Giacomo Agostini marcou uma era nos Mundiais de motociclismo, com um total de 15 títulos. Agora, as coisas são muito diferentes – com a tecnologia a tornar as motos mais avançadas e potentes do que nunca, algo que o ex-piloto vê com algum desagrado perante a importância extrema da eletrónica para a pilotagem.
– Claro! Por que não? É claro que eu teria de aprender muito. No entanto, hoje em dia queixo-me da eletrónica. Há demasiada. Os engenheiros dizem: sem eletrónica, o piloto não consegue pilotar. Não gosto disso, porque quero que seja o piloto a pilotar a moto. Espero que, um dia, eles reduzam a potência das motos, porque o desempenho torna muitas coisas difíceis. Os pneus, a suspensão, os travões… não há espetáculo só porque tens 300cv, o espetáculo é criado pelos pilotos.
Por contraste, recordou Agostini, as motos na sua altura eram menos potente e não deixava de haver espetáculo nas corridas… enquanto agora a gestão dos pneus é primordial: ‘Quando eu competia, ou o [Jarno] Saarinen, Kenny Roberts, Valentino Rossi ou [Max] Biaggi… tínhamos 120cv, 130cv ou talvez 150cv, mas o espetáculo estava lá. Era o piloto a fazer o espetáculo. Deviodo ao desempenho, há problemas e o que gerir melhor os pneus ganha. Penso que precisam de mudar alguma coisa’.