ABVE divulgou uma carta onde reafirma a capacidade do país em atender à eletro mobilidade no transporte público
Com os anúncios recentes de eletrificação da frota de transporte público nas principais cidades do Brasil, a ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos) divulgou uma nota reiterando a capacidade da indústria brasileira de produzir todos os ônibus elétricos requeridos pelas novas leis de descarbonização.
Essa manifestação surgiu logo após o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, anunciar a proibição da compra de novos ônibus a diesel para a frota paulistana, e do secretário municipal de Mudanças Climáticas, Antônio Fernando Pinheiro Pedro, que levantou dúvidas sobre a capacidade da indústria de suprir a demanda por ônibus elétricos.
“A ABVE reafirma a plena capacidade da cadeia produtiva nacional de responder com rapidez e eficiência a todas as exigências da Lei Municipal 16.802/2018, que fixou metas anuais de transição da frota de ônibus a diesel para veículos de baixa emissão” – diz o texto assinado pelo presidente da Associação, Adalberto Maluf.
“Empresas instaladas no País, como BYD, Eletra, WEG, Scania, Mercedes-Benz, Moura, Caio, Marcopolo e outras estão plenamente qualificadas e aptas a produzir mais de 2 mil ônibus elétricos por ano”.
Galeria: Marcopolo – ônibus elétrico urbano
Esse compromisso está alinhado com as metas de transição da frota de ônibus a diesel para ônibus de baixa emissão de poluentes fixadas pela Lei 16.802 e pela atual licitação para renovar os contratos da Prefeitura com as empresas de transporte.
No entanto, poucos dias depois, o secretário executivo de Mudanças Climáticas da própria Prefeitura, Antônio Fernando Pinheiro Pedro, admitiu, numa entrevista ao programa Olhar de Repórter, da Band, ter se surpreendido com o anúncio da SPTrans.
Galeria: Eletra – ônibus elétrico / híbrido
No programa, o secretário lançou dúvidas sobre a capacidade da indústria brasileira de suprir a demanda por ônibus elétricos requerida pelas metas de transição da frota paulistana definidas pela lei citada acima.
Dessa forma, a ABVE rebateu as afirmações do secretário, reafirmando um compromisso da própria cadeia produtiva nacional de ônibus elétricos, que diz ser capaz de lidar com a demanda crescente por veículos elétricos no transporte público.
Confira abaixo a íntegra do documento:
INDÚSTRIA BRASILEIRA ESTÁ PREPARADA PARA ATENDER A DEMANDA POR ÔNIBUS ELÉTRICOS
Cadeia produtiva nacional pode produzir mais de 2 mil veículos/ano
A Associação Brasileira do Veículo Elétrico vem a público reiterar o compromisso da indústria brasileira de ônibus elétricos de atender às demandas por transporte público sustentável no Município de São Paulo e em qualquer outra cidade do Brasil.
A propósito de manifestações recentes sobre o tema do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e do secretário executivo de Mudanças Climáticas da Prefeitura paulistana, Antonio Fernando Pinheiro Pedro, a ABVE reafirma a plena capacidade da cadeia produtiva nacional de responder com rapidez e eficiência a todas as exigências da Lei Municipal 16.802/2018, que fixou metas anuais de transição da frota de ônibus a diesel para veículos de baixa emissão.
Empresas instaladas no País, como BYD, Eletra, WEG, Scania, Mercedes-Benz, Moura, Caio, Marcopolo e outras estão plenamente qualificadas e aptas a produzir mais de 2 mil ônibus elétricos por ano.
A ABVE entende que as declarações do prefeito e a recente circular divulgada pela SP Trans, proibindo a contratação de novos ônibus a diesel na cidade de São Paulo, limitam-se a reiterar os termos da Lei 16.802 e as regras da atual licitação para renovar os contratos de concessão com as operadoras de transporte.
Por isso mesmo, apoia sem reservas a manifestação do prefeito Ricardo Nunes e seu compromisso de eletrificar até 20% da frota paulistana de ônibus até 2024.
A ABVE lembra que já em 2017 – portanto, antes do anúncio da Lei 16.802 – havia enviado ao Ministério Público do Estado de São Paulo documento assegurando a plena capacidade da indústria brasileira de produzir até 2 mil ônibus elétricos/ano e, assim, responder às metas de descarbonização da frota paulistana de transporte público.
Essa capacidade tem sido reiterada a cada dia, com novos modelos de ônibus elétricos apresentados ao público, novas empresas brasileiras entrando no mercado de transporte público e novos desafios tecnológicos sendo superados.
O mais recentes desses desafios, aliás, foi alcançado pela WEG, uma empresa 100% brasileira, que anunciou a capacidade de fornecer baterias elétricas produzidas no País para ônibus elétricos fabricados em território nacional.
Cabe destacar, ademais, que outras empresas, como BYD e Moura, também se posicionam para assegurar o fornecimento das baterias elétricas requeridas pelo mercado nacional de ônibus de baixa emissão.
Para a ABVE, o Brasil já tem todas as condições de posicionar-se como um importante ator no mercado global de transporte urbano sustentável, com solidez, experiência e tecnologia comprovada.
Cabe agora ao Poder Público pôr em prática as leis já em vigor e dar as garantias mínimas para que a indústria já instalada no País possa fazer a sua parte na grande tarefa de assegurar transporte público limpo e sustentável para as cidades brasileiras.
São Paulo, 25 de outubro de 2022
Adalberto Maluf
Presidente da ABVE