panorâmico para atrair um cliente que quer fugir do básico, mas não pode subir tanto o valor a ser gasto na compra do carro.

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Hatch “mil” com estilo

À primeira vista, o novo Peugeot 208 Style 1.0 passa longe de parecer um carro 1.0. A grade frontal traz acabamento cromado em vez de ser em plástico fosco básico, as calotas dão lugar a belas rodas de liga-leve de 16″ pintadas em preto montadas em pneus 195/55 R16 – mesma medida usada nas versões com motor 1.6. Destaque ainda para os belos faróis full-LED do 208 Style, que destacam a famosa assinatura “dente de sabre” com luz diurna de LED que vai até a base do para-choque. Estilo que você encontrava até pouco tempo atrás somente na versão mais cara, Griffe 1.6 automática.

O mais interessante é que o desenho bem acertado do 208 nos faz esquecer que ele já foi lançado há exatamente dois anos no Brasil. Ainda assim, a versão Style 1.0 conseguiu trazer um ar de novidade, que continua chamando a atenção pelas ruas. Prova disso é que em uma breve parada deu para notar o quanto desperta a curiosidade das pessoas, com algumas diminuindo o ritmo da caminhada para observar melhor suas linhas.

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Com 4,05 metros de comprimento, 1,74 m de largura e 1,45 m de altura, o 208 é um dos hatches com melhores proporções quando o assunto é design, fazendo qualquer um que cruze seu caminho olhar para ele. Indo para a cabine do 208 Style, aqui também esquecemos brevemente que se trata de um modelo 1.0.

Os plásticos da cabine continuam com os bons arremates das demais configurações, com destaque para as diferentes texturas, como a que cruza o painel e vai até as portas, remetendo fibra de carbono. Os detalhes em preto brilhante também estão lá, assim como os botões inspirados na aviação. Bonitos também os bancos em tecido, que combinam uma padronagem cinza com costuras em azul.

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A ficha vai cair mesmo que está numa versão mais básica por conta de detalhes como o painel simples com um pequeno display digital monocromático com funções básicas de computador de bordo, partida do carro com uso da chave canivete e volante sem revestimento em couro. O painel, aliás, poderia contar com uma iluminação um pouco mais forte para melhor visualização dos instrumentos.

A boa novidade é que na linha 2023 o 208 recebeu a central multimídia com tela de 10,3″, que traz suporte a Apple CarPlay e Android Auto sem o uso de cabos. O layout mudou bastante, com menus intuitivos. A ressalva fica para a operação do ar-condicionado, que poderia ser feita por botões próprios em vez da tela. Um detalhe que acabou incomodando é que o menu de climatização no display entrava no lugar do Android Auto sempre que o ar-condicionado era ajustado – e não retornava para a tela usada antes, sendo necessário tocar na tela para voltar ao aplicativo Waze, por exemplo.

1.0 do Argo caiu bem

Com a chegada do motor 1.0 Firefly da Fiat, o novo Peugeot 208 repete uma estratégia parecida com a do antigo 206, que tinha versões equipadas com o motor 1.0 16v da Renault. A grande diferença é que na época era uma parceria entre as montadoras francesas, enquanto agora tudo está “em casa”, afinal, Peugeot e Fiat estão sob o guarda-chuva do grupo Stellantis. Por isso cada vez mais veremos esse intercâmbio entre as diversas montadoras do grupo, o que na prática vai reduzir custos.

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Assim, o motor 1.0 Firefly usado no 208 Style conta com as mesmas especificações encontradas no Argo. São 71 cv e 10 kgfm de torque com gasolina e 75 cv e 10,7 kgfm quando abastecido com etanol, rendimento que caiu bem no 208 que traz a plataforma CMP – mais refinada do que a usada pelo hatch da Fiat. Além do motor, o 208 Style tem em comum com o Argo a central eletrônica que, apesar de ser a mesma, ganhou ajustes específicos para a proposta mais dinâmica do 208, à exemplo das respostas de acelerador e do motor. E o resultado vimos em nossos testes.

Na aceleração de 0 a 100 km/h, o 208 Style 1.0 completou a prova em 15,9 segundos, mesmo tempo obtido em nosso último teste com o Argo 1.0 S-Design no ano passado, porém com o motor 1.0 sem calibragem do Proconve L7. De contrapartida, a agilidade do 208 no dia a dia é mostrada na prática nas acelerações de 0 a 60 km/h em 6,1 s e de 0 a 80 km/h em 10,3 s, mas baixas, respectivamente, do que os 6,3 s e 10,7 s do teste do Argo.

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A explicação para isso certamente fica para o câmbio que, embora seja o mesmo manual de 5 velocidades que a Fiat usa no Argo, tem relações mais curtas, principalmente na 1ª e 2 marchas. É preciso até se acostumar nas saídas de semáforo, pois ao engatar a 1ª você joga praticamente em seguida a próxima marcha. É verdade que os engates são mais precisos, mas ainda tem aquela característica dos modelos de Betim com a 5ª marcha jogada bem longe à direita.

O que é incontestável é que o 208 Style é gostoso de dirigir, sobretudo pela rodagem sólida fruto da plataforma CMP e por conta do isolamento acústico que, sem dúvidas, é um dos melhores entre os hatches compactos. Até a trepidação característica dos motores três cilindros é esquecida, tanto em marcha-lenta ou com o motor a plenos pulmões.

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O motor 1.0 Firefly segue com sua característica de boa entrega de torque desde baixas rotações conhecida no Argo, mas no 208 a dirigibilidade fica mais agradável por conta do comportamento da suspensão, com o carro bem mais assentado e grudado ao chão, além de ser um tanto mais comunicativo com sua direção elétrica progressiva bem calibrada. O hatch te obedece com clareza mesmo nas curvas mais fechadas.

Ele se sai muito bem no ambiente urbano, garantindo boa agilidade para a categoria. Logicamente não tem o desempenho de um 1.0 turbo, mas o hatch francês não faz feio mesmo carregado e com o ar-condicionado ligado. Com esse uso, registrou média de 12 km/litro na cidade. Rodando em vias expressas e rodovias, as reduções são mais frequentes para ultrapassagens e retomadas, mas basta manter o motor dentro da faixa útil de torque que vai manter sua agilidade. Só não fique esticando para altas rotações, justamente onde o 208 acaba devendo. Na estrada, o consumo ficou em 15,6 km/litro na gasolina, com uma relação mais longa nas últimas marchas.

Galeria: Peugeot 208 Style 1.0 2023 (teste)

Vale a pena?

O grande calcanhar de aquiles do Peugeot 208 Style (e nas demais versões) é o espaço interno, principalmente para quem vai sentado no banco traseiro. E se o motorista tiver acima de 1,80 m então, o aperto será garantido para quem vai logo atrás. Mas o 208 compensa isso com uma cabine bem resolvida, com boa posição de dirigir com o painel elevado e nível de acabamento acima do esperado, trazendo até teto-solar panorâmico fixo nessa versão.

O pacote de equipamentos ainda agrega o já citado farol full-LEDs – que tem até regulagem automática de altura, luzes DRL, além de câmera de ré de 180º, sensor de estacionamento, 4 airbags, ar-condicionado, multimídia com tela de 10,3” e suporte a Apple Carplay e Android Auto sem fio, carregador de celular por indução no console, duas entradas USB, rodas de liga-leve aro 16” pretas, aerofólio traseiro, assistente de partida em rampas, chave tipo canivete e controles de tração e estabilidade.

Ao juntar o motor 1.0 Firefly a um visual de carro topo de linha, o 208 Style acaba trazendo uma proposta exclusiva para o segmento de hatches compactos. E pelo jeito a estratégia está dando certo, já que o Peugeot 208 ocupa hoje o 4ª lugar no segmento nas vendas acumuladas até agosto. A boa notícia é que, para quem era fã do 206 Moonlight, vai poder voltar no tempo.

Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)

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