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A Stellantis, dona das marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, mais uma vez defendeu o uso do etanol como vetor da eletrificação de veículos no Brasil, solução que a companhia vê como mais viável e menos custosa. Disposto a fortalecer sua estratégia, o presidente da companhia na América do Sul, Antonio Filosa, afirmou nesta sexta-feira, 31, que o próximo ciclo de investimentos do grupo “será maior que a soma de todos os concorrentes”.
O plano atual de investimento da companhia para a região é de R$ 16 bilhões para o período 2018 a 2025, mas o próximo pode ser para um prazo mais curto, porém de gastos voltados ao início da produção dos modelos híbridos flex. “Teremos de fazer tudo aqui, inclusive com fornecedores locais, pois não vamos trazer kits de fora para montar aqui”, disse o executivo em encontro com jornalistas em São Paulo.
Para mostrar a eficiência do combustível da cana-de-açúcar, a Stellantis, em parceria com a Bosch, simulou um teste dinâmico em tempo real em um veículo com quatro fontes de energia para comparar os níveis de emissão de CO2 de cada um.
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Filosa avaliou que cada país precisa avaliar qual solução é melhor para seu mercado em termos de tecnologia e custos. Parta ele, como aponta o resultado do teste, a opção mais viável é o etanol com eletrificação
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Ele sugeriu também que o governo deveria encabeçar um projeto de desenvolvimento para o etanol que envolvesse o Brasil, os países da região (especialmente a Argentina) e outros, como a Índia, que tem interesse em carros flex e pode ser importante parceiro comercial.
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Retorno do carro popular
O presidente da Stellantis disse que, no momento, carros elétricos de entrada (os mais baratos) não são viáveis. Por outro lado, ele está se empenhando na volta dos chamados carros populares (nomenclatura que foi substituída por de entrada) ao mercado brasileiro. Hoje, só há dois modelos à venda considerados de entrada, o Renault Kwid, que custa R$ 68,2 mil) e o Fiat Mobi, a R$ 69 mil.
Na visão de Filosa, é necessário primeiro definir o conceito de carro popular que, para ele, é pequeno, mais simples, com menos equipamentos, porém seguro. Para baratear o preço, ele afirmou ser necessário reduzir impostos, definir quais seriam os itens de segurança essenciais e baratear o crédito.
O carro com motor 1.0 hoje já tem Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) menor que o dos demais, mas é usado também em carros de maior valor, como aqueles com motor turbo. Filosa acredita que o tema deve ser levado ao governo federal, mas até agora não houve nenhum encontro para tratar especificamente desse assunto.