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Volvo XC40

Avaliação Volvo XC40 P6: versão de entrada é o carro elétrico que faz sentido

Versão monomotor é adequada para o dia a dia, bem equipada e se destaca em desempenho, conforto e praticidade

avaliação volvo xc40 p6: versão de entrada é o carro elétrico que faz sentido

Nem sempre o que custa menos é ruim. Este é o caso do Volvo XC40 P6, que avaliamos por uma semana não só em uso urbano, mas também em estrada e atingindo destinos que nem sempre são habituais para os carros elétricos, tido como urbanos.

Versão mais acessível do carro elétrico campeão de vendas do Brasil, o XC40 P6 promete ajudar a levar a marca sueca a novos patamares de participação no segmento. Ele é a continuação da nova estratégia da Volvo, que tornou a linha XC40 exclusivamente elétrica, um movimento ousado, mas que se revelou um verdadeiro sucesso com os números de 2022.

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O XC40 P6 foi lançado em maio e custava R$ 90 mil a menos que a versão de tração integral, se destacando no segmento e se aproximando em preço de carros elétricos de marcas generalistas. Chegou junto com a reestilização da linha, onde o XC40 ganhou uma dianteira alinhada com o C40 Recharge, graças aos novos faróis, para-choque dianteiro redesenhado e grade frontal sem moldura. Além disso, os faróis ‘martelo de Thor’ possuem tecnologia LED Pixel adaptativa.

A principal diferença do P6 para a versão de topo é a configuração de tração dianteira com um motor elétrico de 231 cv de potência e 33,6 kgfm de torque. Para comparação, o P8 possui dois motores que entregam 408 cv e 66,7 kgfm. Além disso, a bateria também é menor: são 69 kWh contra 78 kWh do modelo mais caro. Mas graças à redução de peso na ordem de 158 kg, menor potência e configuração diferente, o P6 ainda tem uma boa autonomia: são 418 km com uma carga pelo padrão WLTP.

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De resto, o XC40 ‘de entrada’ ainda pode ser considerado bem equipado: possui ar-condicionado automático de duas zonas, sistema de áudio premium Harman Kardon, sistema multimídia baseado em Google, conectividade com smartphones por Bluetooth, teto-solar panorâmico, controle de cruzeiro adaptativo com assistente de permanência em faixa, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, câmera auxiliar traseira, alerta de pontos-cego, porta-malas com abertura e fechamento automático, entre outras comodidades. Se comparado ao P8, ele perde a câmera de 360º, o assistente de estacionamento e possui rodas menores, aro 19″, em vez de aro 20″.

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Ao volante do XC40 P6

Sem grandes mudanças no visual ou na lista de equipamentos, o grande diferencial do P6 é o powertrain mais manso. Mas como será que ele se comporta no uso diário? Dirigir o XC40 P6 na cidade, em meio ao trânsito, ou mesmo numa condição mais livre, como avenidas e vias expressas, é uma tarefa agradável. Quem já dirigiu o P8 de tração de integral vai notar que não há aquele ‘soco’ mais forte nas acelerações, mas ainda assim o Volvo de entrada consegue arrancar com desenvoltura, o que faz sentido, afinal, estamos falando de 231 cv e 33,6 kgfm de torque imediatos, o que não é nada desprezível.

Na prática, a impressão é de força suficiente para qualquer uso, e a vida à bordo continua bem agradável, graças ao pacote de série que não foi capado e, para quem desejar, estão lá o controle de cruzeiro adaptativo, assistente de permanência em faixa, bem como o alerta de pontos cegos, sem contar os itens de conforto e comodidade.

Diferentemente do irmão C40 Recharge, o XC40 se vale de uma melhor visão traseira, graças ao vidro maior, tarefa auxiliada pela câmera e sensores, que facilitam as manobras. As sensações ao dirigir são parecidas com a da versão mais potente, mas o P6 utiliza pneus mais altos com rodas aro 19″ (em vez de 20″ do P8), o que favorece o conforto nos pisos irregulares.

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Descendo a serra de carro elétrico

E quem disse que lugar de carro elétrico é só na cidade? Durante a avaliação, aproveitamos para colocar o SUV elétrico na estrada. A missão era uma viagem de São Paulo a Ilhabela, no litoral norte do estado. Na saída da capital, com um atípico trânsito tranquilo para uma sexta-feira, o Volvo surpreendeu no primeiro trecho com rodovia de pista dupla, acompanhando o fluxo dentro do limite permitido de 120 km/h com sobra, e chamando a atenção pelo bom gerenciamento de energia, mesmo nessa velocidade.

O segundo trecho também era de pista duplicada, mas com velocidade média mais baixa, por conta das curvas e limite permitido menor. No final, a descida de serra, com curvas bem acentuadas e grata indicação no painel de que o carro elétrico está recuperando energia, favorecendo a autonomia da viagem como um todo.

E falando de desempenho, assim como na cidade, o P6 também agradou na rodovia. Ainda dá pra sentir aquele impulso comum dos carros elétricos. No entanto, ao pisar fundo no acelerador, o P6 não é tão grudado no chão quanto o P8 de tração integral. Nada que desabone, mas há uma ligeira diferença.

De resto, a versão de entrada vai bem. É estável, passa segurança ao volante e se destaca pelo conforto, bom isolamento de ruídos externos e, claro, ausência de vibrações na cabine. Os números da Volvo indicam aceleração de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos e velocidade máxima de 160 km/h, um número abaixo dos 180 km/h da versão mais potente, para não castigar o consumo em velocidades mais altas.

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Autonomia e carregamento

Pegar a estrada com o carro elétrico requer um pouco mais de planejamento, mas no caso do trajeto escolhido isso não seria um problema. Saindo da zona leste de São Paulo com 96% de carga da bateria, abastecidos no primeiro posto elétrico da Vibra, no Jardim Anália Franco, a viagem seria de 203 km ao todo.

Ao sair da capital, o Google Maps nativo com o trajeto inserido estimava que o carro chegaria ao próximo ponto de parada, no caso o eletroposto da Volvo em São Sebastião (SP), com 41% da carga total, após percorrer 190 km. No entanto, ao longo da viagem a estimativa foi melhorando e cheguei ao ponto de recarga com 52% de carga – ponto positivo.

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Após 36 minutos no carregador ultrarrápido de 150 kW, a bateria já estava com 93% da capacidade – até o destino final restava menos de 20 km. Durante a viagem, apenas deslocamentos curtos e uma esticada até um trecho que incluía estrada de terra. Nada complicado ou que demande tração integral ou habilidade off-road, e o XC40 P6 encarou sem problemas.

Na volta, uma rápida parada no mesmo eletroposto, que estava vazio, e com mais uma recarga de 30 minutos era só pegar a estrada de volta. Saímos do posto com 95% de bateria e após subir a serra e uma parada rápida em São José dos Campos (SP), chegamos à capital com 35% de capacidade (sem nenhuma parada para recarga) após percorrer 220 km no total.

Considerando a capacidade da bateria 69 kWh (67 kWh líquidos) e o trajeto percorrido, o consumo durante a volta, que teve um trecho de subida de serra com consumo mais alto, a média ficou em 5,5 km/kWh, ou 18,1 kWh/100 km, número próximo da média informada pela Volvo e que daria uma autonomia ao redor de 370 km na estrada.

Na cidade, o P6 apresenta um nível de consumo condizente com seu porte e motorização. As médias ficaram em torno dos 17 kWh/100 km (5,88 km/kWh), o que dá um alcance na faixa dos 400 km, próximo dos dados de homologação.

Conclusão

Desde que foi lançado, o Volvo XC40 P6 tem chamado a atenção pelo preço: R$ 70.000 mais em conta que a versão P8, e sem uma perda significativa em termos de equipamentos. Ele custa R$ 329.950, o que não é barato, mas dentro da realidade de preços (altos) dos carros elétricos no Brasil, e o segmento que ocupa, pode ser considerado vantajoso. Como exemplos, temos modelos de marcas generalistas que estão na mesma faixa, como o Chevrolet Bolt EV 2023, que sai pelos mesmos R$ 329 mil.

Bom de dirigir, confortável e dotado dos equipamentos essenciais, tanto em termos de comodidade, quanto de conectividade, o P6 pode ser considerado a melhor opção nessa faixa de preço, ao menos por enquanto. Na prática, ele ainda não tem rivais diretos e a vida tranquila da Volvo na liderança isolada de vendas só deve começar a mudar com a chegada de novos concorrentes, algo que ainda deve demorar um pouco, mais para o segundo semestre do ano em diante.

Volvo XC40 Recharge

Bateria 69,0 kWh (67,0 kWh efetivos) íons de lítio – NCM

Suspensão Tração dianteira

Motor Motor síncrono de imã permanente

Autonomia elétrica 420 km (WLTP)

Preço de entrada R$ 329.990

Velocidade Máxima 160 km/h

Aceleração 7,4 segundos

Potência e torque 170 kW (231 cv)

Torque máximo 33,6 kgfm

Tipo de tomada Type 2 / CCS – 11 kW AC / 136 kW DC

Consumo de combustível 5,88 km/kWh cidade; 5,5 km/kWh estrada

Comprimento e entre-eixos 4425 mm

Altura 1652 mm

Largura 1873 mm

Peso 2030 kg

Volvo XC40 Recharge

  • Bateria: 69,0 kWh (67,0 kWh efetivos) íons de lítio – NCM
  • Suspensão: Tração dianteira
  • Motor: Motor síncrono de imã permanente
  • Autonomia elétrica: 420 km (WLTP)
  • Preço de entrada: R$ 329.990
  • Velocidade Máxima: 160 km/h
  • Aceleração: 7,4 segundos
  • Potência e torque: 170 kW (231 cv)
  • Torque máximo: 33,6 kgfm
  • Tipo de tomada: Type 2 / CCS – 11 kW AC / 136 kW DC
  • Consumo de combustível: 5,88 km/kWh cidade; 5,5 km/kWh estrada
  • Comprimento e entre-eixos: 4425 mm
  • Altura: 1652 mm
  • Largura: 1873 mm
  • Peso: 2030 kg

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