Ford

Ford Ranger

Testes

Exclusivo: dirigimos a nova Ford Ranger que chega ao Brasil em 2023

Nova geração do picape média fica mais refinada e quer ser a melhor do segmento

exclusivo: dirigimos a nova ford ranger que chega ao brasil em 2023

Vôos de conexão inevitáveis, um clima imprevisível e um curto contato de três dias. Este não é o cenário perfeito para um feriado tropical na bela ilha de Phuket, Tailândia, entretanto foi o melhor cenário para colocar a nova geração do Ford Ranger para enfrentar diversos desafios.

Junto com alguns jornalistas da Ásia e África do Sul, tive a oportunidade de experimentar a mais nova Ford Ranger antes de ser vendida em mais de 180 mercados mundiais, incluindo os Estados Unidos e Brasil – a segunda geração da picape média desde que a Ford a consolidou como um modelo global em 2011.

exclusivo: dirigimos a nova ford ranger que chega ao brasil em 2023

A Ranger agora usa uma versão fortemente modificada da aclamada plataforma T6 – batizada de T6.2 – adicionando modularidade ao chassi. A construção em três peças permitiu modificações como bitolas mais largas, amortecedores dianteiros monotubo revisados e uma suspensão traseira reposicionada fora da estrutura para maior estabilidade na estrada, capacidade off-road e refinamento da pilotagem. Algumas formas de eletrificação através de uma configuração híbrida também foram possíveis com a novidade – algo que vamos falar em uma outra oportunidade.

Como testamos, a nova Ford Ranger melhorou na comparação com a picape anterior (atual no Brasil) com as atualizações de chassi e tecnologias. A plataforma redesenhada melhora as características de condução tanto em estradas asfaltadas quanto no fora-de-estrada. A tecnologia adicionada amplia ainda mais as capacidades. Mas a maior integração tecnológica deixa espaço para melhorias em termos de experiência geral. A Ranger também poderia ter alguma ajuda de um motor mais potente, pelo menos nesta que eu dirigi por lá.

exclusivo: dirigimos a nova ford ranger que chega ao brasil em 2023

Mais robusta

A Ranger é uma picape de médio porte com um visual bem definido, mas a Ford queria ampliar ainda mais sua robustez com uma dianteira mais quadrada e para-lamas mais definidos. Da frente para traseira, há linhas esculpidas por todo o veículo, fazendo com que a picape pareça mais musculosa do que antes.

A dianteira da Ranger e seus distintos DRLs em forma de “C” têm uma semelhança impressionante com a irmã menor, a Maverick. A Ranger Double Cab Wildtrak, que foi a estrela do show e a configuração padrão da carroceria deste lado do mundo, permanece distinta com o acabamento cinza no para-choque inferior que se conecta à grade. A Ford afirma que os novos LEDs Matrix são inteligentes. Em contraste com o farol alto automático, as luzes podem permanecer brilhantes o tempo todo, mas têm a capacidade de ligar e desligar diodos específicos que podem cegar o tráfego em sentido contrário quando detectados.

O balanço frontal encurtado é evidente na nova geração quando vista de lado, feito movendo as rodas dianteiras 2 centímetros para frente para estender a distância entre os eixos. Isto significa um melhor ângulo de aproximação, mas falaremos mais sobre isso depois. Os racks prateados sobre a caçamba não só mantêm a continuidade do desenho com os de teto e degraus prateados, mas também funcionam como pontos de amarração funcional quando necessário. As lanternas sem graça da anterior se foram; as luzes agora vêm com detalhes LEDs para acompanhar os novos tempos.

exclusivo: dirigimos a nova ford ranger que chega ao brasil em 2023

Caçamba funcional, como deve ser

Uma caçamba funcional deve sempre fazer parte da conversa quando se fala de picapes. Para a Ranger, tenho o prazer de informar que a Ford certificou-se de que a traseira fosse a mais prática possível e pudesse servir como estação de trabalho.

Assim como a F-150, a nova tampa traseira da Ranger vem com ranhuras para grampos C. Há tomadas de força posicionadas perto da tampa traseira, também demonstradas durante o briefing do test-drive carregando um laptop enquanto um bloco de madeira era fixado na traseira aberta. A propósito, a tampa traseira também foi equipada com um amortecedor, de modo que, ao levantá-la, é necessário apenas um dedo.

Um protetor cinza é padrão no Wildtrak, enquanto a parte superior recebe forros plásticos para proteger a chapa de metal. As peças de plástico podem servir como pontos de perfuração para aqueles que desejam adicionar acessórios. A Ford também adicionou uma prática escada para a caçamba, que é integrada ao para-choques para facilitar a entrada/sobrevivência.

exclusivo: dirigimos a nova ford ranger que chega ao brasil em 2023

Mais inteligente do que nunca, mas com espaço para melhorias

Como a mais nova versão da picape média, a Ranger abre mão de mostradores analógicos e exibe um painel de instrumentos totalmente digital e uma enorme tela de 12,0 polegadas, sincronizada com Sync 4 – pelo menos com a versão Wildtrak. As telas são bastante legíveis e o contraste de cores faz o texto estalar, enquanto a característica capacitiva da tela central permite respostas rápidas.

Mas, assim como a maioria dos sistemas de infoentretenimento verticais que integram a maioria (se não todos) dos controles em uma tela só, a curva de aprendizado é íngreme. Levou algum tempo até que eu me familiarizasse com os menus – encontrar as câmeras 360 e os menus off-road significava encostar e explorar o sistema. A experiência teria sido melhor se fosse apenas através de um simples toque de botão. Passar pelo menu rotativo dos modos de acionamento também não foi perfeito. Havia uma latência substancial e o botão parecia barato, estragando a experiência geral.

exclusivo: dirigimos a nova ford ranger que chega ao brasil em 2023

O maior problema com esta configuração digital, pelo menos enquanto eu estava no off-road, era o fato de que o bloqueio do diferencial traseiro estava agrupado dentro da tela de info-entretenimento. É verdade que o controle na anterior também era digital, mas o arranjo era melhor antes quando um botão de travamento diferencial físico era agrupado junto com os modos shift-on-the-fly 4WD. Para o público mais tradicional, a nova configuração seria um ponto de discórdia e poderia potencialmente levantar questões.

Pelo menos, a Ford optou por separar os controles de climatização de duas zonas em um conjunto de botões, o que permite uma operação sem visão mesmo enquanto se dirige. A câmera de 360 graus também tem um dos mostradores mais claros (e precisos) que já vi até agora – algo que foi bastante útil durante o percurso off-road.

exclusivo: dirigimos a nova ford ranger que chega ao brasil em 2023

Conquistando a Ranger-Ville

Falando no percurso off-road, a Ford preparou uma área feita pelo homem a centenas de quilômetros de Phuket, na província de Krabi, para mostrar a proeza revigorada da Ranger no off-road. A Ranger-Ville, como Ford a chamou, consistia de encostas rochosas íngremes, uma travessia aquática, trilhas lamacentas escorregadias, buracos profundos, áreas rochosas e areia.

Basicamente, a Ford queria que passássemos por tudo menos neve, que deveria ser toda coberta pelos modos de acionamento pré-definidos da picape, ou seja, Normal, Eco, Reboque, Escorregadio, Lama, e Areia. Estes modos ajustam tudo dependendo dos parâmetros, incluindo a transmissão, resposta do acelerador, controles de tração e estabilidade, frenagem, e muito mais.

exclusivo: dirigimos a nova ford ranger que chega ao brasil em 2023

Os ajustes na bitola e na distância entre-eixos da Ranger permitem melhores parâmetros em relação ao off-road. O ângulo de entrada foi aumentado para 30 graus (antes 28,5 graus) e o ângulo de saída traseiro melhorou para 23 graus (antes de 21 graus).

Nas encostas íngremes, o controle da descida da Ranger na colina tomou o palco central. A descida foi controlada e não se sentiu insegura, mais a câmera de 360 graus ajudou nas manobras através da passagem bastante estreita. O ângulo de entrada melhorado também foi mostrado aqui, pois não senti nenhuma raspagem na parte inferior do corpo durante o encontro. O curso de água foi sem surpresas, uma vez que a Ranger pode lidar com profundidades de até 80 cm. O lago feito pelo homem, na minha estimativa, tinha apenas cerca de 45 a 60 cm.

Nas pistas escorregadias, que eram extra escorregadias dadas as chuvas intermitentes, fomos para o modo Neve/Escorregadio, permitindo uma distribuição variável do torque entre as quatro rodas, dependendo do escorregamento. Senti a traseira deslizar um pouco, mas foi controlada e um encontro bastante divertido, apesar de ter árvores muito próximas. O mesmo com os sulcos profundos, trajetos rochosos e trilhas de areia solta; a Ranger provou que está em casa na sujeira mais do que nunca com a ajuda da tecnologia.

Ian Foston, o engenheiro-chefe de plataforma do T6, disse que a Ranger pode percorrer o percurso off-road sem a ajuda dos modos de acionamento pré-definidos, e eu acredito nele. No caminho de volta a Phuket, ficamos surpresos com outro curso que consiste em tudo o que experimentamos na Ranger-Ville, embora, no mundo real. Eu não usei nenhum dos modos, ao invés disso, apenas mudei de 4H e 4L, bem como liguei e desliguei o bloqueio do diferencial quando necessário. A câmera de 360 graus teve um papel importante na finalização do trabalho, considerando que foi minha primeira vez dirigindo do lado direito, mais ainda, em fora da estrada.

exclusivo: dirigimos a nova ford ranger que chega ao brasil em 2023

Rodar refinado e mais confiante

Depois dos caminhos de terra, seguimos para uma longa viagem através das montanhas do Krabi e para os trechos da rodovia Phang Nga para voltarmos a Phuket. O clima imperdoável continuou, o que tornou a travessia em estradas sinuosas extra perigosa.

A Ranger foi fácil de manobrar através das curvas de Krabi. Dada a minha inexperiência na condução pelo lado direito, a função de centralização da pista, que pode detectar a beira da estrada, foi o meu guia. A direção também era firme e decisiva, promovendo mais confiança até mesmo através dos cantos apertados do desfiladeiro da montanha.

Na rodovia e nas estradas provinciais, senti o requinte da pilotagem da Ranger. Agora ela faz frente com a melhor em conforto do segmento, a Nissan Navara (a versão americana da Frontier), em termos de conforto geral. Era confortável e entrar nas curvas era previsível e progressiva. O rodar era como um carro.

Mas o que a Ranger ganha em refinamento, falta em força. A Ranger Wildtrak testada era movida por um motor diesel 2.0 biturbo EcoBlue, bom para 210 cv de potência e 51 kgfm de torque. Houve momentos em que tive que ultrapassar para acompanhar o comboio, apenas para ter a sensação de querer mais força nas rodas traseiras. Senti o peso de 2.200 kg da picape durante essas tentativas, o que me custou no consumo no já sedento motor.

O destaque aqui foi que a transmissão automática de 10 velocidades não teve nenhum tranco em trocas, enquanto que a tendência da anterior de fazer muitas trocas foi eliminada. Eu aprecio o acionamento mais civilizado, mas gostaria que houvesse mais quando eu mais precisasse.

exclusivo: dirigimos a nova ford ranger que chega ao brasil em 2023

Subindo o nível

Não posso negar que as melhorias na mais recente Ford Ranger são enfrentadas com relativo sucesso. Apesar das insuficiências, ela coloca a barra mais alta para seus rivais – em termos de refinamento, dinâmica de direção, proezas fora da estrada e avanços tecnológicos. A Ford tem agora trabalho a fazer para que a tecnologia dentro da cabine seja mais conivente para completar o pacote sem problemas. Eu gostaria de poder dizer o mesmo sobre o motor sem brilho de médias e altas do 2.0 turbodiesel.

Mais uma vez, há a disponibilidade de um V6 turbodiesel para a Ford Ranger em mercados selecionados como a Austrália, que deve ser bom para 247 cv e 61,2 kgfm de torque. Quanto aos outros mercados que obterão este motor, isso ainda é um mistério, inclusive no Brasil.

exclusivo: dirigimos a nova ford ranger que chega ao brasil em 2023

Os EUA provavelmente terão o mesmo motor a gasolina EcoBoost 2.3 destinado ao Oriente Médio e atualmente incluído na atual Ranger. Para o Brasil, este novo 2.0 turbodiesel é o mais cotado, principalmente pelos números próximos das picapes vendidas por aqui. Mas há muitas coisas em consideração, incluindo uma Ranger EV co-desenvolvida com a Volkswagen. 

O que fica claro após este teste, porém, é que a nova Ranger é mais inteligente e capaz, especialmente quando se trata de sair da estrada. Isso deve torná-lo uma oferta ainda mais popular para clientes na Ásia, Europa, e sim, América do Norte e Brasil, a partir de 2023.

TOP STORIES

Tin công nghệ, điện thoại, máy tính, ô tô, phân khối lớn, xu hướng công nghệ cập nhật mới nhất