Com a chegada a Portugal do novo Peugeot 408 Plug-in Hybrid 180 cv e-EAT8, alarga-se a gama do mais recente modelo da marca do leão destinado ao segmento C. Uma proposta que aponta, sobretudo, ao cliente empresarial, pelos benefícios de que permite às mesmas usufruir, nomeadamente em termos de tributação autónoma; pese embora também ofereça vantagens evidentes aos clientes particulares, devido a um preço ligeiramente mais baixo do que o praticado pela versão híbrida plug-in de topo, com 225 cv.
Aliás, para bem entender o papel que cabe a esta nova versão híbrida plug-in de acesso, na gama 408, o ideal é, mesmo, compará-la diretamente com a variante de topo do modelo, à venda no mercado português desde o final de 2022. Visualmente, tanto por dentro, como por fora, as diferenças entre elas são virtualmente inexistentes, exceção feita ao desenho das jantes de 19” incluídas no nível Allure Pack, com a versão de 180 cv a montar as jantes Jaspe, e a de 225 cv as Graphite. Também nada havendo a registar que as distinga, em termos de conteúdos, nos níveis de equipamento que ambas partilham: Allure Pack e GT.
Caberá, pois, à motorização, e, ainda mais importante, ao posicionamento comercial, assegurar que cada uma destas versões cumpre o seu próprio objetivo. Começando pela mecânica, o novo 408 Plug-in Hybrid 180 cv e-EAT8 partilha com a derivação de 225 cv a caixa de velocidades automática de oito velocidades, que integra um motor elétrico de 110 cv e 320 Nm; assim como a bateria de iões de lítio com 12,44 kWh de capacidade. E até o motor turbo a gasolina 1.6 PureTech é o mesmo, mas com uma nuance: ao invés de 180 cv/6000 rpm, foi regulado para disponibilizar 150 cv/4250 rpm, mantendo-se o binário, em ambos os casos, nos 250 Nm/1750 rpm.
Daqui resulta uma potência combinada, não de 225 cv, mas de 180 cv, pese embora o binário máximo combinado seja sempre de 360 Nm. O que significa que, também em termos de desempenho, acabam por ser subtis as diferenças entre as duas versões: a velocidade máxima passa de 233 km/h para 225 km/h; a aceleração 0-100 km/h passa de 7,9 segundos para 8,4 segundos (ou de 27,6 segundos para 28,5 segundos no quilómetro de arranque); e a recuperação 80-120 km/h passa de 4,5 segundos para 5,1 segundos.
Por tudo isto, será, fundamentalmente, e na maioria dos casos, o preço a assumir-se como o fator decisivo para que se opte pelo novo 408 Plug-in Hybrid 180 cv e-EAT8. Por um lado, porque é €1500 mais barato do que o seu homólogo de 225 cv nos níveis de equipamento Allure Pack (€46 900 contra €47 400) e GT (€49 200 contra €50 700); por outro, porque é o único dos dois disponibilizado, também, no nível Allure (€45 150).
E é, justamente, o 408 Plug-in Hybrid 180 cv e-EAT8 Allure aquele que tenderá a fazer toda a diferença para a carreira comercial desta versão, quiçá do próprio modelo, entre nós. No caso dos particulares, por ser mais barato do que no nível Allure Pack €1750 com o motor de 180 cv, e €2250 com o motor de 225 cv. No caso das empresas, porque, por via das campanhas que a Peugeot tem em vigor especialmente para este tipo de cliente, o seu preço antes de IVA permite-lhe inserir-se no segundo escalão da Tributação Autónoma (taxa de 7,5%), com todos os outros 408 híbridos plug-in a ficarem no terceiro escalão (15%).
Importa, igualmente, destacar os principais elementos que fazem parte do equipamento de série deste nível Allure. Em termos de conforto e conectividade, merecem referência o ar condicionado automático bizona; o sistema de infoentretenimento com ecrã táctil de 10”, botões virtuais personalizáveis, navegação integrada e ligações Apple CarPlay e Android Auto sem fios; a iluminação ambiente personalizável (oito cores) o painel de instrumentos totalmente digital personalizável de 10”; os vidros traseiros escurecidos; o pára-brisas laminado e acústico; e a iluminação exterior integralmente por LED. Destacando-se, entre os sistemas de assistência à condução, o alerta ativo de transposição involuntária da faixa de rodagem; o sistema de leitura de sinais de trânsito; o Pack Safety Plus+Drive Assist (travagem autónoma de emergência controlada por câmara e radar, e cruise control adaptativo com função stop&go); a câmara de estacionamento traseira, com sensores de estacionamento dianteiros e traseiros; e o assistente de máximos.
Opção racional
Para complementar aquilo que a análise dos números, e uma avaliação teórica, já permitiriam intuir com algum grau de certeza, a Peugeot decidiu assinalar o início de comercialização em Portugal do novo 408 Plug-in Hybrid 180 cv e-EAT8 com uma apresentação à imprensa lusa, que incluiu um percurso com mais de meio milhar de quilómetros, percorrido, em partes sensivelmente iguais, ao volante das duas versões híbridas plug-in do modelo. Uma óptima oportunidade, portanto, para bem perceber os atributos de cada qual, e mais ainda as do recém-chegado ao mercado.
Como referido inicialmente, não existindo quaisquer diferenças entre ambas, para níveis de equipamento idênticos, quer por dentro, quer por fora, o que mais importava avaliar era o desempenho da mecânica. E, neste particular, há que reconhecer que os 45 cv de (aparente) desvantagem do 408 Plug-in Hybrid 180 cv e-EAT8, em termos de potência combinada, na prática, quase, ou nunca, se farão sentir, para a esmagadora maioria dos utilizadores, na esmagadora maioria das situações. É certo que um cronómetro não deixará de indicar uma perda de alguns décimos de segundos nos arranques e reprises, e uma pequena desvantagem em termos de velocidade máxima – do mesmo modo que o motor a gasolina da versão de 225 cv oferece um desempenho mais convincente, e envolvente, a alto regime, quando se pratica uma condução mais empenhada.
Contudo, na vida real, no dia-a-dia da maioria dos seus potenciais compradores, estas serão diferenças praticamente impercetíveis, da mesma forma que também não se anteveem grandes benefícios ao nível dos consumos. Por isso, tudo pesado, e ponderado, esta apresenta-se, de facto, como a derivação híbrida plug-in mais equilibrada e racional da família 408, com a vantagem adicional de ser proposta a um preço mais competitivo.
