Vice-presidente executivo da Kia anunciou que marca pode fechar definitivamente as portas da empresa no país
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- Fabricantes continuam saindo da Rússia
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A saída de grandes fabricantes da automóveis na Rússia não para por conta da guerra da Ucrânia. Assim, o maior país em extensão territorial do mundo pode ter mais uma marca encerrando suas operações: a Kia. Algo importante a destacar é que a Kia é a segunda fabricante em volume de vendas no país, ficando apenas atrás da Avtovaz (a famosa Lada).
“Se você me perguntar um fator negativo para as vendas, eu diria que a volatilidade na Rússia pode acelerar no próximo ano e o próprio mercado automobilístico pode fechar completamente por um tempo”, disse Woo-Jeong Joo, vice-presidente executivo da Kia, durante uma teleconferência de resultados. “Podemos considerar fazer apenas um negócio de pós-serviço, porque basicamente não podemos fornecer carros lá.”
Em números gerais, a Kia foi a segunda marca mais vendida na Rússia no ano passado, quando conseguiu uma participação de mercado de 12,3%, ficando atrás apenas da rival local AvtoVAZ – que deteve à época 21% do mercado. Já a Hyundai fechou o pódio com 10% de participação. As três ainda mantém essas posições, mas logicamente com muito menos volume de vendas. Ainda no ano passado, a Kia teve quatro carros entre os 25 carros mais vendidos do país, liderando com o hatch Rio com 82.941 carros comercializados. Nesta semana, a Kia divulgou seu lucro operacional para o terceiro trimestre, que ficou abaixo das estimativas médias dos analistas.
Galeria: Kia Rio Sedan 2020
Por fim, Joo também disse que as interrupções na cadeia de suprimentos na Rússia e na China devem continuar no quarto trimestre. De acordo com o Automotive News Europe, o executivo se recusou a comentar quando perguntado se a Hyundai também estaria planejando vender sua fábrica na Rússia.
Fabricantes continuam saindo da Rússia
Vale lembrar que a Kia poderá se juntar a uma lista de montadoras que deixaram a Rússia após a invasão da Ucrânia no final de fevereiro. A Renault foi uma das primeiras a anunciar a venda de sua fábrica no país, em maio, vendendo sua participação majoritária para AvtoVAZ. No entanto, o contrato da marca francesa permite a opção de compra das ações num período de até seis anos. Depois foi a vez da Toyota em setembro, que anunciou sua saída definitiva do país.
A lista é longa e ainda tem a Nissan, que venderá sua operação para o governo russo. A situação da marca japonesa foi até mais complicada, já que a marca teve um prejuízo de 100 bilhões de ienes (US$ 687 milhões de dólares). Já o Grupo Volkswagen está procurando compradores para assumir sua fábrica em Kaluga, onde a produção foi interrompida logo depois do início do conflito na Ucrânia. Já a Mazda Motor está considerando uma saída permanente, afirmou a empresa japonesa. Ontem, a Mercedes-Benz também anunciou o fim de sua operação na Rússia.