Depois do Compass, a marca prepara o SUV maior para o mercado brasileiro como modelo topo da marca.
- Galeria: Jeep Grand Cherokee 4xe 2022
- Mais potência, torque e melhor consumo
- Grand Cherokee com uma torção
- Um novo mercado?
- Alto nível em suas versões
- Mais Plug-in por vir
Qualquer Jeep tem que provar sua capacidade fora-de-estrada. Assim, acabei ficando em um nada confortável ângulo lateral em uma rocha, confiando na reduzida para me puxar devagar para o lugar correto, com uma das rodas bem no ar. O objetivo era mostrar que o novo Jeep Grand Cherokee 4xe 2022, híbrido, é tão capaz com seu motor elétrico que seus irmãos a combustão.
Também passei por travessias com 60 cm de profundidade de água, raspando a placa de proteção inferior em uma rocha durante o processo. E embora não tenhamos rebocado, o 4xe tem capacidade declarada de mais de 2.700 kg. Considere essa primeira missão cumprida. O 4xe é a opção plugin aos motores V6 e V8 do SUV. Chegará ao Brasil ainda em 2022 e será o segundo plugin da marca, seguindo o Compass 4xe.
Galeria: Jeep Grand Cherokee 4xe 2022
Mais potência, torque e melhor consumo
Tanto o Grand Cherokee quanto o Wrangler híbridos usam motores praticamente idênticos. O conjunto é composto pelo 2.0 turbo com um motor elétrico (que não tem potência divulgada), este entre o motor turbo e a transmissão automática de 8 marchas. É alimetado por uma bateria de 17 kWh montada no assoalho e protegida por placas. A potência combinada é de 380 cv e um torque divulgado de 65 kgfm – mais que o V8 5.7 aspirado – e com um consumo de 9,8 km/litro (pelo EPA no modo Hybrid), melhor que o do V6 3.6.
Grand Cherokee com uma torção
Ao volante, as características e equipamentos usuais do Grand Cherokee são complementados por algumas novas funções. Ao ligar o Jeep, a palavra hybrid aparece no painel, significando que seu modo padrão de funcionamento é o que mistura o motor a combustão com o elétrico. Os botões no lado esquerdo do painel oferecem os modos 100% elétrico e o e-Save. O primeiro, como diz o nome, impulsiona o SUV somente com as baterias, enquanto o segundo retém a carga para um uso posterior.
Comecei em Austin, no Texas, no modo elétrico. Em uma mistura de cidade e trecho de rodovia, conseguimos o consumo declarado pelo EPA. O motor elétrico manda a força pelo câmbio automático de 8 marchas, o que pode surpreender quem está acostumado com carros elétricos a ver as marchas serem trocadas e o Jeep ganhando velocidade.
O botão “Max Regen” na parte superior do centro do painel aumenta a capacidade regenerativa. Permite algo próximo do “one-pedal) em velocidade até cerca de 20 km/h, mas abaixo disso o motorista precisa acionar os freios tradicionais para a parada total.
No modo Hybrid, no qual o 4xe rodará em boa parte do tempo, o conjunto fica um pouco menor glamuroso. O 4xe teve algumas transições estranhas entre o sistema elétrico, a gasolina e com a frenagem regenerativa. É a penalidade ao usar um sistema com a transmissão automática tradicional – sistemas de motores separados como da Toyota e Ford tem entregas mais suaves. O Jeep deverá ter uma atualização de software com o tempo, mas nada tão suave quanto o câmbio quando trabalha sozinho.
Um novo mercado?
O Grand Cherokee (e sua versão de 7 lugares, o Grand Cherokee L) foram totalmente redesenhados nos últimos dois anos. Suas virtudes off-road são bem conhecidas, mas acrescentar a versão de 7 lugares finalmente colocou o SUV no ponto ideal para o segmento. Só na América do Norte, o Grand Cherokee já registra um grande lucro. Mais de 7 milhões foram vendidos em 30 anos, sendo que no ano passado foram cerca de 250 mil. As fortes vendas levaram a empresa a acionar uma segunda planta de montagem para fazer mais.
Na Europa e no Brasil, os Jeep menores, como o Renegade e Compass, fazem sucesso e, no Velho Continente, ambos receberam sistema híbridos. Nos Estados Unidos, começou com o Wrangler e este conjunto está subindo de patamares. O Grand Cherokee 4xe está de olho no lucrativo mercado de SUVs familiares híbridos, e ajuda os grandes modelos da Stellantis a cumprir regras de médias corporativas de consumo de combustível da EPA.
Alto nível em suas versões
A Summit Reserve, topo de linha, começa em US$ 69.820 e chega aos US$ 79.000. São muitas coisas que aparecem na lista de equipamentos, inclusive opcionais, mas há algumas que precisam estar no carro, como o Summit Reserve Group de US$ 4.480. Inclui uma tela sensível ao toque para o passageiro da frente, sistema de som McIntosh de 19 alto-falantes, um anulador de ruídos e bancos em couro Palermo, assim como as rodas de 21″. Na Overland, essa tela e o sistema de som assinado custam US$ 1.095.
Para levar os sistemas de segurança ativa, você terá que gastar um pouco a mais. O Protech Group III inclui Head-Up Display, assistência de cruzamentos, visão noturna com detector de pedestres e animais, câmeras 360 e um sistema de lavador para a câmera traseira. Isso custa US$ 2.235. No entanto, o retrovisor interno com câmera é um outro pacote.
Mais Plug-in por vir
Com o tempo, é evidente que mais proprietários da Jeep experimentarão o 4xe. A maioria descobrirá a aceleração silenciosa e o torque do modo totalmente elétrica. Enquanto isso, a Stellantis já vendeu milhares de híbridos plug-in na Jeep e Chrysler – e muitos ainda chegarão, inclusive no Brasil.
Se você está de olho em um Grand Cherokee, o 4xe fornece mais potência do que qualquer outro conjunto disponível. É o gosto da condução elétrica sem as preocupações da autonomia ou onde recarregar o carro em viagens longas. Como disse um entusiasta dos elétricos há alguns anos, os híbridos plug-in são a porta de entrada para a compra de um carro 100% elétrico no futuro”. E a Jeep sabe disso.