No último artigo falei sobre o preço dos EVs e a necessidade de olhar para o TCO, ou seja, o custo total de propriedade, mais do que para o preço de aquisição. Neste como em outros casos, o Excel é nosso amigo e vale a pena fazer contas do custo que o carro irá ter ao final de 4 ou 6 anos – ou tantos quantos tencionam manter o vosso carro.
Descrevi então três cenários em que os EVs são claramente, já hoje, uma melhor opção: nas gamas altas, para as empresas e para os utilizadores profissionais que tencionam fazer muitos quilómetros.
Mas, para todos nós, que não encaixamos em qualquer um desses cenários, mantém-se a questão: não há EVs baratos.
Muito bem, dirão. Mas no que diz respeito a EVs, ainda conseguem ser mais caros. E é verdade. Só que aí eu acho que vale a pena sugerir um EV usado. Pessoalmente, jamais comprei um carro (ICE) usado, porque acho que há uma grande probabilidade de as coisas correrem mal, mas não tive qualquer hesitação em fazer o mesmo com um EV. Na verdade, foi o que fiz ao comprar o meu BMW i3 94 Ah no final de 2021.
Ainda assim, os EVs em segunda mão são caros quando comparados com carros ICE de gama baixa, mas a verdade é esta: estamos a comparar alhos com bugalhos. Para quem se preocupa com potência e aceleração, um EV terá quase sempre de ser comparado com as gamas altas de veículos semelhantes, dadas as diferenças entre uma motorização elétrica e uma motorização a combustão.
Mas isso já será tema para um novo artigo.
* António Eduardo Marques conduz diariamente um EV e é responsável pela página Auto Electric no Facebook.
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