Quer se manter informado, ter acesso a mais de 60 colunistas e reportagens exclusivas?Assine o Estadão aqui!
A montadora chinesa Great Wall Motor (GWM) anunciou nesta quinta-feira, 27, que vai iniciar em maio de 2024, com aproximadamente um ano de atraso em relação à previsão inicial, a produção de carros na fábrica comprada em agosto de 2021 da Mercedes-Benz. A unidade fica em Iracemápolis, no interior paulista, e vai produzir picapes e utilitários esportivos (SUVs) com motorização híbrida que combina um motor flex, movido tanto a gasolina quanto a etanol, a outro elétrico plug-in, com bateria carregada na tomada.
Leia mais sobre economia
Segundo o diretor de assuntos institucionais da Great Wall, Ricardo Bastos, a mudança no cronograma se deu porque, entre outros motivos, a empresa dedicou mais tempo do que o previsto a estudos e pesquisas para definição da tecnologia mais adequada ao mercado brasileiro. Ele diz que a intenção é produzir no País uma picape que, apesar do custo pesado do motor elétrico, poderá competir em preço com as concorrentes movidas a diesel. “Queremos entregar algo melhor em termos de força e eficiência a um preço próximo das picapes a diesel”, explica.
O anúncio oficial da data de estreia da linha de montagem foi feito em cerimônia na fábrica com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que era governador de São Paulo quando a Mercedes-Benz, em março de 2016, inaugurou a unidade. “A prefeita Nelita [Nelita Michel, prefeita de Iracemápolis] está feliz porque eu participei, aqui, da inauguração da fábrica. Nós trabalhamos muito para a Mercedes-Benz vir para cá. Fizemos obras, rodovias, investimentos. Depois, ficamos tristes quando fechou”, declarou o vice-presidente, em seu discurso para, na sequência, expressar a satisfação com a chegada da Great Wall.
Fábrica em Iracemápolis pertencia à Mercedes-Benz e foi vendida para a chinesa Great Wall Motors (GWM) Foto: Great Wall Motors
“Hoje, é um dia de grande alegria porque [a fábrica] não só reabre, mas reabre com tecnologia de ponta, fabricando veículos híbridos, veículos elétricos, ajudando a salvar o planeta com descarbonização.”
Ricardo Bastos, porém, adianta que a montadora já trabalha com fornecedores brasileiros visando um futuro aumento gradual de peças nacionais nos veículos. Conforme o diretor da Great Wall, no segundo semestre, a montadora começa a trazer da China os equipamentos da fábrica. Projetada pela Mercedes para produzir até 20 mil carros de luxo por ano, a capacidade de produção será ampliada para 100 mil veículos, um volume que será destinado não só ao Brasil, mas também a outros mercados da América Latina. As máquinas que eram usadas pela montadora alemã e não servem para os modelos chineses foram vendidas. Já a linha de pintura, diz Bastos, não precisará de muita adaptação.
Antes da produção, a Great Wall dá início a importações de carros no Brasil com o SUV híbrido Haval H6, atualmente em fase de pré-venda. Até o fim do ano, 50 concessionárias da marca devem ser inauguradas no Brasil.