O Chevrolet Camaro SS Conversível é um daqueles modelos cativantes. Entre as novidades, ganhou mudanças visuais e sistema de Wi-Fi nativo
Foto: Roberto Assunção
Acordar cedo pode ser considerada uma “missão” para uma parcela dos brasileiros. Não quando se tem à disposição um Chevrolet Camaro SS Conversível esperando no garagem. Com níveis de ansiedade estratosféricos pulei da cama às quatro horas da manhã por três dias consecutivos (incluindo um sábado). Afinal, só queria dirigi-lo, dirigi-lo, dirigi-lo e….nada mais importava.
Ele é um dos poucos carros capazes de despertar tal sentimento ou de cobiça/admiração dos demais motoristas e pedestres. Uma mística difícil de explicar. Entretanto, bruto, intempestivo e cativante são três adjetivos que o explicam. Com dez anos de trajetória em nosso mercado e 6.500 unidades comercializadas em nosso mercado, o Chevy é um daqueles carros inexoráveis.
O facelift desta sexta geração teve a dianteira inspirada no conceito Camaro Shock exibindo a “gravatinha” Black Bow Tie reposicionada para a grade superior e a barra central pintada na cor da carroceria. Um visual intimidador e de colocar respeito! Uma vez dentro à minha frente enxergo apenas o longo capô e o teto baixo não me causa uma sensação de claustrofobia. Embora seja preciso atenção redobrada nas manobras por conta do campo de visão reduzido.
São números traduzidos em acelerações vigorosas com meia carga no pedal do acelerador. Um desempenho colossal e com a “potência no pé”. Nada de turbolag ou som de escape abafado por turbocompressores. E a cada troca da caixa automática de dez marchas é sentida uma “patada” nas costas, enquanto a tração traseira deixa tudo melhor ao transmitir uma dirigibilidade irrepreensível.
Oito cilindros em “V”
O convívio diário com o Chevrolet Camaro não tem mistérios e a altura em relação ao solo não deixa a frente raspar em valetas ou lombadas. Em situações de condução branda são desativados quatro dos oito cilindros para ajudar no consumo. E o computador de bordo informou médias de até 8 km/l sem trânsito, mas de 4,6 km/l nos congestionamentos.
As suspensões junto das rodas em preto brilhante de 20” vestidas por “borrachudos” de medidas 245/40 ZR20 à frente e 275/35 ZR20 atrás são firmes, porém, não ao ponto de arrancar as obturações dos dentes. Mesmo assim, achei prudente diminuir a velocidade ao transitar por ruas de paralelepípedos ou com remendos no asfalto; cuidado nunca é demais!
Isso também ocorre no modo Circuito e aí, amigo leitor, o Chevrolet Camaro mostra as suas garras ao transmitir um comportamento para lá de radical. Com 95 kg a mais frente ao modelo fechado, a variante conversível oferece uma relação peso-potência de 3,90 kg/cv – 3,69 kg/cv no “irmão” Coupé. O ponto negativo desse programa fica pela direção pesada ao esterço em baixa velocidade.
Como estamos em um conversível (ele estreou no Brasil em 2014) aproveitei os dias ensolarados para curtir os “passeios” com os cabelos ao vento. O sistema acionado eletricamente leva aproximadamente 15 segundos para abrir/fechar o teto de lona. O baixo nível de turbulência permite aos ocupantes conversarem sem elevar o tom de voz e com 2,812 m de entre-eixos os dois passageiros traseiros não encontram muito espaço para as pernas/joelhos. Mas o espelho retrovisor que usa a imagem de uma câmera na traseira do carro fica difícil de ser visto com a luminosidade.
Na estrada, indo a constantes 120 km/h o ponteiro do conta-giros fica abaixo das 2.000 rpm graças ao câmbio automático de dez marchas (também presente no arquirrival Ford Mustang) e por alguns momentos o computador de bordo indicou um consumo de 10 km/l. Nada mal para um carro de mais de 460 cv de potência. Já na hora de controlar esse poderio, os potentes freios são da Brembo.
FICHA TÉCNICA
Chevrolet Camaro SS Conversível
Preço básico: R$ 381.700 (Coupé)
Carro avaliado: R$ 427.200
Emissão de CO2: 189 g/km
Nota do Inmetro: E
Com etanol: zero
Chevrolet Camaro SS Conversível
Motor: oito cilindros em “V” 6.2, 16V, injeção direta, desativação de cilindros
Cilindrada: 6162 cm3
Combustível: gasolina
Potência: 461 cv a 6.000 rpm
Torque: 62,9 kgfm a 4.400 rpm
Câmbio: automático sequencial, dez marchas
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (d) e multilink (t)
Freios: discos ventilados (d/t)
Tração: traseira
Dimensões: 4,784 m (c), 1,897 m (l), 1,340 m (a)
Entre-eixos: 2,812 m
Pneus: 245/40 ZR20 (d) e 275/35 ZR20 (t)
Porta-malas: 208 litros
Tanque: 72 litros
Peso: 1.800 kg
0-100 km/h: 4s2
Velocidade máxima: 250 km/h
Consumo cidade: 6,1 km/l
Consumo estrada: 9,6 km/l
Nota do Inmetro: D
Classificação na categoria: E (esportivo)
AVALIAÇÃO | |
Motor | 4.5 |
Câmbio | 5 |
Desempenho | 4 |
Consumo | 1 |
Segurança | 4.5 |
Equipamentos | 3.5 |
Multimídia | 4.5 |
Conforto | 3 |
Porta-malas | 2.5 |
Prazer ao dirigir | 5 |
RESUMO
Um esportivo brutal capaz de entregar uma experiência sensorial proporcionada pelos mais de 460 cv de potência e 62,9 kgfm de torque |
3.8
OVERALL SCORE |