FIAT

Fiat Pulse Abarth. Vale a pena?

Se esteticamente o carro é equilibrado, a partida por botão acorda o escorpião

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Fiat Pulse Abarth. Foto: Divulgação

Esportivo, o Fiat Pulse Abarth transmite uma condução afiada e ainda mostra elementos que nos remete a icônicos carros da Fiat do passado. Vale a pena?

Lembro com entusiasmo da sinfonia do motor cinco cilindros 2.4 20V do Fiat Stilo Abarth, assim como das respostas acesas do 500 Abarth, com seus 167 cv e 23 kgfm extraídos da unidade 1.4 16V turbo associada a uma caixa manual de cinco marchas. Sendo assim, como em uma volta ao passado, me agarrei a essa oportunidade de passar alguns dias ao volante do novo Fiat Pulse Abarth.

Poderia até ser Abarth Pulse – afinal, a Abarth é considerada uma marca independente (era parte da Fiat e agora pertencem ambas à Stellantis). O Pulse é o primeiro do clã neste retorno da marca ao mercado nacional, com preço de R$ 149.990. Carlo Abarth, fundador da marca, piloto e talentoso preparador, ficaria orgulhoso, pois tudo no projeto foi revisado, do design à parte técnica.

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Esteticamente, é um carro muito equilibrado: tem para-choque frontal mais baixo com entradas de ar para ajudar na aerodinâmica, rodas com aro 17” e calotas centrais, logotipos alusivos à variante esportiva e dupla saída de escape com três polegadas. Dentro também: fui recepcionado pelo interior escurecido com confortáveis bancos, o símbolo do escorpião ao centro do volante e no painel e detalhes em vermelho – cor característica da Abarth.

A partida por botão acorda o escorpião, emitindo um berro rouco, que fica grave quando a rotação cai pra marcha lenta. Um presságio? Enfim, libertei a fera, que se mostrou dócil, quando não provocava o acelerador, e de condução fácil. Com 185 cv e 270 Nm (ou 27,5 kgfm), o motor é o 1.3 16V turbo com injeção direta (T270) dos SUVs da Jeep, atrelado a transmissão automática de seis velocidades.

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Mais potente que o Marea Turbo (182 cv), o Pulse Abarth mostra outra faceta ao se pressionar mais fundo o pedal direito. Um “rojão”, por conta da relação peso-potência de 6,92 kg/cv, com 0-100 km/h em 7,6 segundos. À medida que a velocidade aumentava, a atuação do marcador de pressão de turbo me remeteu a outro Fiat, o Uno Turbo. Nostalgias à parte, o Pulse devora curvas, com baixa rolagem da carroceria graças ao conjunto molas/amortecedores 13% mais firme, suspensão frontal com barra estabilizadora maior e, na traseira, 15% extras de rigidez. Mesmo assim, é bom de se usar na cidade, por não ser excessivamente duro – e, além disso, a direção elétrica é precisa e o vão do solo de 21,7 cm não o deixa enroscar em valetas e lombadas.

Se eu o compraria? Sim, afinal ele reúne características dos esportivos da Fiat do passado e entrega uma condução muito afiada, além de promover versatilidade pela carroceria e pelo porta-malas de sufi cientes 370 litros.

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COMPRE SE…

▲ Você quer uma experiência diferente e deseja um carro com reações acesas e que entregue um comportamento entusiasmado nas curvas.

▲ Você deseja ter um esportivo na garagem, mas não tem dinheiro de sobra. O Pulse Abarth entrega uma ótima relação custo x desempenho.

NÃO COMPRE SE…

▼ Você se importa com consumo. Fizemos médias de 4,5 km/l no trânsito pesado com o ar-condicionado ligado (usando etanol).

▼ Se o tamanho importa: o entre-eixos de 2,532 m garante um espaço só razoável para as pernas/joelhos dos passageiros traseiros.

CONTRAPONTO

Só para não perder o costume, mais um vez vou reclamar do domínio dos SUVs modernos. Se eles surgiram como alternativa “jovem e descolada” aos caretas três-volumes, a imagem de aventura nem sempre é correspondida pela mecânica. Viraram, como já diagnosticamos há mais de uma década, as “novas peruas”, modelos familiares versáteis e que – de quebra – têm suspensões mais elevadas para enfrentar sejam estradas de terra, seja o péssimo asfalto cheio de buracos e valetas das grandes cidades. Nesse contexto, uma aberração teórica como um SUV metido a esportivo deixa de ser bizarrice pra virar quase uma necessidade. E aí este Pulse Abarth se torna interessante. Claro que é preciso aceitar conviver com o interior de carro compacto, apertado, mas até que a marca colocou nele um bom pacote de segurança e tecnologia. Assim, conseguiu fazer um carro divertido de guiar, mas que não exige ficar escolhendo caminhos para não detonar as costas. Claro que, no limite, a carroceria mais distante do solo cobra na estabilidade, mas, considerando o mundo real, como carro de dia a dia, a esportividade surpreende. Agora, se morasse em uma cidade com asfalto liso, procuraria um esportivo mais baixo.

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Hatch tradicional, ele tem um 1.4 turbo com até 150 cv e 25O Nm e atinge os 100 km/h em 8,3 segundos com etanol.

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Tem motor 1.0 turbo, 120 cv e 170 Nm. Suspensão e direção têm calibrações exclusivas, mas o desempenho é fraco.

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