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Martín destrava na sprint em Le Mans. Climão se instala na MotoGP nos bastidores

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O sábado (13) foi quente na MotoGP na França. Na pista, a corrida sprint ofereceu mais um bom espetáculo — especialmente em um dia recheado de ação —, mas, nos bastidores, uma bela torta de climão assa em fogo cada vez mais alto.

Começando pelo lado mais esportivo da coisa, Jorge Martín desencantou em Le Mans. Longe do topo do pódio desde o GP da Estíria de 2021, o espanhol da Pramac voltou a olhar a MotoGP de cima. E, mesmo que a prova curta não conte para as estatísticas do campeonato, a injeção de ânimo é inegável.

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Jorge Martín venceu sprint em Le Mans (Foto: Red Bull Content Pool)

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“É só uma sprint, mas, pelo menos, tenho a sensação de ter liderado”, disse Martín. “Tirei um bloqueio mental que às vezes te afeta quando a vitória não chega”, seguiu.

O grande trunfo do #89 neste sábado foi a largada. Saindo de quinto no grid, Martín disparou no apagar das luzes e se colocou em segundo logo no apagar das luzes. Sem muita demora, tomou a liderança de Francesco Bagnaia e, a partir da volta 4, disparou na ponta sem nem notar a concorrência. Quer dizer, ele até notou, mas apenas para ter a medida da própria velocidade.

“Tive um problema com a pit-board e não sabia quão rápido estava indo, mas, pela diferença que tinha, sabia que não era lento”, relatou.

A boa largada, contudo, não foi fruto da qualidade do motor Ducati ou do dispositivo de largada da Desmosedici. Jorge saiu bem, pois recorreu aos estudos. Mais especificamente, a saída de Enea Bastianini no ano passado.

“Eu estudei a largada do Bastianini no ano passado e copiei”, revelou. “Amanhã acho que não vai funcionar, pois os outros vão fechar a porta. Logo invento alguma coisa”, avisou. “Sei que, com pista limpa, tenho ritmo, como quase todos. Se não tivesse feito essa largada, teria sofrido um pouco para ultrapassar, mas a verdade é que não achava que poderia escapar tanto”, completou.

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Brad Binder conseguiu avançar bastante na corrida (Foto: Red Bull Content Pool)

Quem também se pôs forte na corrida foi Brad Binder. Como sempre, o sul-africano fez uma prova de recuperação e, tão logo assumiu o segundo posto, escapou do pelotão, mas não conseguiu alcançar Martín.

“Sabia que a largada era tudo para a sprint”, comentou Brad. “Se eu pudesse avançar e ficar com os caras no início, então eu poderia rodar na ponta. Dei o meu melhor hoje e tenho de agradecer à minha maravilhosa equipe, pois fizemos um trabalho incrível outra vez”, elogiou.

“Está claro o que podemos melhorar para amanhã, então estou ansioso. Acho que podemos fazer um trabalho muito melhor na corrida longa”, frisou.

Nos bastidores, porém, o descontentamento dos pilotos com o Painel de Comissários já começa a respingar na rivalidade entre eles. Terceiro colocado na corrida, Bagnaia saiu irritado com o fato de Marc Márquez ter escapado ileso de um toque entre eles. Afinal, entende que, em Jerez, foi sancionado e teve de entregar uma posição a Jack Miller por um lance idêntico.

“A batalha que tivemos foi normal, disso eu gosto. O problema é que, há duas semanas, tive uma punição pela mesma coisa”, disse Bagnaia ao serviço de streaming espanhol DAZN. “Eu prefiro que as disputas sejam assim, mas gostaria que tudo fosse igual, como aconteceu comigo em Jerez, quando eu toquei Miller e me fizeram perder uma posição. Hoje aconteceu, mas [a ação dos comissários] não foi igual. É sempre a mesma história”, frisou.

O hexacampeão, claro, rebateu e ainda tratou de alfinetar o campeão vigente da classe rainha do Mundial de Motovelocidade.

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Francesco Bagnaia e Marc Márquez trocaram alfinetadas (Foto: Ducati)

“É fácil aumentar o coro da moda”, ironizou Marc. “A minha ultrapassagem é completamente lógica: uns ultrapassam nas retas, outros fazemos nas curvas”, disparou.

Pecco, entretanto, não foi o único a se irritar com a posição dos comissários da FIM (Federação Internacional de Motociclismo). Luca Marini acha que Brad Binder merecia uma pena por tê-lo colocado para forma, mas isso não aconteceu. Para piorar, o titular da VR46 avaliou que os árbitros da MotoGP descumpriram o acordo que fizeram na sexta-feira, após a reunião entre os pilotos e Freddie Spencer, o líder do Painel.

Os pilotos têm se queixado constantemente das decisões irregulares dos comissários e, depois de muito insistir, conseguiram uma reunião para ouvir Spencer e apresentarem seus pontos de vista.

“Estou muito irritado com os comissários”, disse Marini. “Em Jerez, eles tomaram uma decisão, mas hoje, diante de um incidente idêntico, tomaram outra diferente. A conversa que tivemos com eles não resolveu todos os problemas, mas, pelo menos, esclareceu alguns pontos. E, apesar disso, hoje eles voltaram a mudar o critério”, sublinhou.

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Luca Marini e Brad Binder (Foto: VR46)

“Em Jerez, obrigaram Pecco a devolver a posição a Jack Miller, e nem todos estávamos de acordo de que aquilo era o correto. Perfeito. Desta vez, Binder me colocou para fora da pista, diretamente, uma ação pior que a do Pecco, e não o fizeram devolver a posição. Ontem, disseram que manteriam o critério com determinados incidentes, mas, um dia depois, quebram a promessa. Isso me dá muita raiva”, salientou. “Se tivessem punido Binder, teria terminado em segundo, porque poderia ter passado Pecco e Márquez, que se enroscavam um pouco. Gostaria que alguém viesse me explicar. Se simpatizam com Binder ou não podem punir a KTM, que avisem. Se for assim, aceito, pelo menos eu terei uma explicação. Mas que eles não nos deixem assim, sem saber como temos de nos comportar na pista. Se querem fazer disso uma disciplina livre, como o Supercross, que todo mundo saiba”, defendeu.

“Têm pilotos que pulam em cima de você desnecessariamente. Fazem por maldade, para te irritar e para você não tentar ultrapassar na curva seguinte. Binder sempre faz a mesma coisa. Vem para cima, ele faz a curva e te joga para fora. E não o punem”, encerrou.

A largada da corrida da MotoGP, em Le Mans, acontece no domingo, às 9h (de Brasília). O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade.

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