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App de caronas para cidades do interior movimenta R$ 43 mi em 2022

Alecio Cavalcante teve uma loja de varejo que quebrou em 2018. Com o dinheiro restante, cerca de R$ 30.000, ele e seu sócio investiram na criação de um aplicativo de caronas focado em cidades do interior, o Ubiz Car. Foram quase 100 motoristas cadastrados na estreia da plataforma. Os 4 anos que se passaram já trouxeram resultado para a empresa: 2022 fechou com um saldo de R$ 43 milhões com transações das corridas. 

Cavalcante atualmente tem 32 anos. Seu objetivo inicial com a Ubiz era resolver um problema: a falta de confiança de pessoas que moram em localidades mais remotas do Brasil em carros de aplicativo. “Cidades do interior são diferentes de uma grande capital. Eles têm uma cultura muito acentuada, com um pouco mais de resistência ao novo”, disse. 

Segundo ele, a plataforma priorizou a garantia de conforto e segurança para conseguir conquistar essa clientela difícil. Os motoristas da Ubiz precisam seguir uma série de critérios para trabalhar pela companhia. Eis alguns deles. 

  • utilizar blusa com identificação da corporação;
  • manter o veículo arrumado e limpo;
  • oferecer balinhas;
  • usar adesivo de identificação. 

“São detalhes pequenos, mas que fazem toda a diferença”, declarou ao Poder360.

app de caronas para cidades do interior movimenta r$ 43 mi em 2022

App de caronas para cidades do interior movimenta R$ 43 mi em 2022

Divulgação/Ubiz Car Carros de um motorista do Ubiz Car

A ideia deu certo. O serviço cresceu nas cidades pequenas e até pais começaram a sentir-se confortáveis em colocar seus filhos nos carros cadastrados. Idosos também utilizam bastante o serviço. 

Para o empreendedor, esses cuidados são um dos maiores destaques de sua empresa em relação a plataformas mais conhecidas, como Uber e 99Pop. Ele falou em sucateamento dos serviços ofertados pelas grandes companhias do ramo: “O carro sujo, mal lavado, motorista insatisfeito e reclamando”. 

A relação com os condutores também é diferenciada. Eles não são vistos como apenas parceiros, mas colocados na posição de clientes. Afinal, eles precisam dispor de seu tempo para se tornar um associado do Ubiz, relata.

Segundo o empresário, a companhia oferece a possibilidade que os motoristas proporcionem melhores condições para fazer as caronas, trazendo vantagens para todos: 

  • empresa consegue manter os padrões das caronas;
  • motoristas trabalha em melhores condições;
  • clientes têm serviço com mais qualidade. 

ANTES DOS R$ 43 MILHÕES

Alecio Cavalcante disse que a empresa avançou por etapas. No início, os R$ 30.000 serviram como um investimento básico. O lucro obtido em 2019 destinou-se à evolução da tecnologia do Ubiz.  

A partir de 2020 que o negócio decolou: foram R$ 5,5 milhões movimentados nas viagens. “Foi uma coisa muito impressionante, porque não imaginava que poderia chegar até nesses números”, conta. 

O valor quase quadruplicou em 2021: foram R$ 19 milhões em transações. Depois disso vieram os R$ 43 milhões em 2022. 

Segundo ele, o último ano foi importante por ser um momento que o Ubiz recebeu aporte de muitos investidores. Isso “deu um um gás financeiro para poder avançar”. 

Para 2023 o objetivo é dobrar a quantia movimentada no ano anterior: transacionar pelo menos R$ 80 milhões. Também querem expandir para todo o Brasil, como foco especial para o Estado de São Paulo. O movimento deve ser feito com rapidez, pois concorrentes grandes também querem explorar cada vez mais as cidades menores.

Cavalcante avalia que a evolução gradual do Ubiz se deu de forma estratégica. Muitas vezes os negócios que explodem de forma quase instantânea são inspiradores, mas precisam de observação detalhada. “O empreendedor, tem que ter coragem. Mas, ao mesmo tempo, ele precisa ter paciência, ter perseverança”. 

FUTURO DO SETOR

Uma das discussões que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocou em pauta foi a regulamentação e sindicalização dos motoristas de aplicativo. 

Cavalcante avalia a necessidade de um novo olhar para o motorista, mas disse que a regulação deve recair mais sobre a empresa que sobre o condutor. Para ele, companhias com atuação justa com seus parceiros não devem nem podem ser prejudicadas.  

Ainda afirmou que a “precarização” dos serviços de caronas é observada com muita frequência nas grandes empresas, mas não são uma hegemonia dentro desse mercado. 

“Só estão olhando pros grandes aplicativos, como Uber e 99 Pop. Não estão olhando para os demais, existem mais de 2.000 aplicativos no Brasil.  Não pode tomar uma regra baseada num gigante do mercado.”

Em um encontro com sindicalistas, Lula defendeu proteção social a trabalhadores de apps, como licença-maternidade e auxílio-doença. Mas não deu detalhes de como poderia ser implementada essas medidas. Algumas das grandes empresas já oferecem planos para os colaboradores que utilizam as plataformas.

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