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Cassidy coroa regularidade com vitória e confirma: Porsche está em apuros na Fórmula E

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A segunda vitória de Nick Cassidy na Fórmula E bateu na trave algumas vezes, principalmente nesta temporada, com o neozelandês da Envision somando três pódios consecutivos nas últimas corridas e uma consistência digna de postulante ao título. Neste domingo (23), porém, a seca acabou. Em um dia de fúria na classificação no eP de Berlim 2, com reclamações contra o próprio companheiro de equipe, Cassidy emendou o terceiro triunfo seguido de motores Jaguar e se colocou como ameaça séria à liderança de Pascal Wehrlein.

A vantagem do líder, que na chegada a Berlim era de 23 pontos para Jake Dennis, foi dizimada. Agora, Cassidy tomou de assalto a vice-liderança e está apenas quatro pontos atrás do alemão, o que indica uma batalha séria por um título que, principalmente após as três primeiras corridas, parecia encaminhado.

E esse encaminhamento não se dava por conta de alguma deficiência na pilotagem de Cassidy ou de qualquer outro, mas sim pela superioridade alarmante dos trens de força da Porsche em relação aos demais. Recuperando muitas posições corrida após corrida, o time alemão assustou os adversários com vitórias nem sempre saindo de posições confortáveis no grid, o que trouxe o receio de que as classificações seriam imprevisíveis, mas as corridas, nem tanto assim.

Pois bem, o domínio acabou. Mitch Evans venceu em São Paulo, confirmou a boa fase da Jaguar com mais uma vitória em Berlim, e Cassidy foi o responsável por cravar: a equipe britânica alcançou o nível alemão e está em pé de igualdade na briga pelo campeonato mundial — tanto entre Pilotos quanto entre os Construtores.

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Cassidy tomou a segunda colocação do campeonato e está a quatro pontos de Wehrlein (Foto: Fórmula E)

Porém, falemos de Nick Cassidy. O neozelandês, que só tinha uma vitória na Fórmula E até este domingo, enfim conseguiu um primeiro lugar cruzando de fato a linha de chegada. No ano passado, o primeiro triunfo do piloto da Envision veio após uma prova dominante em Nova York, mas que terminou por diversas batidas causadas pela aquaplanagem da pista. Em Berlim, tudo foi diferente.

Oitavo colocado no grid de largada, Cassidy amargou uma punição inusitada ainda na classificação, algo que não costuma ser visto na categoria. A Fórmula E prevê que, na volta de aquecimento antes do início dos duelos, os pilotos ativem os 350 kW de potência do carro durante o último setor antes de abrir volta. Nick não o fez, o que fez com que seu tempo fosse deletado.

Eliminado da classificação e oitavo colocado no grid mesmo vencendo o duelo interno contra o companheiro Sébastien Buemi, Cassidy precisou escalar uma montanha maior do que o necessário durante a corrida. Ainda assim, aproveitou as circunstâncias proporcionadas por mais uma disputa incessante no Aeroporto de Tempelhof para segurar a vantagem em relação a Dennis até o fim.

Na parte final da corrida, quando os pilotos já pisavam fundo e davam menos importância ao gerenciamento de energia, Cassidy, Dennis e Evans surgiam como os pilotos com mais bateria na pista. Entre os três, o titular da Envision foi o que soube usar melhor a porcentagem restante e assegurou uma vitória muito importante, principalmente para alguém que bate à porta como concorrente à taça pela primeira vez.

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A Porsche precisa, com urgência, encontrar armas para responder ao crescimento da Jaguar (Foto: Fórmula E)

Como ponto negativo, Dennis tinha absolutamente todas as condições de atacar nas últimas voltas, até com o incentivo da Andretti — que tinha ciência da vantagem do britânico sobre o líder Cassidy em termos de energia da bateria. O inglês, porém, preferiu a cautela e disse ter segurado o segundo lugar para somar pontos importantes depois de uma sequência ruim, zerado em quatro corridas seguidas. Ainda assim, para quem quer ser campeão, faltou ousadia.

É impossível, entretanto, fazer qualquer análise sobre o eP de Berlim sem citar a Abt Cupra. A equipe alemã, única que não havia pontuado uma vez sequer até a chegada da Fórmula E a Tempelhof, simplesmente levou seus dois pilotos à final da classificação e compôs a primeira fila, com Robin Frijns em primeiro e Nico Müller em segundo.

Como isso aconteceu? Sob chuva. Com a pista molhada, os carros alemães demonstraram superioridade desde o TL3 e confirmaram o favoritismo nos duelos, avançando até a final e causando surpresa a cada fase. Ainda que a comemoração seja importante em meio a um ano difícil, é necessário investigar seriamente o motivo da subida de ritmo tão repentina. A chuva equipara o grid, mas a pior equipe pular para a liderança do pelotão de um dia para o outro não é normal — principalmente porque a Mahindra, sua fornecedora, não acompanhou o ritmo em nenhum momento.

Por fim, é importante falar da etapa em si. O eP de Berlim quebrou o recorde de trocas de liderança estabelecido por São Paulo, com oito, e apresentou nada menos do que 362 ultrapassagens em apenas duas corridas. As largas curvas de Tempelhof e o traçado ousado, em que os pilotos aceleram pela maior parte do tempo, premiaram aqueles que se arriscaram nas ultrapassagens e não tiveram medo de ficar, às vezes, ao lado de dois ou três carros nas curvas.

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Em um grande fim de semana, o eP de Berlim promoveu duas corridas excelentes em território alemão (Foto: Fórmula E)

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Com marcas batidas e corridas emocionantes etapa após etapa, a categoria caminha a passos largos para um campeonato espetacular, previsto para ser decidido apenas nos últimos instantes.

A vitória de Cassidy é importante para o piloto, que recompensa a si próprio por toda a regularidade demonstrada em 2023, mas principalmente para o campeonato. Se São Paulo já havia avisado que a competitividade da Fórmula E seria ferrenha este ano, Berlim confirmou o prognóstico. A primeira temporada da Era Gen3 vai pegar fogo e, se a Porsche não tem motivos para sorrir no momento, o público da categoria tem o privilégio de acompanhar uma das melhores temporadas da história da modalidade até aqui.

Agora, a próxima rodada da Fórmula E está prevista para o dia 6 de maio, com o eP de Mônaco. A previsão da categoria é realizar a etapa toda no mesmo dia, com TL1, TL2, classificação e corrida no sábado. O GRANDE PRÊMIO, emissora oficial da modalidade no Brasil, transmite todas as atividades de pista da temporada AO VIVO e com imagens diretamente do YouTube.

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