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Avaliação BMW G 310 GS 2022: cuidado com o primeiro degrau

Modelo mais acessível da lendária linha GS cobra alto para "entrar no clube"

avaliação bmw g 310 gs 2022: cuidado com o primeiro degrau

Quando você pensa em uma moto da BMW, são grandes as chances de uma R 1250 GS vir à mente. A grande aventureira da marca, com mais de 40 anos de mercado globalmente, se tornou praticamente sinônimo de motociclismo de aventura, tanto que a marca vem oferecendo algumas opções mais acessíveis há alguns anos.

Além da dupla F 750 GS e F 850 GS, a BMW Motorrad oferece mais recentemente a G 310 GS. Assim como a irmã G 310 R, a dupla de entrada da marca alemã existe graças ao desenvolvimento em conjunto com a gigante indiana das motos TVS. Na época, a BMW não tinha motores de baixa cilindrada e a TVS estava de olho no conhecimento de duas rodas da alemã.

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A última alteração maior da BMW G 310 GS para o mercado brasileiro foi na apresentação da linha 2021, em agosto do ano passado. Ela ganhou manetes com regulagem, iluminação completa por LEDs, embreagem assistida e deslizante (evita trancos nas reduções) e acelerador eletrônico. Tudo para atrair o público que sonha com uma lendária GS, mas ainda não tem o capital para os modelos mais icônicos. Só que, por R$ 37.990, esse primeiro degrau ainda é bem alto.

O que a BMW G 310 GS 2022 oferece?

O modelo de entrada da linha GS da BMW não é básica. Além dos itens acima, acrescentados na linha 2021, a G 310 GS traz de série painel de instrumentos digital com tela LCD, marcador de combustível, indicador de marcha, conta-giros e computador de bordo completo.

A mecânica traz o monocilíndrico arrefecido a líquido de 313 cm³. Tem a curiosa configuração de cilindro inclinado para traz, algo que só as G 310 R e GS oferecem no Brasil. A ideia é aproveitar melhor o espaço no chassi para o propulsor. Ele é capaz de entregar 34 cv de potência a 9.250 rpm e 2,8 kgfm de torque a 7.500 rpm. O câmbio tem 6 velocidades e a transmissão final é por corrente.

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O chassi tem estrutura tubular por treliça e a moto pesa 175 kg em ordem de marcha. A suspensão dianteira é composta por um garfo telescópico invertido com 180 mm de curso. Já a traseira traz um amortecedor único com ajuste de pré-carga suportando uma balança traseira de alumínio, também com 180 mm de curso.

As rodas, de liga leve em ambas as pontas, têm 19″ de diâmetro na frente e 17″ na traseira. Para parar, a moto dispõe de um disco na dianteira com 300 milímetros de diâmetro e outro na traseira com 240 mm. Ambos têm ajuda de ABS. 

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Nas principais medidas, a BMW G 310 GS 2022 tem 1,42 metro de entre-eixos, 2,07 m de comprimento e o assento está a 835 mm do solo. A marca não divulga o vão livre em relação ao solo. O tanque, com capacidade de armazenar até 11 litros de gasolina, tem cerca de 1 litro de reserva.

Como anda a BMW G 310 GS 2022?

Pelo menos em um elemento a menor GS se garante perto das irmãs maiores: o visual é inconfundivelmente da linha de aventureiras da BMW. De lateral, lembra bastante a F 750 GS, principalmente pelas rodas de liga leve e as bengalas douradas na dianteira. Alta e larga, parece uma moto substancial nas mãos, antes mesmo de dar a partida.

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É difícil falar a respeito da altura do banco, pois a moto testada estava com as bengalas rebaixadas em cerca de um dedo. Nessa situação, com 1,72 m de altura, consegui firmar bem um pé no chão. A BMW ainda oferece dois assentos opcionais, um mais baixo com 820 mm de altura e outro elevado com 850 mm.

Dando a partida, o pequeno monocilíndrico – para os padrões da BMW, claro – desperta com um ronco mais grave e compassado. Acelerando entre as baixas e médias rotações, é notável que a marca se deu ao trabalho de oferecer um motor que, apesar da cilindrada menor, soasse como as motos maiores da marca. Em rotações mais elevadas, começa a ficar mais estridente, não há como fazer milagres com a configuração monocilíndrica. 

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O que importa mesmo é que o propulsor é competente na maior parte do tempo, com as relações de marcha casando bem com a faixa de entrega. Assim, ela responde prontamente ao acelerador e não pede marcha com frequência. No entanto, o novo acelerador eletrônico acabou amenizando a agilidade em algumas situações.

Se você está acostumado a dar um toque no acelerador nas reduções para equalizar o giro do motor com a marcha selecionada, nem sempre ele responde. O mesmo vale para quem fica “bombando” acelerador nas arrancadas e manobras no corredor. Mas o que realmente me frustrou é que você precisa reaprender a sair com a moto por conta desse comportamento. Com pouca aceleração, a moto morre. Com muita, arranca com força e demorei mais do que eu gostaria para encontrar o meio termo. O câmbio também acusou falso neutro em duas oportunidades.

Já que estamos falando dos pontos nem tão altos assim da G 310 GS, vamos tirá-los logo da frente. O descanso lateral é muito longo e, dependendo de como você para a moto, é difícil baixá-lo com segurança. Para subir na moto, o assento do garupa é alto. Como eu não sou alto, fiquei raspando o sapato na rabeta toda vez que subi ou desci da moto. Quando a moto esquenta e a ventoinha do radiador liga, o ar quente vai direto para os seus joelhos. A fonte dos dígitos no painel também poderia ser um pouco maior. 

Dito isso, a moto ainda traz bons pontos positivos, principalmente em termos de acerto de suspensão. Mais puxado para o firme, traz mais precisão nas mudanças de direção. Como a G 310 GS não tem o tamanho avantajado da R 1250 GS, passa bem pelos corredores. Mesmo em “ritmo de alegria”, o uso do acelerador eletrônico mostrou a que veio, com o computador de bordo marcando consumo médio de 28 km/l.

Conclusão: o primeiro degrau é bem alto

Após passar uma semana com a BMW G 310 GS, é mais fácil entender seu apelo como primeiro degrau entre as aventureiras da marcas. Ela emula a experiência das GS proporcionalmente ao que se paga na comparação com os modelos maiores. Mas não podemos esquecer não faltam opções de aventureiras na casa das 300 cilindradas, incluindo a campeã de vendas da categoria, a Honda XRE 300, cobrando muito menos.

“Ah, mas a XRE não oferece uma experiência premium”. Então, o que falar da Kawasaki Versys-X 300 que é até mais potente graças ao uso de um motor bicilíndrico e é tão equipada quanto a G 310 GS, mas custa R$ 33.190 (sem frete)? Para entrar na escada da linha GS da BMW, o primeiro degrau é bem alto. Mas se e o seu sonho, é o preço a se pagar.

Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)

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