O traficante Marcos Vinícius dos Santos, conhecido como Chapola, preso nessa terça-feira (14/3), vivendo uma vida luxuosa no Bairro Belvedere, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, afirmou à Polícia Civil (PC) que se mudou para a capital mineira porque queria “sair do crime” e viver uma vida de “cidadão comum”. Veja o momento em que o traficante chega ao Depatri, em BH:
Frente da casa de alto padrão em que Chapola vivia com a família, no Bairro Belvedere, uma das Regiões mais caras de Belo Hoorizonte
Segundo Prata, a casa onde Chapola estava morando, na rua Aloysio Leite Guimarães, Belvedere, tinha aluguel de R$ 12 mil. O carro usado pelo traficante, que também era alugado, custava R$ 4 mil por mês. O local é considerado um dos mais luxosos de Belo Horizonte.
O traficante começou a ser monitorado logo após se mudar para BH. Na capital mineira, ele morou primeiro em hotel na região da Savassi, depois em prédio no Buritis, até chegar no imóvel do Belvedere. O delegado destacou que a PC não acredita na versão de Chapola, na qual ele afirma que buscava deixar o crime. Apesar disso, ele ressaltou a possibilidade do traficante ter deixado o Rio de Janeiro pois estava muito visado pela polícia.
Vida comum
A PC afirmou que não tem evidências de que Chapola realizou atividades relacionadas ao tráfico no período em que morou em Belo Horizonte e que levava uma “vida comum”. Ele frequentava a academia e matriculpu seus dois filhos, que vieram para Minas Gerais junto com ele e sua mulher, com quem vive há 19 anos, em uma escola particular da capital. Ele adotou uma identidade falsa para não ser reconhecido em terras mineiras. De acordo com o delegado João Prata, foram encontrados somente R$ 5 mil na casa onde Chapola estava vivendo em BH, valor baixo em relação ao que ele movimentava, por exemplo com o aluguel do local.
Chapola teria dito a policiais que sua ideia era abrir um negócio lícito em Belo Horizonte. O delegado João Prata ressaltou, porém, que como todo o dinheiro de Chapola era proveniente do tráfico de drogas, a origem de um eventual empreendimento já seria ilícita.
Traficante era escoltado por ex-policiais civis
O delegado João Prata contou também que, no Rio de Janeiro, Chapola era frequentemente escoltado por ex-policiais civis, chamados popularmente de “soldados”, foragidos da justiça no estado. Ele informou, ainda, que a PC não conseguiu comprovar que esses “seguranças” vieram para Minas Gerais junto com o traficante. A tendência, de acordo com a PC, é que Chapola seja transferido para o Rio de Janeiro, já que possui três mandados de prisão em aberto no estado, sendo um por homicídio, um por tráfico de drogas e um por associação ao tráfico de drogas. Ele já havia sido preso em 2010 e 2014, e era considerado foragido desde 2019. O traficante foi encaminhado ao sistema prisional e está à disposição da Justiça.