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MotoGP pensa fora da caixa e dá passo importante com novo diretor-comercial

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A Dorna, promotora do Mundial de Motovelocidade, fez uma bela cesta com a contratação de Dan Rossomondo para o posto de diretor-comercial. Principal vitrine da empresa espanhola, a MotoGP precisava de alguém que pensasse fora da caixa espanhola da companhia e ajudasse o campeonato a chegar ainda mais longe.

Promotora do principal campeonato da FIM (Federação Internacional de Motociclismo) desde 1991, a Dorna teve um papel fundamental no desenvolvimento da MotoGP. Sob o comando de Carmelo Ezpeleta, a empresa conseguiu consolidar o campeonato, mas teve um trunfo bastante expressivo: Valentino Rossi.

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MotoGP tem bom campeonato, mas precisa fortalecer marketing (Foto: Aprilia)

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Durante anos a fio, o italiano foi o rosto do esporte e, graças a um carisma ímpar, conseguiu levar a MotoGP mais longe. Mas, como acontece com todos os atletas, o #46 também pendurou o capacete — ao menos em duas rodas. E a MotoGP não se preparou tão bem quanto deveria para viver sem o maior astro.

Hoje, a MotoGP optou por uma mudança de formato que, ainda que tenha promovido boas corridas em Portugal e Argentina, tem cobrado um preço alto: já são cinco pilotos machucados, e o grid em Termas de Río Hondo teve só 17 integrantes. Só que não era de um novo formato esportivo que o Mundial precisava.

Juntas, Dorna, FIM, IRTA (Associação Internacional das Equipes de Corrida) e MSMA (Associação das Fábricas de Motocicletas Esportivas) fizeram um excelente trabalho com o regulamento — talvez a única exceção seja o atual papel da aerodinâmica — e, esportivamente, o campeonato é saudável.

Falta, porém, um trabalho melhor no campo de promoção e marketing. A gestão da Dorna é muito como uma empresa familiar. Carlos Ezpeleta, filho de Carmelo, é o diretor-esportivo. A filha, Ana, é quem cuida das categorias de base. Ano passado, Tomé Alfonso, o sobrinho, assumiu o posto de comissário de segurança, na vaga do agora aposentado e ex-piloto Franco Uncini. Até janeiro passado, a direção comercial era feita por Manel Arroyo, cujo filho Alex foi produtor-executivo da série ‘MotoGP Unlimited’, o outro filho, David, atuava como diretor de mídia do Mundial de Superbike, outra série da empresa espanhola.

Todos podem ser ótimos nas respectivas funções, mas talvez não sejam os melhores do mercado. A MotoGP precisava deixar de ser ‘Ezpeletacentrista’ e se abrir para o mundo. A categoria precisava de alguém que pudesse levá-la mais longe, que tivesse um olhar menos europeu e mais global. Afinal, estamos falando de um campeonato mundial.

E não é difícil entender isso. Basta olhar para a Fórmula 1. Na gestão Bernie Ecclestone, a categoria fazia um uso pífio das redes sociais e virava a cara para o público jovem. O então chefão chegou a declarar que não tinha interesse em atrair pessoas mais novas, pois “jovens vão ver a marca Rolex nas corridas, mas não podem comprar”.

Tudo mudou, porém, com a chegada do Liberty Media. A empresa norte-americana abriu a categoria para o mundo e tem na série da Netflix ‘Drive to Survive’ como um dos trunfos. Mesmo que a produção seja alvo de críticas do fã mais hardcore, é inegável que ela cumpriu muito bem o papel de atrair público. Isso é notório nas arquibancadas das corridas.

A MotoGP tentou fazer a própria versão de ‘Drive to Survive’, mas ‘MotoGP Unlimited’ beirou o fiasco. Lançada às vésperas do GP da Indonésia, a série não podia ser vista no país, já que a distribuição não atendeu Ásia, Oceania e América Latina. No continente americano, a série só foi disponibilizada quando entrou no Star+.

Mas não foi só isso. A série é ótima para quem já gosta da MotoGP, mas falhou bastante ao tentar conquistar um novo público. Tanto foi assim que a produção parou depois de uma única temporada.

Além disso, as últimas grandes novidades da MotoGP vieram de cópias da F1, como é o caso também da música tema, assinada por Marco Beltrami, compositor de trilhas de Hollywood. No caso do automobilismo, a música foi lançada em 2018 e leva a assinatura do compositor Brian Tyler.

A MotoGP precisa de um caminho próprio, alguém que pense fora da caixa. E, nesse sentido, alguém vindo da NBA é um trunfo. Rossomondo sai da bolha europeia, mas, mais do que isso, é preciso ver o valor da liga norte-americana de basquete e o quanto a categoria conseguiu se expandir para o mundo.

Dados do Ibope Repucom divulgados no início do ano passado mostram que o número de pessoas que consomem a NBA no Brasil saltou de 31 milhões em 2019 para 45 milhões em 2021. Além disso, 45% dos fãs no país são mulheres e já são quase duas dezenas de lojas da liga em território brasileiro.

A MotoGP precisa desse trabalho. Precisa de alguém que fortaleça a marca, que tenha ideias para atrair mais público e dê um novo alcance para o campeonato.

O Mundial de Motovelocidade como um todo tem potencial para encantar. Não faltam talentos e nem boas histórias. A própria Dorna produz um material de altíssima qualidade por meio do serviço pago VideoPass, mas é preciso levar isso às pessoas. E essa será a missão de Rossomondo.

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