Honda Civic híbrido
Cinquenta anos já se passaram desde que o primeiro Honda Civic estreou no mercado mundial: na época, com a crise do petróleo da primeira metade dos anos 1970, ele ficou famoso justamente pelo baixo consumo. Hoje, depois de mais de 27 milhões de unidades vendidas e na 11ª geração, este novo Honda Civic híbrido tenta atender às mesmas necessidades.
Para isso, sua mecânica muda radicalmente: não há mais versões a gasolina, flex ou a diesel, mas um único sistema híbrido, composto por um motor quatro cilindros 2.0 naturalmente aspirado com 143 cv e 186 Nm combinado a um motor-gerador elétrico de 184 cv e 315 Nm.
Por este motivo, ele não será mais fabricado no Brasil, e chegará importado da Tailândia até o mês que vem. Mas nossos parceiros da Quattroruote já o aceleraram na versão hatch – que, de novo, não vem ao Brasil (exceto no superesportivo Type R).
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A carroceria é um pouco diferente e mais curta que a do sedã, na foto abaixo (mas não muito), e a mecânica é exatamente a mesma dele – então serve como uma prévia do que esperar do Civic que será vendido aqui.
A potência total do sistema é a mesma do motor elétrico (explicamos mais abaixo), com desempenho respeitável: 0-100 km/h em 7,8 segundos e máxima limitada a 180 km/h.
E a propulsão híbrida não compromete a vivacidade: ao sair da cidade – onde o sistema promete o menor consumo, acima de 25 km/l – o Honda Civic híbrido se mostra bem à vontade tanto em rodovias retas quanto em estradas sinuosas.
Selecionando o modo mais esportivo, que aumenta o peso do volante e a resposta dos motores, o comportamento dinâmico é elogiável: mesmo sem amortecedores com controle eletrônico, o equilíbrio entre agilidade e absorção de superfícies irregulares é notável. Ele entra rápido em curvas, sem medo, e, embora o volante não se comunique muito, é preciso.
Já a resposta do pedal do freio é pior: como em outros híbridos, não é nada linear, devido à combinação da recuperação de energia e pinças reais. A frenagem regenerativa, com quatro níveis ajustáveis por aletas no volante, não é demasiado agressiva, desacelerando o Civic com suavidade.
O novo Honda Civic híbrido revoluciona também no design. No caso do hatch, o modelo cresceu 3 cm, chegando a 4,55 m – não muito menor do que os 4,64 m do sedã G10 e os 4,67 m da nova geração.
Quem agora tem linhas que puxam mais para o cupê é o hatch, como fica evidenciado pela janela traseira inclinada, enquanto o sedã ficou mais conservador.
Além disso, em ambos, o estilo da dianteira e da traseira foi simplificado: os faróis estão mais finos e os para-choques têm design bem menos elaborado, enquanto a lateral é mais limpa e aerodinâmica, graças também ao capô rebaixado e à nervura que corre logo abaixo da sua linha de cintura.
A mesma sensação de frescor e modernidade se vê na cabine, com o inédito painel horizontal e o cluster digital com gráficos nítidos e várias opções de personalização.
Ao centro, fica a tela do sistema multimídia: suficientemente reativo e conectado à rede, ele tem Apple CarPlay e Android Auto sem fio, mas a resolução da tela não está entre as melhores do mercado.
O painel, mais fino e limpo que o anterior, traz detalhes refinados como a grade em formatos de favo de mel que percorre todo o lado direito, integrando as saídas de ar. Os revestimentos são agradáveis ao toque, embora muitos plásticos utilizados no seu interior sejam rígidos.
Um pouco mais abaixo ficam os controles físicos do ar-condicionado, e, no console central, a alavanca de câmbio dá lugar a botões para selecionar as marchas e dois porta-copos.
Mesmo neste novo Honda Civic, não há do que reclamar em relação a espaço: os bancos dianteiros têm regulagem em todas as direções, e os 2,73 m de entre-eixos garantem conforto para as pernas de quem senta atrás.
No hatch, porém, a linha descendente do teto rouba centímetros da cabeça: quem tem mais de 1,80 m enconsta a cabeça no teto.
Falando de mercado, o novo Honda Civic híbrido chegou às concessionárias europeias em outubro, mas, no Brasil, deve estrear em algum momento entre o fim deste mês e o começo do próximo.
O preço pode ficar acima de R$ 220 mil, o distanciando do Corolla – mesmo híbrido – e o aproximando do mais esportivo VW Jetta GLI (leia avaliação aqui).
O Honda deve ser sempre bem equipado, com sistema Sensing (controle de cruzeiro ativo, assistente de faixa, acesso sem chave, etc.), além de ar-condicionado de duas zonas, câmera de ré e mais.
No topo da gama, deve ficar a versão Advance, com bancos dianteiros ajustáveis eletricamente e sistema de áudio Bose com 12 alto-falantes.
Como funciona: um híbrido diferente
O novo Honda Civic híbrido é impulsionado pelo sistema híbrido completo da família, o e:HEV. É a mesma tecnologia que a Honda implementou no novo CR-V (com gasolina 2.0, leia aqui a avaliação), no Jazz (Fit europeu, leia aqui) e no HR-V (ambos com o motor a gasolina 1.5).
Comparado a outros híbridos não plugáveis da concorrência, se destaca pela lógica de funcionamento: na grande maioria das situações, o motor a combustão não movimenta as rodas, mas apenas atua como um gerador de corrente para o elétrico (combinado a uma pequena bateria de 1,05 kWh).
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Assim, ele sempre trabalha em rotações onde mostra seu melhor desempenho, e a tarefa de mover o carro é deixada para a unidade elétrica.
É por isso que a potência máxima do sistema é igual à da unidade elétrica – e por que, ao se pressionar o acelerador, o Civic reage de modo semelhante a um carro elétrico de verdade.
Comparado a outros híbridos da marca, o sedã tem um novo motor a combustão e ainda mais atenção ao isolamento acústico – mesmo que o 2.0 muitas vezes não esteja conectado diretamente às rodas, com mudanças de marcha de uma transmissão tradicional, evitando assim o irritante efeito de arrasto do CVT.
FICHA TÉCNICA
Honda Civic Hatchback e:HEV Sport
Preço na Europa R$ 180.000
Preço no Brasil (estimado) R$ 220.000
Motores: quatro cilindros em linha 2.0, 16V, injeção direta, duplo comando com variação na admissão e escape + elétrico
Cilindrada: 1.993 cm3
Combustível: gasolina + bateria (híbrido completo em série, paralelo)
Potência: 143 cv a 6.000 rpm + 184 cv = 184 cv
Torque: 186 Nm a 4.500 rpm + 315 Nm = 315 Nm
Câmbio: automático, caixa redutora com relação fixa
Direção: elétrica
Suspensões: McPherson (d) e multilink (t)
Freios: discos ventilados (d/t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,55 m (c), 1,80 m (l), 1,41 m (a)
Entre-eixos: 2,73 m
Pneus: n/d
Porta-malas: 411 litros
Tanque: n/d
0-100 km/h: 7s8
Velocidade máxima: 180 km/h (limitada)
Consumo médio: 21,3 km/l
Emissão de CO2: 108g/km**
Consumo nota: A*
Nota do Inmetro: A*
Classificação na categoria: A (Grande)*
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