Em meio aos caos que foi o GP da Austrália, eis que a McLaren conseguiu ressurgir na temporada 2023 da Fórmula 1 tal qual uma fênix das cinzas — talvez nem tanto, lógico, mas o fato é que Lando Norris e Oscar Piastri escaparam das confusões e levaram os dois carros aos pontos. E não foram colocações tão ruins: o novato terminou num honroso oitavo lugar, enquanto o britânico mais uma vez mostrou por que é um dos melhores pilotos do grid atual, recebendo a bandeirada em sexto.
Claro que se trata de um resultado totalmente circunstancial. Houve, por exemplo, o abandono de Charles Leclerc logo no início, isso sem contar com a batida entre os carros da Alpine — a principal adversária da equipe inglesa — na segunda relargada. O carro da McLaren em si ainda tem muitos problemas, sobretudo com a velocidade. Norris chegou a dizer que nem o DRS ativo era capaz de dar ao MCL60 algum ganho em reta. Ou seja, o futuro é mais incerto do que promissor no time de Woking.
▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!
A McLaren espera muito das atualizações — e não é para menos, pois precisa urgentemente de um carro melhor (Foto: AFP)
“Para mim, [a pausa] é uma ótima oportunidade, olhar para essas minhas três primeiras corridas na F1 e digerir o que deu certo e o que não deu. É como um recomeço para o restante do ano. Obviamente, você quer manter o ímpeto se estiver indo bem, e é uma boa chance para ‘resetar’ se for o contrário, então acho que vamos usar isso em nosso favor”, disse Piastri logo após seu GP caseiro.
Norris também viu as coisas “se encaixando” em Albert Park. Destacou os duelos contra Yuki Tsunoda (AlphaTauri) e Nico Hülkenberg (Haas) e ficou satisfeito com o ritmo do carro no circuito australiano. O natural de Brisol ainda que acredita que, na verdade, não há tanta diferença comparado ao carro do ano passado.
“Não é tão ruim quanto parece, diria isso com certeza. Não somos rápidos, essa é a resposta honesta. Tudo está muito próximo, então as coisas acabando punindo de verdade quando não acontecem a nosso favor. [Ao menos] chegamos à bandeira quadriculada [em Jedá], que é a regra número um”, comentou Norris na ocasião da corrida na Arábia Saudita.
Oscar Piastri já foi ao Q3 e pontuou na Austrália. Carro ajudando, pode conseguir ainda mais (Foto: AFP)
O primeiro grande problema para a equipe chefiada por Andrea Stella é o mesmo que atormenta todas as outras: o teto orçamentário. Houve uma queda acentuada neste início de temporada, e os problemas foram percebidos ainda na concepção do novo carro, como o próprio CEO, Zak Brown, citou recentemente, e daí houve a necessidade não só de uma mudança estrutural, como de uma revisão técnica em tudo o que estava sendo feito.
É por essa razão que a esquadra britânica não vai medir esforços para gastar tudo o que for possível para entregar a Norris e Piastri um carro capaz de, no mínimo, brigar pelo quarto lugar, tal como foi no ano passado. Mas há outra questão também: o almejado posto não é mais ocupado exclusivamente pela Alpine. Aston Martin saiu das três primeiras corridas como segunda força do grid, enquanto Mercedes e Ferrari estão um pouco mais atrás. Ou seja, no momento, o título de ‘melhor do resto’ é do quinto para baixo!
Mas independentemente de qual seja a posição, a verdade é uma só para o time inglês: se não conseguir o progresso que busca já em Baku, com o primeiro pacote de atualizações, corre sério risco de se ver numa briga com Alfa Romeo, AlphaTauri e Williams para ver quem escapa da rabeira da tabela. E para quem perdeu para a Alpine ano passado no detalhe e teve o único piloto fora do trio Red Bull/ Ferrari/ Mercedes a marcar mais de 100 pontos, é algo que beira ao fiasco.
A Fórmula 1 entrou em um recesso forçado de quatro semanas, por conta do cancelamento do GP da China, e retoma a temporada 2023 entre os dias 28 e 30 de abril, com o GP do Azerbaijão, nas ruas de Baku.
Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.
