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Avaliação Renault Kwid E-Tech: o carro elétrico 'acessível' na vida real

Confira se o caçula da linha de carros elétricos da marca francesa dá conta do recado no seu habitat natural: a cidade

avaliação renault kwid e-tech: o carro elétrico 'acessível' na vida real

O Renault Kwid E-Tech, que voltou a ser o carro elétrico mais barato do Brasil, enfim chegou à redação do Motor1.com/InsideEVs para a primeira avaliação. A gente já teve um primeiro contato com o caçula da linha de elétricos da marca em maio, e agora chegou a vez de passar uma semana com o modelo que promete ser a porta de entrada para a eletrificação junto a um público mais amplo.

Depois do período (bem sucedido) de pré-venda, o Kwid E-Tech já está à venda regularmente nas concessionárias da Renault com a missão de ser o carro elétrico de entrada da marca, posicionado abaixo do Renault Zoe, um modelo mais equipado, mas que também custa mais caro.

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‘Made in China’, mas (bem) adaptado para o Brasil

O Renault Kwid E-Tech é baseado no Dacia Spring, versão que é vendida na Europa, e também no Renault K-Ze City, destinado ao mercado chinês. Os três são produzidos na China, mas o nosso Kwid passou por diversas mudanças para se adaptar ao mercado local e recebeu até um motor elétrico mais potente, exclusividade para o Brasil.

Totalmente baseada no Kwid com motor flex, a versão E-Tech é mais pesado. São 977 kg do elétrico contra 786 kg da versão Outsider flex. Já o visual é quase similar ao das versões com motor a combustão, se destacando pelas travessas no teto e elementos que deixam o estilo mais aventureiro, como no Outsider.

As mudanças incluem a grade dianteira que abre para cima e acomoda a porta de carregamento, além do emblema E-Kwid no meio da tampa traseira, bem como a faixa com o nome E-Tech estampando nas faixas laterais na parte inferior das portas. O Kwid elétrico se destaca ainda pelas rodas com quatro furos, além de uma configuração de suspensão com amortecedores e molas específicos para lidar com o maior peso devido à presença do banco de baterias.

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Interior

Por dentro, o padrão de acabamento não difere muito das versões à combustão, o que significa revestimentos de plásticos duros e aparência espartana, embora a montagem esteja num nível bem aceitável. Os bancos tem design exclusivo e o painel, principalmente o quadro de instrumentos, é exclusivo desta versão 100% elétrica e se destaca pelo velocímetro digital com números grandes, indicador do estado da bateria e um econômetro do lado esquerdo.

Tudo é bem legível e as principais informações para quem dirige um carro elétrico são de fácil leitura, ainda que para zerar o hodômetro parcial ou navegar entre este ou os dados de consumo médio (em kW/100 km) ainda se faça uso de um botão no próprio mostrador.

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No centro do painel fica a tela de 7 polegadas com o sistema multimídia Media Evolution, que oferece espelhamento por Apple CarPlay e Android Auto, Bluetooth, entradas USB e AUX, enquanto volante possui o botão “push to talk”, que ativa o reconhecimento de voz para ativar e comandar o assistente iOS ou Google do smartphone.

O sistema de som possui dois alto-falantes, que ficam na parte dianteira do painel, logo abaixo do para-brisa (uma pena não ter quatro alto-falantes) e tem qualidade razoável após os devidos ajustes de áudio na central multimídia. Outra exclusividade do Kwid E-Tech é o seletor de marchas que fica na base do console central. É um botão pequeno e com três posições possíveis: N (neutral), D (drive) e R (rear).

Há vidros elétricos nas quatro portas, porém o motorista só controla os das portas dianteiras. Lembrando que os interruptores dianteiros ficam no console, abaixo da central multimídia, e não nas portas, o que confunde um pouco no começo, mas nada que desabone a ergonomia.

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Dirigindo na cidade

Na hora de retirar o Kwid E-Tech para avaliação a expectativa era grande, afinal eu já havia testado o irmão maior Zoe em um teste de longa duração no começo do ano (confira a avaliação aqui), e a curiosidade agora era avaliar o carro elétrico que fica posicionado abaixo. Posição de dirigir alta (o banco do motorista não tem regulagem de altura), boa visibilidade à frente e nas laterais e retrovisores externos com bom campo de visão são pontos favoráveis.

Durante a semana de convivência com o Kwid elétrico, rodei na maior parte do tempo na cidade, seja nas ruas da quebrada, com lombadas e valetas, onde a suspensão cumpre seu papel auxiliada pela boa altura do solo. Nas avenidas e vias expressas, como as marginais aqui em São Paulo (SP), por exemplo, o carrinho elétrico se destaca no trânsito, com saídas rápidas nos semáforos, força em subidas e agilidade mais que suficiente em todas as situações, inclusive nas trocas de faixa, sensação que aumenta por conta da direção que tem resposta bem rápida, ainda que não seja comunicativa.

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Pelos números oficiais da Renault, o Kwid elétrico acelera de 0 a 50 km/h em apenas 4,1 segundos, enquanto que partindo da imobilidade até os 100 km/h são necessários 14,6 segundos. Ainda que as especificações técnicas (potência, torque e aceleração de 0 a 100 km/h) possam parecer insuficientes, com o carro elétrico a conversa é outra: o torque imediato faz toda a diferença. Em resumo, a sensação é de estar acelerando um carro bem mais potente que os 65 cv e 11,5 kgfm disponíveis, principalmente até os 80 km/h.

Ao ativar o modo ECO, a potência é limitada em 45 cv e a velocidade máxima em 100 km/h, além da regeneração de energia na frenagem ficar um pouco mais intensa, mas ainda assim está longe de ser uma condução ‘One Pedal’ – mesmo nesse modo, dá pra usar o carro sem problemas na maioria das situações sem a sensação de falta de força.

Como a proposta do carro urbano é claramente urbana, não explorei muito a condução na estrada, a não ser em trechos mais curtos. Não fiz uma viagem, por exemplo, mas dá pra dizer que sim, é possível pegar a estrada sem problemas: o citycar acompanha o fluxo sem dificuldade, preferencialmente em rodovias onde o limite fica na faixa dos 100 ou 110 km/h.

Acima dessa velocidade, o consumo de energia aumenta bastante, o que, aliado à baixa autonomia, torna mais complicado fazer viagens longas. Em trechos mais curtos, não tem problema, lembrando que a velocidade máxima é de 130 km/h. Isso não é uma exclusividade do Kwid E-Tech e a maioria dos carros elétricos urbanos no mundo todo têm essa limitação.

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Autonomia e recarga

Rodando 90% do tempo na cidade e com o modo ECO ativado na maior parte do tempo, o consumo ficou entre 10,5 e 12,0 kWh/100 km (9,5 e 8,3 km/kWh), que considerando a capacidade líquida da bateria de 25 kWh (26,8 kWh brutos), daria entre 208 km e 238 km com uma carga, números um pouco abaixo dos declarados pela Renault (265 km no ciclo misto e 298 km na cidade), mas isso pode variar conforme a topografia, clima e perfil de condução.

Como moro em apartamento e não tenho opção de recarga em casa, o carregamento foi feito 100% em carregadores públicos disponíveis, o que não é ruim em uma cidade como São Paulo (SP), ao menos por enquanto, mas pode ser mais difícil dependendo da região onde você mora.

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O fato de a bateria ser pequena (26,8 kWh), em tese, torna o tempo de recarga mais rápido. No entanto, a potência de carregamento em corrente alternada (AC), presente na maioria das instalações residenciais e carregadores de menor capacidade, é de 7 kW, as vezes 11 ou 22 kW, ficando os mais potentes, com 40, 50 kW ou mais potência reservado às rodovias.

Pelos dados oficiais da Renault, a recarga rápida DC com 30 kW de potência pode recuperar de 15 a 80% do estado de carga em 40 minutos. Usando um wallbox ou carregador AC de 7,4 kW esse tempo vai a 2 horas e 54 minutos ou ainda com o carregador de bordo em uma tomada doméstica 220V em 8 horas e 5 minutos para cumprir a mesma tarefa.

Diferentemente do Zoe, o Kwid E-Tech vem com um carregador portátil que pode ser usado para carregar em locais onde não há estações ou mesmo em uma tomada doméstica comum, seja de 110V ou 220V. Mas há uma ressalva, a instalação deve estar em boas condições e possuir aterramento. Do contrário, ele provavelmente não carregará o veículo.

Galeria: Renault Kwid E-Tech – avaliação

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Vale a pena?

Como eu disse no início, o Kwid E-Tech já está sendo vendido regularmente na rede de concessionárias em versão única por R$ 146.990. Depois do aumento de preço do mais novo rival Caoa Chery iCar, o carro elétrico da Renault voltou a ser o mais acessível do país.

Lembrando que mais acessível não quer dizer ‘barato’, afinal os carros elétricos ainda são caros para a realidade brasileira e também no resto do mundo, com a diferença de que nos principais mercados há um pacote de incentivos para sua compra. No caso do Kwid E-Tech, o preço é praticamente o dobro da Outsider, a versão mais cara equipada com motor flex.

Mas olhando para a realidade de preços dos carros elétricos que já estão no mercado o elétrico de entrada da Renault não destoa. Como exemplos mais próximos podemos pegar o JAC e-JS1, que custa R$ 159.990 e o Caoa Chery iCar, um modelo ainda menor que não sai por menos de R$ 149.990.

Considerando tudo isso, o Kwid E-Tech é honesto dentro de sua proposta. É um carro elétrico que traz os itens essenciais em um carro atual, sem luxos ou tecnologia de vanguarda, mas que cumpre sua missão pelo desempenho na cidade, baixo consumo de energia e praticidade no uso diário, lembrando que a autonomia reduzida o torna mais indicado para a cidade. Para quem já decidiu fazer a transição para um veículo elétrico é uma opção a considerar.

Renault Kwid E-Tech 2022

Bateria íon-lítio de 26,8 kWh

Motor elétrico elétrico, síncrono de imãs permanentes com redutor integrado

Potência e torque 65 cv e 11,5 kgfm

Transmissão transmissão automática: uma marcha à frente e uma à ré

Autonomia elétrica 298 km (cidade) e 265 km (misto) – Inmetro

Tipo de tomada AC: CCS Type 2 DC: CCS Combo 2

Tempo de recarga recarga rápida DC 30 kW (15-80%) – 40 min wallbox AC 7,4 kW (15-80%) – 2h54 carregador portátil 220V 10A (15-80%) – 8h57

Velocidade Máxima 130 km/h

Aceleração 0 a 50 km/h: 4,1 s – 0 a 100 km/h: 14,6 s

Comprimento e entre-eixos 3.734 mm de comprimento e 2.423 mm de entre-eixos

Preço de entrada R$ 146.990

Peso 977 kg

Largura 1.579 mm (1.770 mm com os retrovisores)

Frenagem discos ventilados na dianteira e tambor na traseira

Capacidades 290 litros

Renault Kwid E-Tech 2022

  • Bateria: íon-lítio de 26,8 kWh
  • Motor elétrico: elétrico, síncrono de imãs permanentes com redutor integrado
  • Potência e torque: 65 cv e 11,5 kgfm
  • Transmissão: transmissão automática: uma marcha à frente e uma à ré
  • Autonomia elétrica: 298 km (cidade) e 265 km (misto) – Inmetro
  • Tipo de tomada: AC: CCS Type 2 DC: CCS Combo 2
  • Tempo de recarga: recarga rápida DC 30 kW (15-80%) – 40 min wallbox AC 7,4 kW (15-80%) – 2h54 carregador portátil 220V 10A (15-80%) – 8h57
  • Velocidade Máxima: 130 km/h
  • Aceleração: 0 a 50 km/h: 4,1 s – 0 a 100 km/h: 14,6 s
  • Comprimento e entre-eixos: 3.734 mm de comprimento e 2.423 mm de entre-eixos
  • Preço de entrada: R$ 146.990
  • Peso: 977 kg
  • Largura: 1.579 mm (1.770 mm com os retrovisores)
  • Frenagem: discos ventilados na dianteira e tambor na traseira
  • Capacidades: 290 litros

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