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Faep: problemas na BR-277 podem gerar prejuízo de R$ 600 mi no escoamento

São Paulo, 15 – Os problemas de interdição em estradas do Paraná, em especial na ligação Curitiba-Paranaguá via BR-277, devem causar prejuízo ao agronegócio estadual, disse a Federação da Agricultura e Pecuária do Paraná (Faep), em nota. Considerando apenas a logística da soja (sem contabilizar outras cadeias produtivas), o gasto extra caso o escoamento tenha que ser feito pelo Porto de Santos (SP) pode passar de R$ 600 milhões, segundo cálculo do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema Faep/Senar-PR.

A federação ressaltou que, nos últimos meses, por diversas vezes, a BR-277 esteve interditada de forma total ou parcial por queda de barreiras, rachaduras na pista e risco de desmoronamento. A projeção leva em consideração o cenário de interrupção total da BR-277, única estrada que comporta o tráfego de cargas pesadas até o Porto de Paranaguá. Neste caso, a produção teria que sair por outro complexo portuário.

O frete de caminhão de sete eixos, com capacidade para 57 toneladas, custa R$ 4,86 por saca no trajeto Cascavel-Paranaguá, que totaliza 600 quilômetros, segundo a estimativa da federação. Já no itinerário Cascavel-Santos, com distância de 1 mil quilômetros, o frete sai por R$ 7,73 por saca, conforme a Faep. “Já partiríamos de uma logística com prejuízo elevado ao setor produtivo, por causa do frete maior”, disse o presidente do Sistema Faep/Senar-PR, Ágide Meneguette, em nota.

A Faep toma como base a previsão do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), de colheita de soja de 21 milhões de toneladas. Segundo a federação, o Estado deve exportar 15,7 milhões de toneladas. Se todo esse volume deixasse de sair por Paranaguá, por uma interdição total da BR-277, o prejuízo seria na ordem de R$ 602,7 milhões somente pelo custo de frete a mais até Santos. “Já existem várias cooperativas e traders que, em razão das más condições da estrada, têm optado por enviar suas cargas para outros portos”, afirmou Meneguette, no comunicado.

A Faep aponta ainda que os portos trabalham com o pagamento de uma taxa de incentivo (ágio) ou desincentivo (deságio) ao transporte de determinadas mercadorias. “Nesse momento, para se exportar oleaginosa pelo complexo portuário paranaense está se praticando um deságio (desconto) de R$ 1,15 por saca. Ou seja, um prejuízo de R$ 241,31 milhões, caso seja aplicado às 15 milhões de toneladas de soja que devem ser exportadas”, apontou a federação.

Segundo a Faep, o cálculo para chegar ao ágio ou deságio no porto é multifatorial, envolve aspectos como condição climática, estado dos equipamentos usados no complexo e também as dificuldades para se chegar ao porto. “O trecho da BR-277 na Serra do Mar tem apresentado bloqueios totais e parciais constantemente, o que dificulta o escoamento das cargas. Se a situação piorar, isso pode contribuir também para a aplicação de deságios maiores”, disse Meneguette.

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