FIAT

Renault

Renault Kwid

Comparativo: Renault Kwid Outsider x Fiat Mobi Way

Renault Kwid Outsider ou Fiat Mobi Way? Descolados e ideais para o uso urbano, mas também capazes de encarar estradinhas de terra, são aventureiros que miram consumidores focados no custo-benefício.

O primeiro é um rosto conhecido, lançado ainda em 2016. O segundo estreou há poucos meses. Em ambos, a fantasia inspirada no mundo dos SUVs e do off-road aparece em apliques plásticos nos para-choques, molduras dos para-lamas e no rack de teto

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Roberto Assunção

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Roberto AssunçãoA tampa traseira de vidro do Mobi Way agrada visualmente, mas quando o carro fica exposto ao sol esquenta demais. As carrocerias compactas ajudam a ganhar agilidade no uso urbano

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Roberto AssunçãoO Kwid tem design mais harmônico e 18,5 cm do solo. As rodas são de liga e na cor preta. O visual aventureiro casou melhor com a imagem de “SUV dos compactos”

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Roberto AssunçãoO Mobi tem um design bem controverso: frente e traseira não conversam muito bem. A distância do solo é de 17 cm e as rodas são de liga leve. O rack é funcional

Cada um na sua, mas com muito em comum, esses subcompactos – se quiser chame de micro-SUVs – transmitem uma imagem robusta e jovial. Mas vão além, oferecendo também boa altura em relação ao solo.

PREÇOS CONVIDATIVOS

O Fiat Mobi Way parte de R$ 42.690, menos que os R$ 43.990 do “SUV dos compactos”, como a Renault chamar em sua propaganda todos os Kwid (e não só este Outsider). Mas o Fiat não tem de série rádio e desembaçador, lavador e limpador do vidro traseiro, cobrados à parte (veja tabela).

Então, considerando preços e pacotes, o Renault Kwid Outsider larga na frente, principalmente pela ótima central multimídia “Media Evolution”. Ela tem tela de 7”, é fácil de operar e, enfim, compatível com Android Auto/Apple CarPlay, além de oferecer mais itens de segurança.

“KITNETS” SOBRE RODAS

Caso fossem imóveis, Mobi e Kwid seriam kitnets – apartamentos de um cômodo e até 30 m², que agora voltam à moda ainda menores e mais “modernos”. O Kwid Outsider é construído sobre a plataforma CMF-A. Enquanto isso, o Mobi Way adota a base derivada do irmão veterano Uno.

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Roberto AssunçãoOs bancos do Kwid em peça única agradam pelo material e pelo design, mas os dianteiros são pequenos e cansam em viagens mais longas. Atrás,há mais espaço que no rival italiano

Apesar de ambos serem homologados para até cinco passageiros, nos banco de trás deles viajam confortavelmente apenas dois adultos de estatura mediana. Eles encontram maior espaço para as pernas no Kwid Outsider por conta do entre-eixos de 2,423 m (contra 2,305 m do oponente). A sensação de aperto é maior no Fiat, que tem comprimento e distância entre-eixos inferiores aos do concorrente.

Embora ofereça mais espaço para os ocupantes, o Renault Kwid Outsider fica devendo na ergonomia. Os bancos dianteiros são muito pequenos, com 52 cm de comprimento e 47 cm de largura. Acabam gerando cansaço em trajetos mais longos devido à ausência de melhores apoios para as pernas e para as costas.

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Roberto AssunçãoNo Mobi, quem vai atrás sofre mais, pois o entre-eixos é consideráveis 12 cm menor. Por outro lado, seus bancos dianteiros são um pouco mais confortáveis do que no modelo da marca francesa

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Para comparar, os bancos do Mobi Way têm 55,5 cm e 52 cm, respectivamente, além de apoios laterais um pouco mais pronunciados. Ao volante do Kwid, que é também mais estreito, o motorista bate constantemente o braço esquerdo na porta ao fazer curvas. Ou encosta o direito no passageiro ao engatar a quinta marcha.

Outro pênalti é a falta de ajustes de altura no banco do motorista e na coluna de direção. Isso o que dificulta encontrar uma boa posição. Também incomodam os comandos elétricos dos vidros dianteiros no painel e os dos retrovisores abaixo da ventilação, em local pouco prático.

Renault Kwid – interior

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Roberto AssunçãoO Kwid Outsider tem detalhes em laranja na cabine e vem com a nova central multimídia multi-toque com Android Auto e Apple CarPlay. O câmbio manual tem engates mais justos.

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SIMPLICIDADE INTERIOR

No acabamento, os detalhes em preto brilhante da cabine do Renault Kwid Outsider disfarçam a simplicidade. Mas os plásticos são todos duros e há uma antiquada alavanca de abertura do capô. O Renault Kwid Outsider se diferencia das outras versões pelos detalhes internos em laranja.

Já a bordo do Fiat, é notória a maior atenção ao acabamento. Há detalhes texturizados, melhores materiais e tecidos, além de todos os controles dos vidros elétricos serem localizados nas portas. E ainda contam com a prática função “um toque” para subida e descida dos frontais.

Fiat Mobi – interior

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Roberto AssunçãoSimplicidade é palavra de ordem para reduzir custos. O som, opcional do Mobi, tem conexão bluetooth e entrada USB. Ambos oferecem conta-giros e telas multifunção monocromáticas.

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Os para-sóis do Fiat têm espelhos de cortesia tanto para motorista quanto para passageiro – no Kwid somente para o carona. No quadro de instrumentos, estes dois aventureiros urbanos trazem indicador de troca de marchas e computador de bordo. O limpador de para-brisa é do tipo pantográfico no Kwid Outsider e do tipo de duas hastes no Mobi Way.

O petit aventureiro Renault Kwid Outsider leva vantagem ainda na segurança. Oferece isofix para cadeirinhas infantis, três encostos de cabeça traseiros (são apenas dois no Mobi) e, ainda, airbags laterais. Não por acaso, o Kwid conquistou três estrelas nos testes de colisão do Latin NCap, enquanto o Mobi teve apenas uma.

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Outro elogio vai para o porta-malas do Renault Kwid Outsider. É maior do que os de alguns hatches compactos, com capacidade para excelentes 290 litros. No Mobi Way são apenas 215 litros. Uma exclusividade do Fiat é a tampa do bagageiro feita de vidro (tome cuidado no sol porque que ela esquenta) e com abertura elétrica pela chave (indisponível no Kwid).

“MILZINHO”, MAS VALENTES

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Assim como as kitnets, os carros subcompactos também têm suas vantagens por serem pequenos. Embora não muito potentes, estes hatches são ágeis nas mudanças de faixa e outros desafios urbanos e muito práticos na hora de achar uma vaga e manobrar.

Racionais, Fiat Mobi Way e Renault Kwid Outsider trazem motores “mil”, focados na economia de combustível. O usado no Fiat é o “velho conhecido” quatro cilindros Fire EVO, com comando simples no cabeçote e acionamento por correia.

Já o coração do Outsider é o tricilíndrico 1.0 SCe, mais moderno, com duplo comando e também com correia. No Kwid, diferentemente do que ocorrem em Sandero e Logan, os variadores de fase foram retirados para reduzir custos.

O carrinho da Renault tem 66/70 cv de potência e 9,4/9,8 kgfm de torque (g/e), contra 73/75 cv e 9,5/9,9 kgfm (g/e) do Mobi. Ainda que mais potente, o motor do Fiat tem quatro cilindros e o carro não é tão ágil nas saídas de semáforo. Ele precisa trabalhar mais cheio que o do rival. O Kwid Outsider pesa só 20 quilos a mais em relação à configuração Intense (796 kg), e tem boa relação peso/potência de 11,51 kg/cv (12,53 kg/cv no Mobi).

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FALTAM OS AUTOMÁTICOS

A transmissão é manual de cinco marchas nos dois, mas tanto o acionamento da embreagem quanto os engates são mais curtos no Kwid. Por outro lado, a disposição dos pedais é mais agradável no carro da Fiat, que ainda tem um descanso para o pé esquerdo.

A direção do Renault possui assistência elétrica, enquanto a do Fiat continua hidráulica, e o Kwid também tem volante menor – mais direto – e de empunhadura melhor. No entanto, no Renault o motorista dirige mais deslocado à direita.

A condução do Renault Kwid Outsider é acompanhada de maior interferência dos ruídos externos e do motor, que constantemente invadem o habitáculo – e desde os baixos giros. Outro ponto de crítica é a vibração, principalmente na marcha lenta.

É uma característica frequentemente encontrada em propulsores de três cilindros, porém no Kwid ela incomoda além da conta. Mas o subcompacto francês compensa no consumo, que leva nota A do Inmetro em sua categoria, contra um D do rival de motor antigo.

AVENTURA URBANA

Agora, no lado “micro-SUV”, os pontos altos do Renault Kwid Outsider estão na boa altura em relação ao solo – de 18,8 cm – e nos ângulos entrada (24°) e saída (40°). São especificações que atendem às normas do Inmetro para enquadrá-lo oficialmente como um SUV (embora saibamos bem que, na verdade, ele não é SUV, mas muitos SUVs hoje são na verdade crossovers, etc, etc… No fim é tudo uma questão de marketing: se o consumidor quer, faça).

Já o Mobi Way ganhou suspensão 1,5 cm elevada em relação aos demais Mobi, além de molas e amortecedores com maior curso e uma barra estabilizadora mais grossa. Ainda assim, ele tem menor altura do solo que o rival (17 cm) e ângulos de ataque e saída de 21° e 32°, respectivamente.

Na prática, no cotidiano os dois vencem sem dificuldade os vários obstáculos da “selva de pedra” ou de estradinhas de terra. Mas o Mobi absorve melhor as irregularidades do piso – embora dê final de curso facilmente e seja um pouco macio demais. Enquanto isso, o conjunto do Kwid transmite batidas secas ao passar em buracos e deixa a carroceria rolar nas curvas.

Os pneus do Renault são de medidas 165/70 R14, contra 175/65 R14 no Fiat. As rodas de liga leve do Fiat são acessórios. O Kwid usa rodas de ferro presas por três parafusos e calotas pintadas de preto brilhante. São diferentes das brancas e cinzas das demais configurações.

Uma ótima novidade em prol da segurança foi a introdução dos discos de freio ventilados no Renault. Eles garantem frenagens mais eficientes que as dos sólidos aplicados antigamente. Já ao dirigir mais rapidamente, o subcompacto da Renault exige mais correções para manter a trajetória em linha reta e sofre com a incidência do vento.

CONCLUSÃO

comparativo: renault kwid outsider x fiat mobi way

São dois carros com acertos e erros. Mas o Renault Kwid Outsider está um degrau acima do Fiat Mobi Way e se mostra uma compra mais vantajosa. Principalmente por ter melhores pacotes de equipamentos de série e itens de segurança, além de mais conectividade. A isso se somam um porta-malas maior e, ainda, uma condução significativamente mais econômica.

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AVALIAÇÃO: FIAT ARGO TREKKING

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