Se o elétrico Mégane E-Tech, que já avaliamos aqui, teve sua chegada ao Brasil confirmada para este ano, o Renault Austral pode ser considerado uma “arma secreta” da marca.
Lançado na Europa há um ano, aqui, considerando porte e preço, o Renault Austral enfrentaria não só o Nissan X-Trail que acabamos de avaliar (clique para ler) as versões híbridas de Jeep Compass (leia avaliação aqui), Caoa Chery Tiggo – e até de SUVs premium alemães como o Mercedes-Benz GLA?
Para isso, a marca aposta na tecnologia embarcada, com powertrain híbrido completo, multimídia com Google integrado e rodas traseiras esterçantes.
Nosso primeiro contato, na Europa, foi com a versão topo de linha do Renault Austral, com motor 1.2 turbo três cilindros de 131 cv auxiliado por outros dois elétricos.
O motor maior, de 68 cv, traciona as rodas e carrega a bateria nas desacelerações; o menor dá partida no carro, auxilia nas trocas de marchas e alimenta a bateria.
O peculiar câmbio automático de quatro marchas não tem embreagem nem sincronizadores: o carro parte sempre no modo 100% elétrico e o “buraco de torque” nas trocas de marcha, típica dos robotizados (VW I-Motion, Fiat Dualogic, etc.), é “preenchida” pelo motor elétrico secundário.
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O assento alto (mas não demais), o volante “quadrado” e o enorme display herdado do Mégane E-Tech deixam claro que o Renault Austral se encaixa no “novo rumo” da Renault.
É muito moderno, tanto pelo desenho quanto nos sistemas de controle e entretenimento.
Na cabine, volante e telas iguais aos do “modernoso” Mégane E-Tech. Já a grande “alavanca” abre porta-objetos e serve para apoiar o braço ao mexer na tela.
Ao volante, a ajuda elétrica garante boa aceleração (0-100 km/h em 8s4) e silêncio absoluto. Parece, de fato, um elétrico. Depois, o três cilindros assume, sem fazer muito barulho.
A aceleração do Renault Austral é constante e mais agradável que nos híbridos japoneses (exceção feita aos Honda), cujos motores, ao pisar fundo, fazem ruídos indesejados e pouco condizentes com a velocidade.
Só cabe uma observação negativa: as mudanças de marcha são lentas, mas isso só se nota ao afundar o pé direito (no modo Sport, melhora um pouco).
Dirigindo com o pé leve, por outro lado, destacam-se a fluidez e a eficiência do SUV francês. E se veem as boas surpresas desta “versão” da plataforma CMF.
A direção é mais direta e precisa que o esperado, a suspensão é firme e as rodas traseiras também podem esterçar (1o no sentido das dianteiras, em curvas rápidas, e até 5o no contrário, em manobras).
Resultado: bom contato com o solo, pouca inclinação da carroceria e uma traseira que se comunica bem com a dianteira. Paradoxalmente, o chassi é mais esportivo do que o powertrain, que coloca a eficiência em primeiro lugar.
Mesmo assim, o pai de família, depois de deixar a esposa e os filhos em casa, poderá se divertir um tanto.
Seu maior obstáculo, tanto aqui quanto na Europa, será o preço. Lá, as configurações híbridas leves custam o equivalente a R$ 180 mil, e as híbridas completas, R$ 220 mil (160 cv) e R$ 243 mil (200 cv).
A fabricação nacional é pouco provável (mas não impossível). Caso o SUV seja importado, como especulado, os valores ainda devem subir – indo à faixa de R$ 230.000 a R$ 280.000.
Renault Austral
Renault Austral Iconic Spirit Alpine
Preço Itália € 44.000 (R$ 244.000)
Preço Brasil (estimado) R$ 280.000
Motores: dianteiro, transversal, três cilindros em linha 1.2, 12V, injeção direta, duplo comando com variação na admissão e escape + elétrico + MGU
Cilindrada: 1.199 cm3
Combustível: gasolina + bateria de íons de lítio (híbrido em série-paralelo)
Potência: 130 cv a 4.500 rpm / 68 cv / 2 cv /
Torque: 205 Nm a 1.750 rpm / 205 Nm / 5 Nm /
Total do sistema: n/d
Câmbio: automatizado, quatro marchas + marcha a ré elétrica
Direção: elétrica
Suspensões: McPherson (d) e multilink (t)
Freios: discos ventilados (d) e discos (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,51 m (c), 1,83 m (l), 1,62 m (a)
Entre-eixos: 2,67 m
Pneus: n/d
Porta-malas: n/d
Peso: 1.517 kg
0-100 km/h: 8s4
Velocidade máxima: 175 km/h (limitada)
Emissão de CO2: 104 g/km*
Consumo nota: B (estimada)
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