O Renault Kwid 2023 ganhou um novo design junto de novos equipamentos e ainda uma atualização mecânica; confira a nossa avaliação urbana do subcompacto
Renault Kwid Intense biton. Foto: Rodolfo BUHRER/ La Imagem / Renault
Podemos dizer, que o conceito de carro popular “caiu por terra” em nosso mercado. Afinal, tudo subiu de preço, não é mesmo? Quando debutou, em 2017, o Renault Kwid partia de R$ 29.990, porém, agora ele exige mais do seu saldo bancário e passou a cobrar entre R$ 59.890 e R$ 67.690.
Vamos deixar por enquanto a questão financeira de lado para focar nas novidades do Renault Kwid 2023, pois ele recebeu alguns upgrades bacanas, seja no visual quanto na introdução de novos equipamentos e na mecânica aprimorada.
Uma grade mudança estética ocorreu na dianteira, com as luzes de circulação diurna (DRL), disponíveis em todas as configurações (Zen, Intense, Intense Pack Biton e Outsider), posicionadas acima dos faróis de dupla parábola – um estilo já empregado na picape monobloco Fiat Toro -, enquanto a grade do radiador e o para-choque foram redesenhados.
Renault Kwid Biton – Externas
Foto: Rodolfo BUHRER/ La Imagem / Renault
As dimensões não mudaram frente ao antecessor e construído sobre a plataforma CMF-A segue transmitindo 3,680 m de comprimento, 1,579 m de largura, 1,479 m de altura e 2,423 m de entre-eixos. Ou seja, um corpanzil similar ao do rival Fiat Mobi Like (R$ 60.990 ou R$ 62.950 para São Paulo), o qual possui 3,566 m, 1,666 m, 1,523 m e 2,307 m, respectivamente, para comparar.
O que traz de série e como é a ergonomia?
O Renault Kwid 2023 oferta uma habitabilidade de acordo com a proposta e um ponto-alto está no porta-malas de excelentes 290 litros (capacidade próxima aos 300 litros do Volkswagen Polo) e bem superior frente os 235 do Fiat Mobi Like.
Entre os equipamentos, o “SUV dos compactos”, como o fabricante insiste em chamá-lo, estreou o quadro de instrumentos com os mostradores em LED ao passo que o multimídia cresceu para 8”, com novos hardware/software, comandos de voz e botão de volume físico. A conexão Android Auto/Apple CarPlay é por fio ao contrário do Fiat Mobi, que já aboliu a necessidade de cabos.
Renault Kwid Intense Biton – Internas
O novo quadro de instrumentos exibe mostradores de LED (Foto: Roberto Assunção)
O comando satélite do multimídia vai posicionado na coluna de direção (Foto: Roberto Assunção)
A nova central multimídia cresceu para 8″ (Foto: Roberto Assunção)
O comando de volume ficou melhor: agora é giratório (Foto: Roberto Assunção)
Há um atalho para comando de voz (e o cabo do celular agora fica conectado no console central) (Foto: Roberto Assunção)
Alavanca de câmbio poderia engates melhores (Foto: Roberto Assunção)
(Foto: Roberto Assunção)
Os comandos à esquerda do volante: retrovisores, abertura do porta-malas e o novo start-stop
Pessoas de alta estatura não viajam confortavelmente no banco traseiro (Foto: Rodolfo BUHRER/ La Imagem / Renault)
Outros itens aparecem no comando satélite na coluna de direção, a câmera de ré, o monitoramento da pressão dos pneus, o Isofix para fixação de bancos infantis, os quatro airbags (frontais e laterais) e o controle de estabilidade com assistente de partida em rampas.
O acabamento da cabine segue em plástico na sua totalidade, mas os detalhes em black piano elevam a percepção de qualidade da cabine. Os bancos inteiriços possuem costuras em azul, no entanto, eles seguem estreitos, além do assento curto. Sendo assim, dependendo da estatura do motorista, eles podem se tornar cansativos em longos deslocamentos.
Além disso, a ergonomia é prejudicada pela ausência do ajuste de altura do banco do motorista e da coluna de direção. Outros deslizes encontrados desde o Renault Kwid antecessor são a falta dos vidros elétricos e dos alto-falantes para os ocupantes traseiros, o pino das portas visível e a abertura do capô realizada por um antiquado puxador.
Desenvoltura comprovada
Quando foi lançado há cinco anos, o Renault Kwid agradou pelo comportamento espertinho. Sob o capô, o propulsor de três cilindros 1.0 12V SCe naturalmente aspirado é o mesmo, contudo, agora com nova central eletrônica atribuindo 2 cv extras rodando na gasolina e 1 cv bebericando etanol. O torque gerado é de 9,4 kgfm (92 Nm) e 10 kgfm (98 Nm), na ordem.
O que ajuda na desenvoltura do “suvezinho” são as relações curtas da transmissão, além do peso abaixo de 825 kg – o Fiat Mobi Like pesa 967 kg (142 kg extras). O subcompacto da Renault é bem ágil nas acelerações e nas retomadas, mas os engates da alavanca são longos e nem tão precisos ao passo que a direção assistida eletricamente poderia ser mais direta.
Uma qualidade vai para o baixo nível de vibração produzido pelo propulsor de três cilindros em marcha lenta, entretanto, ao pisar fundo no acelerador o ruído gerado pela mecânica invade a cabine. Os freios são a disco no eixo frontal e a tambor atrás, com um bom acionamento – nos primeiros Renault Kwid, o sistema de frenagem com disco sólido na dianteira gerou críticas em relação ao desempenho e a eficiência de atuação.
Já as suspensões robustas do modelo 2023 aguentam os buracos/remendos do nosso asfalto e os bons ângulos de entrada (24,1º), de saída (41,7º) e a altura livre do solo de 18,5 cm permitem vencer sem medo as valetas e as lombadas mais pronunciadas.
A proposta do carro da Renault é ser um veículo urbano e isso ele cumpre com louvor. Aliás, para ficar mais econômico ganhou o Start-Stop, que desliga momentaneamente o motor durante breves paradas, como nos semáforos. Segundo o PBEV, os dados oficiais de consumo, quando abastecido com gasolina são de 15,3 km/l (cidade) e 15,7 km/l (estrada), enquanto na estrada bebericando etanol faz 10,8 km/l e 11,1 km/l, respectivamente.
O assistente de partidas em rampas elevou a condução do Renault Kwid 2023 da mesma forma que o controle de estabilidade assegurou um maior nível de segurança. Atualizado na medida certa, o Renault Kwid 2023 é uma opção interessante aos consumidores que almejam um carro zero-quilômetro, com atributos na condução espertinha e no baixo consumo de combustível. Ainda falando em prol do meio ambiente, a variante elétrica batizada de Renault Kwid E-Tech (foto abaixo) – lá fora, chamado de Dacia Spring – estará no Brasil em poucos meses, com um preço estimado em torno dos R$ 110 mil.
Foto: Divulgação
FICHA TÉCNICA
RENAULT KWID INTENSE PACK BITON
Preço básico R$ 59.890 (versão Zen)
Carro avaliado R$ 66.690
Renault Kwid Intense Pack Biton
Motor: três cilindros em linha 1.0, 12V
Cilindrada: 999 cm3
Combustível: flex
Potência: 68 cv (g) e 71 cv a 5.500 rpm (e)
Torque: 92 Nm (g) e 98 Nm (e) a 4.250
Câmbio: manual, cinco marchas
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: disco sólido (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 3,680 m (c), 1,579 m (l), 1,479 m (a)
Entre-eixos: 2,423 m
Pneus: 165/70 R14
Porta-malas: 290 litros
Tanque: 38 litros
Peso: 825 kg
0-100 km/h: 13s5 (g) e 13s2 (e)
Velocidade máxima: não divulgada
Consumo cidade: 15,3 km/l (g) e 10,8 km/l (e)
Consumo estrada: 15,7 km/l (g) e 11,0 km/l (e)
Emissão de CO2: 85 g/km
Com etanol = 0 g/km
Consumo nota: A
Nota do Inmetro: A
Classificação na categoria: A (Subcompacto)
AVALIAÇÃO | |
Motor | 3.5 |
Câmbio | 2.5 |
Desempenho | 3.5 |
Consumo | 5 |
Segurança | 3.5 |
Equipamentos | 3 |
Multimídia | 4.5 |
Conforto | 2.5 |
Porta-malas | 4 |
Prazer ao dirigir | 3 |
RESUMO
Ágil e pensado para as cidades, o Renalut Kwid 2023 também acerta em cheio pelo ótimo consumo de combustível |
3.5
OVERALL SCORE |