O Semi da Tesla, apresentado em 7 de abril de 2022 na inauguração de uma fábrica perto de Austin, Texas
A montadora americana Tesla entregou seu primeiro caminhão elétrico, o Semi, construído para enfrentar longas viagens e com o objetivo de revolucionar o mercado emergente de veículos pesados movidos a bateria.
“Parece que veio do futuro”, disse o proprietário da Tesla, Elon Musk, nesta quinta-feira (1º), ao entregar as chaves do Semi aos executivos da PepsiCo na fábrica da Tesla em Nevada.
“É uma loucura tudo que aconteceu em cinco anos (…) mas aqui estamos. É real”, expressou Musk.
Outros fabricantes já entraram no mercado de caminhões elétricos: das tradicionais Daimler, Volvo e BYD, às novas empresas, como a americana Nikola.
No entanto, o caminhão que “o mercado estava esperando (…) é o da Tesla”, disse Dave Mullaney, especialista em transporte do grupo de especialistas em sustentabilidade RMI.
O que os fabricantes tradicionais fizeram foi, principalmente, converter seus caminhões projetados para óleo diesel em caminhões elétricos.
Na quinta-feira, Musk insistiu em que o caminhão, com um peso total de quase 37 toneladas, pode percorrer 805 quilômetros sem recarregar sua bateria, enquanto a atual gama de veículos elétricos oferece uma autonomia de 400 a 480 quilômetros.
O Semi tem “toda a potência necessária para realizar o trabalho”, explicou Musk, que garantiu que o veículo “mudará as regras do jogo” do mercado.
– Transporte consciente do meio ambiente –
O uso de veículos elétricos leves para distâncias curtas tem crescido constantemente, mas novas regulamentações estão acelerando a transição e o desenvolvimento de capacidades de transporte de longa distância.
No âmbito das relações públicas, as empresas também enfrentam a pressão de tomar medidas mais conscientes em relação ao meio ambiente.
Embora constituam uma pequena parcela dos veículos nas estradas, os semirreboques movidos a diesel respondem por cerca de 20% das emissões nocivas para o planeta causadas por veículos motorizados, de acordo com Musk.
Mike Roeth, diretor da NACFE, uma ONG que trabalha para melhorar a eficiência do transporte de mercadorias na América do Norte, disse que outra motivação para a transição é que os motoristas que a experimentaram “ficaram encantados com os caminhões elétricos”.
“Eles são silenciosos, não emitem fumaça no escapamento, são mais fáceis de dirigir”, explicou.
No entanto, o fator mais importante será o preço.
Em 2017, a Tesla havia anunciado que ofereceria duas versões do Semi – uma por US$ 150.000, e outra, por US$ 180.000 –, mas nenhuma menção sobre valores foi feita no evento de quinta-feira.
Mullaney observou que hoje custa 70% mais caro comprar um caminhão elétrico do que comprar um caminhão a diesel. Em termos de combustível e de manutenção, porém, é mais barato.
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