- a) Enfrentando Nossos Medos
- b) Tomada de Posição
- c) A Tecnologia que Amamos e Odiamos
- e) Otimismo Cauteloso
- f) Caminho para a Alegria
Um mundo mais tenso: seis em cada dez entrevistados dizem que sentem um esgotamento com a vida em geral Valentin Antonucci|Pexels
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a) Enfrentando Nossos Medos
Diante da sentença “tomei cuidados para aumentar minha segurança pessoal”, globalmente 68% dos homens e 65% das mulheres respondem sim. Quando a lupa é jogada sobre os 1.006 brasileiros consultados ficamos alinhados. São igualmente 68% dos homens que dizem sim e 61% das mulheres. Mas ao recortamos um pouco mais e mergulharmos nos cinco temas que metem mais medo (inflação, desigualdade econômica, alguém próximo ficar gravemente doente, terrorismo doméstico e abuso de drogas), o Brasil dispara puxando a fila do temor. Inflação é algo que apavora 84% dos brasileiros. Entre os 16 países, estamos atrás apenas de Espanha (87%) e África do Sul (88%). Quem menos se preocupa com alta de preços são os chineses (56%). No campo da desigualdade, ninguém fica à frente de nós: 82%. No lado oposto da lista está a China (42%). No terceiro item, uma doença grave em algum amigo ou familiar, também lideramos (75%) tendo mais uma vez a China no outro extremo (41%). O quarto item é o terrorismo doméstico, e de novo somos o mais assustado a respeito (67%), acima de europeus e do Oriente Médio, tendo a China novamente lá atrás (34%). Por fim, abuso de drogas é pesadelo de 69% de nós, com a Alemanha na fila dos menos aterrorizados a respeito (29%). Resumindo, de cinco itens somos os mais preocupados em quatro e ficamos em terceiro em um (inflação). Neste item, a pesquisa Ford é um belo mapa e recado ao governo Lula.
b) Tomada de Posição
c) A Tecnologia que Amamos e Odiamos
Brasil e Espanha são os países em que as pessoas mais ficam chateadas com interrupções provocadas por dispositivos digitais (65% ambos). Na ponta oposta estão os alemães (50%). Quando o questionamento migra para segurança cibernética também ficamos acima de todos – e puxamos bem a média global. No planeta, 43% dos homens e 50% das mulheres têm o tema como preocupação. No Brasil, a pergunta ‘informações pessoais caindo em mãos erradas é um medo imediato’ teve resposta afirmativa de 68% entre homens e 72% entre mulheres. Nenhum lugar do mundo fica à frente.
d) Escapismo
Escapismo foi a palavra usada para tratar de questões relacionadas ao autocuidado e ao autoentendimento. Uma pergunta me chamou muito a atenção: ‘Eu me sinto sozinho regularmente’. A resposta dos brasileiros foi afirmativa e ficou (56%), ao lado da Índia, acima de todos os demais países. O tema é também um problema geracional, já que os mais jovens tendem a se sentir mais sós. No mundo, a geração Baby Boomers (1946-1964) responde sim em 35% das vezes e a Geração Z (1997-2012) salta para 62%. No Brasil os números disparam: 50% entre os Boomers e 74% na Geração Z. Aqui há um forte indicador de problema à vista na gestão púbica da saúde mental. Pelo menos estamos atentos. Enquanto a média global entre aqueles que buscam um espaço para relaxar e repor energias é de 76% entre homens e 78% entre mulheres, no Brasil os índices sobem e chegam a 86% (homens) e 83% (mulheres)
e) Otimismo Cauteloso
f) Caminho para a Alegria
No último bloco, o Relatório de Tendências Ford 2023 aborda como as pessoas encaram a riqueza, o trabalho, o sucesso. Na média global, diante da pergunta se cada um ‘busca intencionalmente encontrar alegria nos aspectos mundanos ou cotidianos da vida’, a média de todos os 16 países fica em 77% entre os homens e 81% entre as mulheres. No Brasil, os números crescem para 81% nos homens e 85% nas mulheres. Um mapa complexo, como se vê. Mas com pistas suficientes para entender o momento em que estamos e, em especial, o que desejamos.
* Países em que a pesquisa foi realizada: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Brasil, Canadá, China, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos, França, Índia, Itália, México, Reino Unido e Tailândia